segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Educação infantil MEC e universidades oferecem especialização em 15 estados

O Ministério da Educação, em parceria com 15 universidades federais, de 15 estados, oferece 3.210 vagas em curso de especialização em educação infantil, presencial e gratuito. As vagas são destinadas a profissionais de escolas – professores, coordenadores, diretores de creches – e pré-escolas das redes pública e privada (filantrópica, comunitária ou confessional) que mantenha convênio com o poder público, e também a equipes de educação infantil dos sistemas de ensino.

As inscrições estão abertas até 30 de janeiro de 2010. Após essa data, as secretarias de educação têm prazo até 28 de fevereiro para validá-las. Se houver mais inscrições que vagas, cabe às instituições de ensino superior fazer a seleção dos candidatos. As aulas estão previstas para começar no primeiro semestre do próximo ano.

De acordo com Simone Medeiros, da coordenação de formação de professores da Secretaria de Educação Básica (SEB) do MEC, o curso é presencial, tem 360 horas e duração de 18 meses. O curso será ministrado em 59 municípios por uma rede de 15 universidades federais, algumas conveniadas com instituições estaduais, conforme tabela.

A oferta de curso de especialização em educação infantil integra a política nacional de formação de profissionais do magistério da educação básica, que o Ministério da Educação desenvolve em parceria com estados, Distrito Federal e municípios, conforme prevê o Decreto nº 6.755/2009.

As inscrições devem ser feitas na Plataforma Freire até dia 30 de janeiro de 2010. Para concorrer, o candidato deve atender a uma série de requisitos: ter (preferencialmente) graduação em pedagogia; trabalhar há pelo menos dois anos na educação infantil; ter disponibilidade para fazer a formação em serviço; se não for da carreira do magistério público, assumir compromisso de trabalhar na educação infantil por no mínimo 18 meses, após a conclusão do curso; dispor de, no mínimo, de dez horas semanais para estudos complementares durante o curso.

Ao fazer a inscrição, o professor, diretor, coordenador ou membro das equipes de educação infantil dos municípios deve buscar a vaga na sede ou no campus da universidade mais próxima da cidade onde reside ou trabalha. As vagas para especialização em educação infantil atendem parte dos pedidos de cursos de formação solicitada por municípios nos planos de ações articuladas (PAR), em 2007 e 2008.

Institutos federais: Estudantes criam óculos-mouse para pessoas com deficiência

O Fórum Mundial de Educação Profissional e Tecnológica, realizado entre os dias 23 e 27 de novembro, em Brasília, foi marcante para os estudantes Alexandre Sampaio, Cléber Quadros e Filipe Carvalho. Com o projeto batizado de óculos-mouse, eles colocaram o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense entre os destaques do evento. Agora, o grupo quer ir ainda mais longe. E planos para isso não faltam.

Professor de eletroeletrônica do campus Charqueadas e um dos orientadores do projeto, Márcio Bender revela que os óculos-mouse têm grandes chances de comercialização. Primeiro, devem passar por uma bateria de testes antes de virar um protótipo e entrar de vez no mercado. “Essa é a expectativa. O equipamento é eficiente, de baixo custo e atende às necessidades e limitações do usuário”, afirma o professor.

Segundo Bender, além de inovadora, a ideia ganhou força por se tratar de uma tecnologia que permite a inclusão de deficientes físicos. Por meio de um sistema eletrônico interligado, que utiliza um emissor de luz infravermelha e um receptor fixados em um par de óculos, é possível acionar o clique do mouse com apenas um piscar de olhos.

Já para a movimentação do cursor, foi desenvolvido um sistema de sensores, colocados em locais específicos nos óculos. Eles captam a inclinação da cabeça, tanto para a direita como para a esquerda, e transmitem o sinal ao mouse.

Alexandre, Cléber e Filipe têm consciência da importância de sua criação. Em Brasília, o trio foi muito assediado pelos visitantes, interessados em mais informações sobre o projeto.

“Eles queriam saber detalhes, até mesmo para poder reproduzir mais tarde”, explicam.

O reitor Antônio Carlos Barum Brod virou fã da gurizada. No estande do instituto na mostra estudantil, uma das atrações do Fórum Mundial, Brod elogiou o projeto e posou para fotos ao lado dos inventores. “A inclusão educacional é uma realidade. O papel dos institutos federais nesse processo é de suma importância, principalmente quando utilizamos a pesquisa, a inovação tecnológica, em favor de quem mais precisa”, observou.

Outros projetos – Bender conta que já existiam alguns projetos eletrônicos em andamento, mas o grande diferencial foi utilizá-los em prol da inclusão, ajudando no desenvolvimento das potencialidades de pessoas com deficiência. O mergulho no novo foco contou com o apoio da professora Andréia Colares, que trouxe na bagagem uma larga experiência como coordenadora do Núcleo de Apoio às Pessoas Portadoras de Necessidades Especiais (Napne), mantido pelo próprio campus Charqueadas.

Diretor-geral do campus, José Luiz Lopes Itturriet lembra que na lista das chamadas tecnologias assistivas estão incluídos ainda o forno elétrico automático adaptado e a bengala eletrônica com sensor ultrassônico, ambos para deficientes visuais, e páginas da internet adaptadas a pessoas com necessidades especiais.

Educação de adultos: Universidades oferecem em 2010 cursos de mediação de leitura

Em 2010, um grupo de nove instituições públicas de ensino superior, selecionadas pelo Ministério da Educação, vai abrir cursos sobre mediação de leitura. Poderão participar da formação professores das redes públicas de educação básica de todas as séries, especialmente de turmas de jovens e adultos.

Os cursos de extensão, a distância, serão ministrados em pólos da Universidade Aberta do Brasil (UAB). A carga horária é de 90 horas, com duração média de três meses. A primeira parte da qualificação prepara os professores para trabalhar com as ferramentas da educação a distância. Depois, com apoio de materiais didáticos, criados pelas instituições exclusivamente para o curso, eles vão estudar temas como linguagem e cultura, leitura de linguagens verbais e não verbais (cinema, teatro, música, dança, fotografia, arquitetura, hipermídia, cibercultura), textos literários e como trabalhar a leitura com distintos públicos – crianças, jovens, adultos, idosos.

As coleções do programa Literatura para Todos, que reúnem obras criadas especialmente para jovens e adultos em processo de alfabetização ou recém-alfabetizados, também serão objeto de estudos. O propósito do Ministério da Educação é que os professores da educação básica conheçam os livros das coleções 2006, 2008 e 2009 e passem a utilizá-los na sala de aula.

Terão prioridade nos cursos de mediadores de leitura os professores de estados e municípios que aderiram ao Compromisso Todos pela Educação e as prefeituras que solicitaram a formação nos planos de ações articuladas (PAR), em 2007 e 2008. A informação é de Elaine Cáceres, da diretoria de políticas de educação de jovens e adultos da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad) do MEC.

Nos dias 14 e 15 deste mês, as instituições terão reunião com a Secad para informar sobre o andamento da criação dos cursos e dos materiais didáticos. Quando essas duas questões estiverem resolvidas, as inscrições serão abertas na Plataforma Freire.

Oferecerão cursos de mediadores de leitura as universidades federais do Ceará (UFCE), de Pernambuco (UFPE), Rural de Pernambuco (UFRPE), do Maranhão (UFMA), de Mato Grosso do Sul (UFMS), de Rio Grande (Furg) e do Rio Grande do Sul (UFRGS); o Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), e a Universidade Estadual Paulista (Unifesp). Ao final da formação, os professores receberão certificados expedidos pelas universidades que aderiram ao projeto e que integram a Rede de Formação para a Diversidade.

Novo edital – O Edital nº 28/2009, publicado pela Secad em 23 de novembro, abre prazo para instituições públicas de ensino superior apresentarem propostas de cursos em 16 áreas da diversidade, entre eles, de mediadores de leitura. O edital relaciona os objetivos da chamada pública, os prazos, carga horária dos cursos, entre outras informações.

Mais de 2,5 milhões de estudantes participam do Enem em todo o país

O segundo e último dia de aplicação de prova do Enem transcorreu com tranqulidade. Não houve registro de nenhum incidente em nenhuma das mais de 9 mil salas onde foram aplicadas as provas. Neste domingo, os participantes do Enem fizeram as provas de Matemática e suas tecnologias e de Linguagens, códigos e suas tecnologias – cada uma com 45 questões, além da redação.

Para o presidente do Inep, Reynaldo Fernandes, o balanço desta edição do Enem é positivo. Segundo ele, o sucesso na reorganização do exame em 60 dias e a eficiência demonstrada no novo processo demonstram a seriedade com que o Ministério da Educação e o Inep trataram a questão. “A reestruturação do Enem é um avanço, uma oportunidade concreta de sinalizarmos com mudanças no ensino médio, ao mesmo tempo em que se racionaliza os processos seletivos das instituições de ensino superior. Apesar de tudo o que enfrentamos, o Enem se consolida como a grande avaliação do ensino médio brasileiro”, diz.

A média nacional de faltosos ficou em 37,7% no sábado. Só em São Paulo, foi registrado índice de 46,9%. O estado concentra mais de 1 milhão de estudantes e, com a mudança da data de aplicação da prova, instituições importantes como USP, Unicamp, Fundação Getúlio Vargas e PUC ficaram impossibilitadas de utilizar a nota do Enem, por força de seu calendário, o que diminuiu o estímulo dos alunos para fazer a prova.

O índice nacional de abstenção é atribuído, fundamentalmente, à distância de quase cinco meses entre período de inscrições e aplicação da prova e à ocorrência de chuvas em todo o país. “O adiamento do exame deve ter tido impacto nesses índices. Nas edições anteriores, a abstenção tem oscilado entre 25% e 30%, mas nunca o período que separa inscrição e aplicação da prova havia sido tão longo”, pondera Fernandes.

O presidente Reynaldo Fernandes lembra que o número absoluto de participantes é bastante expressivo. “São quase 2,6 milhões de estudantes que fizeram o novo Enem, enquanto que cerca de 1,8 milhão concluem o ensino médio no Brasil todos os anos. Além disso, se somarmos as inscrições dos processos seletivos em todas as instituições federais de ensino superior, não chegamos a 2,2 milhões, mesmo considerando que uma mesma pessoa pode se inscrever em mais de um vestibular”, argumenta.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Número de instituições de ensino superior cai pela 1ª vez em cinco anos

O número de instituições de ensino superior caiu no país pela primeira vez em cinco anos, mostra o Censo de Educação Superior 2008, divulgado nesta sexta-feira (27), pelo Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC). No entanto, essa mudança de tendência não se refletiu na oferta de vagas para os estudantes.

O crescimento de vagas foi de 5,7%: de 2.823.942 em 2007, passou para 2.985.137 no ano seguinte. O número de cursos também aumentou em 5,2% e o Brasil terminou o ano com 24.719 cursos em funcionamento -72% (ou 17.947) em instituições privadas.

O censo mostra que o Brasil tinha 2.252 instituições públicas e privadas de ensino superior, entre universidades, centros universitários e faculdades no ano passado. O número de unidades é 1,3% menor do que o que foi registrado no levantamento de 2007, quando havia 2.281 estabelecimentos no país. A redução de 29 unidades pode ser explicada por fusão ou compra entre as instituições, avalia o Inep.

Educacenso mostra estabilidade na matrícula da educação básica

Dados consolidados do Censo Escolar da Educação Básica mostram que há 52.580.452 estudantes matriculados, uma ligeira queda de 1,2% em relação ao censo de 2008.

A redução da taxa de natalidade e a melhoria do fluxo escolar estão estabilizando o número de matrículas da educação básica no Brasil. A opinião é do presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Reynaldo Fernandes, ao divulgar o Censo Escolar da Educação Básica, quinta-feira, dia 30. Os dados consolidados mostram que há 52.580.452 estudantes matriculados, uma ligeira queda de 1,2% em relação ao censo de 2008.

Na educação infantil, o crescimento no número de matrículas foi de 0,6%, por causa do aumento nas matrículas em creches, de 8,3%. Já a pré-escola apresentou queda de dois pontos percentuais, pó causa do aumento das escolas que aderiram ao ensino fundamental de nove anos. Já o ensino fundamental apresentou queda de 1,2% em relação a 2008. No ensino médio a queda foi de 0,3%. Já na educação profissional as matrículas subiram 8,3%.

O Inep destaca ainda aumento das matrículas na zona rural: creche (5,7%), ensino médio regular (9,4%) e ensino médio da educação de jovens e adultos (7,3%).

Dos alunos matriculados na 197.468 escolas de educação básica, 45.270.710 estão em escolas públicas (86,1%) e 7.309.742 na rede privada (13,9%). As redes municipais são responsáveis por 24.315.309 matrículas (46,2%).

A redução das matrículas na educação especial, diz o Inep, se explica em função da inclusão dos alunos com deficiência em classe regulares de ensino. Hoje, 61% dos alunos da educação especial estão matriculados em classes regulares.

Nove anos

O Censo Escolar da Educação Básica mostra ainda que 59% dos alunos que iniciam o ensino fundamental já estão matriculados no modelo de nove anos. É um crescimento de 12,5% em relação a 2008. O ensino fundamental de 9 anos foi criado por uma lei em 2005. A nova faixa etária vai dos 6 aos 14 anos (do 1° ao 9° ano). As redes de ensino têm até 2010 para começar a implantar a mudança.

Segundo a Agência Brasil, há grandes diferenças regionais. Estados como Mato Grosso do Sul, Goiás, o Rio de Janeiro, Minas Gerais, a Paraíba, o Rio Grande do Norte, o Ceará, o Tocantins e Rondônia já têm mais de 95% das matrículas no ensino fundamental de nove anos. Enquanto isso, Roraima, Amapá e Pará ainda tem menos de 20% dos estudantes no novo modelo.

A educação básica compreende a educação infantil (creche e pré-escola), o ensino fundamental, o ensino médio, a educação profissional, a educação especial e a educação de jovens e adultos (fundamental e médio).

Analise o Educacenso

ENEM 2009: Estudantes podem conferir o local de prova na internet

O sistema de consulta aos novos locais de prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2009 já está à disposição dos estudantes. Além do sistema, os candidatos contam, para saber os locais de prova, com as informações contidas no cartão de confirmação de inscrição, enviado pelos Correios. A busca pode ser feita também pelo telefone 0800 616161.

Os inscritos devem estar atentos aos canais de informação disponíveis e verificar o locar exato da prova. Toda a logística de distribuição dos locais foi redefinida em relação ao exame que seria realizado em outubro.


As provas serão aplicadas no sábado, 5, das 13h às 17h30 (duas provas), e no domingo, 6, das 13h às 18h30 — no domingo, com duas provas e redação, a duração será maior. Será considerado o horário oficial, de Brasília.


Os locais das provas podem ser conferidos na página eletrônica do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).

Ensino-aprendizagem: Método de escola paranaense atrai estudantes especiais

O Colégio Estadual Prefeito Joaquim da Silva Mafra, de Guaratuba, litoral do Paraná, está comprometido com a inclusão. Entre os cerca de 1,6 mil alunos matriculados nas séries finais do ensino fundamental e no ensino médio, sete têm necessidades especiais — três são surdos, três têm deficiência mental e um, paralisia cerebral.

De acordo com a coordenadora pedagógica da instituição, Jaqueline Mistura, o primeiro estudante com necessidade especial a chegar à escola, há seis anos, era surdo. Logo em seguida, foi matriculado um com paralisia cerebral. Os demais alunos foram chegando, atraídos pelo bom atendimento e pelas melhorias apresentadas pela instituição de ensino. “Nossa diretora tem visão inclusiva. Ela e uma orientadora educacional, já aposentada, encabeçaram o processo de inclusão na escola”, conta Jaqueline.

O Colégio Joaquim Mafra é hoje referência no ensino de surdos e centraliza o atendimento de estudantes com problemas de audição. A instituição passou por reformas para garantir a acessibilidade. Foram construídas rampas e banheiro especial. As portas foram alargadas. Houve também a preocupação em garantir a presença de profissionais capacitados para o atendimento de alunos especiais. Segundo Jaqueline, muitos professores têm curso de pós-graduação na área de educação especial.

Aceitação — A chegada de Anderson, o aluno com paralisia cerebral, levou o colégio a construir um triciclo para que ele possa se movimentar facilmente. Anderson está no primeiro ano do ensino médio e não enfrenta problemas de aceitação. “Todos o ajudam”, diz Neide Carneiro Silva, professora de matemática. Ela leciona em oito turmas diferentes e dá aulas para a turma de Anderson há três anos. Para ela, o trabalho não é difícil.

Neide já deu aulas para um aluno com dificuldades semelhantes. A diferença, agora, é que Anderson conta com a ajuda de uma professora de apoio pedagógico, encarregada de adaptar o conteúdo para ele. “Assim é bem melhor”, afirma. Além disso, o estudante usa um computador especialmente adaptado.

O pai de Anderson, Ricardo Pascoal França, aplaude a política de inclusão e diz que o garoto se adaptou à escola e a escola a ele: “Todos os professores já se acostumaram com o Anderson. Mesmo que a professora de apoio não esteja, eles sabem o que fazer para ajudá-lo”, destaca.

Formação do professor: Cursos oferecem 350 mil vagas a docentes de todo o país para qualificação

Estão abertas até 30 de janeiro de 2010 as pré-inscrições para os cursos de formação continuada do Plano Nacional de Formação de Professores. São oferecidas cerca de 350 mil vagas para docentes de todos os estados, para qualificação. Os cursos, gratuitos, são destinados a professores em exercício na rede pública.

Os cursos ofertados são nas modalidades presencial e a distância, em diversas áreas, como estratégias pedagógicas, história para as séries finais do ensino fundamental, mídias na educação e tecnologias. Podem se inscrever professores que possuem formação específica para o magistério no nível médio (técnico ou normal) e os professores com licenciatura ou pedagogia.

São cursos de menor duração, de extensão e ou de atualização, com carga horária entre 40 e 300 horas, oferecidos pelas secretarias do Ministério da Educação em parceria com instituições de ensino superior federais e estaduais, institutos técnicos, estados e municípios.

Além disso, há mais de 4 mil vagas para especialização em 18 estados. Para esses casos, é necessário que os professores tenham se graduado em algum curso de licenciatura ou pedagogia. A recomendação é que o docente que já fez sua pré-inscrição em cursos de formação inicial não se inscreva nos cursos de formação continuada com mais de 40 horas ou de especialização. O objetivo é evitar sobreposição e sobrecarga de trabalho dos professores.

Para participar, o professor deve acessar a Plataforma Freire, cadastrar seu currículo, escolher e se inscrever em um curso de formação continuada. A secretaria estadual ou municipal de educação a que o professor pertence analisará e validará a pré-inscrição. Após esta etapa, a secretaria autoriza a participação no curso e comunica à instituição de ensino superior, que matricula o professor no curso, faz a sua formação e o certifica. A validação dessa etapa acontecerá em fevereiro de 2010. A previsão é que as aulas comecem no primeiro semestre do próximo ano.

Dos dias 1º a 18 de dezembro, as secretarias municipais e estaduais de Educação poderão rever a indicação dos desafios a serem enfrentados por suas redes de ensino e indicar os cursos de formação continuada que melhor atendam suas escolas. Os diretores das escolas foram consultados sobre as necessidades de formação do corpo docente.

Lançado em 28 de maio pelo Ministério da Educação, o Plano conta com um investimento de R$ 1,9 bilhão para formação inicial e continuada dos professores da rede pública de ensino do país até 2011.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Instituições de ensino superior interessadas em aderir ao Programa Universidade para Todos (ProUni) têm até o dia 11 de dezembro para emitir o termo de adesão ao programa.

Instituições de ensino superior interessadas em aderir ao Programa Universidade para Todos (ProUni) têm até o dia 11 de dezembro para emitir o termo de adesão ao programa. O ProUni concede bolsas de estudos parciais e integrais a estudantes de cursos de graduação e cursos sequenciais em instituições privadas de educação superior. As instituições que aderem ao programa recebem isenção de tributos.

A Portaria Normativa n. 15, que estabelece os procedimentos referentes ao processo seletivo do primeiro semestre de 2010, foi publicada nesta segunda-feira, 30 de novembro, no Diário Oficial da União.

Alunos mostram trabalhos na III Feira Estadual de Ciências

“Farol da Leitura”, “Calhambeque do Futuro” e “Amigos da Renda: Tecendo o Amanhã” estão entre os 104 projetos que serão apresentados na III Feira Estadual de Ciência e Cultura, promovida pela Secretaria da Educação(Seduc), a partir de hoje, 30, a 2 de dezembro, das 8h30min, às 17 horas, no Hotel Praia Centro(avenida Monsenhor Tabosa, 740). Os melhores trabalhos vão receber credenciais para participação em eventos científicos nacionais. A ação conta com um investimento que supera R$ 1 milhão.

A Feira reunirá projetos de alunos da rede estadual, classificados durante as seletivas realizadas no âmbito das 20 Coordenadorias Regionais de Desenvolvimento da Educação(Crede), presentes no interior do Ceará, e nas escolas localizadas na capital.

Os trabalhos foram desenvolvidos em quatro categorias: Linguagens e Códigos, Ciências Ambientais, Ciências da Natureza e Ciências Humanas. Têm como objetivo estabelecer relações dinâmicas dos conhecimentos específicos das disciplinas dos Ensinos Fundamental e Médio com a problemática social. Os projetos também visam promover ações solidárias entre os participantes.

A Feira também contará com projetos já premiados. Como no caso do “A-cor-dar para o Meio Ambiente”, desenvolvido por alunos do Liceu de Maracanaú, que conquistou a medalha “Destaque Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia(Mostratec)” por ter obtido a maior pontuação do evento em 2009. Além disso, recebeu credencial para participar da Feira Internacional de Ciências e Engenharia(Isef), promovida pela Intel, em San Jose, na Califórnia, nos Estados Unidos, em maio de 2010.

O encontro é aberto aos alunos, professores e comunidade que terão ainda a oportunidade de assistir palestras nas diversas áreas do conhecimento. Na segunda-feira, dia 30, às 15 horas, o professor Daniel Rodrigues, da Universidade de Fortaleza(Unifor) falará sobre Ciências Humanas durante a palestra “Pesquisa: quem precisa disso?”. Na terça-feira, dia 1º, às 9h30min, o professor Petrônio Souza, da Universidade Estadual do Ceará(Uece) apresentará o tema: A pesquisa na área de Ciências da Natureza. No mesmo dia, às 15h30min, o professor Fábio Delano, da Faculdade 7 de Setembro(FA7), enfocará “O papel das Línguas Estrangeiras na formação científica”.

Número de alunos na educação básica supera os 52 milhões.

Há, no Brasil, 52.580.452 estudantes matriculados na educação básica. Esse nível de ensino compreende a educação infantil (creche e pré-escola), o ensino fundamental (primeiro ao nono ano ou primeira a oitava série), o ensino médio, a educação profissional, a educação especial e a educação de jovens e adultos (nas etapas ensino fundamental e ensino médio). Os dados são do censo escolar de 2009, já consolidado, divulgado nesta segunda-feira, 30, no Diário Oficial da União.

Em termos gerais, houve uma ligeira queda nas matrículas, de 1,2% em relação ao censo de 2008, o que confirma a estabilidade já apresentada há alguns anos. De acordo com o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Reynaldo Fernandes, a queda pode ter dois motivos: a redução da taxa de natalidade e a melhoria do fluxo escolar – menos alunos reprovam, por exemplo.

Na educação infantil, o crescimento foi de 0,6%, por causa do grande aumento nas matrículas em creches, de 8,3%. Já a pré-escola apresentou queda de dois pontos percentuais, resultado do aumento das escolas que aderiram ao ensino fundamental de nove anos. Isso porque as matrículas que deveriam ser contadas na pré-escola – educação infantil – passam a ser contadas no primeiro ano do ensino fundamental de nove anos.

Por sua vez, a etapa fundamental mostrou os mesmos índices percentuais de redução de matrículas em relação a 2008: 1,2%, índice que cai para 0,3% no que se refere ao ensino médio. Já a educação profissional deu um salto considerável: 8,3% em um ano. As matrículas na zona rural cresceram na creche (5,7%), ensino médio regular (9,4%) e ensino médio da educação de jovens e adultos (7,3%).

Do total de alunos matriculados na educação básica, 45.270.710 estão em escolas públicas (86,1%) e 7.309.742 estudam em escolas da rede privada (13,9%). As redes municipais são responsáveis por 24.315.309 matrículas (46,2% do total). Há, também, um crescimento acentuado das matrículas na rede federal em quase todas as etapas e modalidades, exceto no ensino fundamental e da educação especial.

No caso da educação especial, a redução se explica em função da inclusão dos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades e superdotação em classe regulares de ensino, já que a contagem dessa modalidade é feita com base nas escolas especiais. Hoje, 61% dos alunos da educação especial estão matriculados em classes regulares.

Educacenso – Desde a implantação do sistema eletrônico Educacenso, em 2007, é possível traçar um retrato fiel da realidade educacional brasileira, pela coleta anual de dados de todas as 197.468 escolas de educação básica. Com o sistema, a informação foi individualizada – já que as escolas têm que preencher um cadastro para cada aluno, professor, turma e um geral para a escola.

O grau de detalhamento permite a elaboração de políticas eficientes de médio e longo prazo, com o objetivo de se aprimorar o sistema educacional. Os dados divulgados pelo Inep se referem a número de matrículas e infra-estrutura. As informações estão detalhadas por unidade da federação, categoria administrativa, localização geográfica e etapa de ensino.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

MINHA APRENDIZAGEM VALE MUITO

Durante o ano letivo de 2009 a diretora Adriana Cristina A. Leite, realiza no final de cada bimestre o projeto minha aprendizagem vale muito. Esse projeto tem como objetivo estimular a aprendizagem dos alunos e a cada bimestre seleciona todos os alunos que conseguiram notas iguias ou superior a 6,0, e dentre esses alunos é escolhido os três melhores boletins que serão premiado pela escola.
No final do 3º bimestre os três melhores boletins são dos aluno(as):
-Soraia Souza Pereira (aluna do 6º ano "B" tarde).
-Eunece Kely Torcate (aluna do 2º ano "A" tarde).
-Francisco Whatila de Lima Dantas (aluno do 2º ano"C" noite).


Direção,coordenadores,professore se orgulham da aprendizagem de vocês....
Parabéns!

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

EEFM PREFEITO ANTÔNIO CONSERVA FEITOSA

PRESTAÇÕES RECEBIDAS EM 2009


FUNDAMENTAL

MÉDIO

EJA

VALOR

1º SEMESTRE

2º SEMESTRE

1º SEMESTRE

2º SEMESTRE

1º SEMESTRE

2º SEMESTRE

1º SEMESTRE

MERENDA

5 X 1029,60

3X1064,80

-

-

-

-

-

CONSUMO

1765,80

1 X 872,10

1332,00

1 X 910,80

-

-

-

SERVIÇO

1177,20

1 X 581,00

888,00

1 X 607,20

-

-

-

PDDE

-

-

-

-

-

-

-

OUTROS

3496,00

-

-

-

-

-

-


RECURSOS APLICADOS COM AS VERBAS

MERENDA

COMPRA DA MERENDA ESCOLAR PARA O ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO ( TURNO DA TERDE).

PREVISÃO PARA CHEGAR RECURSO PARA MERENDA DA EJA E ENSINO MÉDIO.

CONSUMO

COMPRAR DE TODO MATERIAL DE PAPELARIA E LIMPEZA DA ESCOLA

SERVIÇO

INSTALAÇÃO DE DOIS PORTÕES NO ESTACIONAMENTO, REVISÃO NAS INSTALAÇÕES ELETRICA DA ESCOLA E PREVISÃO DA PINTURA DA ESCOLA.

PDDE

COMPRA DE: BEBEDOURO PARA PROFESSORES E ALUNOS (INCLUINDO AS INSTALAAÇÃOES)

IMPRESSORA, EQUIPAMENTOS PARA O LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA.

VENTILADORES E MESAS PARA A SALA DE AULA.

MICROSISTEM.

CONSTRUÇÃO DE UM DEPÓSITO.

RECUPERAÇÃO DO JARDIM E CORRIMÃO.

CONSERTO DAS PORTAS DAS SALAS DE AULAS.

OUTROS

EQUIPAMENTOS PARA A CONZINHA (BALDES,PRATOS,COPOS,PANELAS,ETC) E BEBEDOURO PARA OS ALUNOS


OBS: MAIORES INFORMAÇÕES PROCURAR A DIREÇÃO


PROJETO MINHA APRENDIZAGEM

DURANTE TODO O ANO DE 2009, A DIRETORA DA ESCOLA( Adriana C. Anastácio Leite) DESENVOLVE O PROJETO “MINHA APRENDIZAGEM VALE MUITO”. ESSE PROJETO TEM COMO OBJETIVO INCENTIVAR A PRENDIZAGEM DOS ALUNOS. N O FINAL DE CADA BIMESTRE OS ALUNOS QUE TIVERAM NOTAS IGUAIS OU SUPERIOR A NOTA SEIS(6,0), TERÃO SEUS NOMES FIXADO NO MURAL DA ESCOLA, DENTRE ESSES ALUNOS QUE SÃO CONHECIDOS COMO ESTRELAS DA ESCOLA SÃO ESCOLHIDOS OS TRÊS MELHORES BOLETINS, QUE RECEBERAM UMA PREMIAÇÃO E TERÃO SEUS NOMES DIVULGADOS EM UMA RÁDIO LOCAL DE GRANDE AUDIÊNCIA.


VEJAMOS OS RESULTADOS!!!


Nomes

Série

Turno

1º Bimestre

Francisco Whatila de Lima Dantas




2º C

Noite

2º Bimestre

Francisco Whatila de Lima Dantas

Eliane Barros de Souza

Djenifer Rafael Valetim da Silva

2º C

1º A

9º A

Noite

Tarde

Tarde

3º Bimestre







4º Bimestre








quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Breve Histórico da Escola

Breve Histórico da Escola

Decreto 18 ,501, de 9 de Maeço de 1987.
Cria a Escola de 1ª grau que indica e dá outra providêcia.

O governador do estado do ceará, no uso da atribuição que lhe confere o artigo 74,|||, da constituição do estado.
DECRETA:
Art. 1 fica criada uma escola de 1ª grau localizada em Juazeiro do Norte -CE, com a denominalção de escola de 1ª grau Prefeito Antônio convserva Feitosa.
Art. 2 este decreto estará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
PALACIO DO GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, aos 09 de março de 1987.

Antonio Gomes da Silva Camara.
IRAPUARI DINIZDE AGUIAR

O Parque Antônio Vieira é um bairro situado na periferia urbana de Juazeiro do
Norte, proximo ao Crato. Até o ano de 1987, o referido Bairro, como também as imediações, era desprovidos de qualquer beneficio para a comunidade.
Foi esta escola o primeiro bem público instalado. Em seguida, com a ajuda do Padre Pedro, da paróquia Salesiana, outros bAeneficios foram adiquiridos: uma igreja foi edificada, terrenos foram doados para as pessoas que não tinham moradia, lavandeiria pública, creche, posto de saúde, e etc.
Esta unidade escolar foi criada pelo decreto do gonvernador público no diário oficial de 09/03/1987, recebendo o nome de escola de 1 grau pefeito António Conserva Feitosa, em homenagem a um pernambucano que gonvernou Juazeiro do Norte, por duas gestões: de 06 de janeiro de 1948 a 14 de janeiro de 1951, de 25 de março de 1959 a 24 de março de 1963.
No ano de 1987, a secretaria de educação do estado era aqui representada pela 5 delegacia de ensino – 5 DERE, tendo com delegada a professora Cicera Germano que nomeou para serem as primeiras diretoras da escola as professoras: Raimunda Gonçalves Oliveira e Martha Maria Macedo Bezerra, sendo também nomeada para a secretária a funcionária Maria de Fátima Barbosa Costa.
Os trabalhos foram inciados com matrículas do pré-escolar á 3 série, apenas no turno matutino. durante esta primeira gestão que foi de 1987 a 1994 ,
o corpo docente e funcionários passaram por grandes dificuldades. O estado passava por várias dificuldades, no entanto, o compromisso e responsabilidade de todos promoveram a escola:
Os primeiros professores foram:
. Ana Maria Serra Alves
. Maria de Lurdes de Jessus
. Ana Alves de Oliveira Silva
. Maria do Carmo de Almeida
. Ana Paula Peixote Bezerra
. Maria Herbene Rocha Vieira
. Maria Luci F. de Sousa.

A secretaria de educação criou na época vários mecanismos afim de solucionar as carências com: suplementação, complementação de contratos via prefeitura, de forma que não havia estabilidade no quadro docente.
Nesta época a unidade escolar não tinha muro e nem dispunha de funcionários suficientes, rotineiramente acontecia assalto ao patrimônio que já era precário.
A partir de 1994, a direção afastou-se para aguardar aposentadoria, assumindo duas rofessoras que já compunham o quadro da escola. Nomeadas
pela então Delegada do Ensino Maria Loureto Lima Fernandos Matos Fraça e
Maria Goretti dos Santos Teixeira deram continuidade aos trabalhos durante dois anos.
Em 3 de setembro de 1985 a secretaria de educaão do estado do ceará SEDUC promoveu o 1ª concurso público com eleição direta para diretores sendo eleitas a professoras Fernandas Matos França e Maria Goretti dos Santos Teixeira prestanto relevantes serviços a comunidade até 1998.
No final de 1998, deu-se o 2ª concurso pulico e assumiu o núcleo gestor administrativa Marta Maria Macêdo Bezerra, a coordenadora pedagócica Maria de Lurdes Braga Dantas de Souza e a secretaria Regina Magda Sisnando de Oliveira que implataram o Ensino Médio, ampliaram a escola com duas salas de aula, implataram a sala de leitura e desenvolveram um trabalho com muito esforço pelo crecimento da escola.
Lembramos ainda que no período de 1987 a 1992, não havia recursos financeiros em que os trabalhadores eram desenvolvidos em face aos repasses do FADE e FNDE, com também das capacitações promividas pela secretaria de educação básica, dando ênface ao setor pedagógico.
Em 2009 foi realizado o 3ª curso público de diretores no qual assumiram o Núcleo gestor Diretoria administrativa Luciene Soares Sobreira Gouveia , como a coordenadora Veralucia Fernandes Maurícia e a Secratária Regina Magda Sisnando de Olivera.
Dando continuidade ao trabalho da gestão interior no que se refere ao ensino médio atual administração esta empenhada em preparar a documentação para o conhecimento do referido curso. No que concerne ao processo ensino-apredizagem, vem desempenhando um trabalho voltado para o crecimento do aluno buscando facilitar o acesso ao conhecimento e promover o desenvolvimento da apredizagem não medindo esforços para que o alunado disponha de todo o amterial pedagógico que necessitam.
Tendo em vista o crecimento do número de alunos, fazem-se necessários a construção de mais uma sala para um melhor funcionamento do centro de multimeios, visto que a disponibilidade deste ambiente proporcionará ao educador mais uma ferramenta para a construção para seu próprio saber.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

VÍDEOS

III FEIRA ESTADUAL DE CIÊNCIAS E CULTURA



SÃO JOÃO 2009.1

terça-feira, 16 de junho de 2009

sábado, 2 de maio de 2009

Especialista analisa baixa qualidade da educação mostrada pelos resultados do Enem 2008: "Mesmo o melhor não é bom!"

Para o sociólogo Simon Schwartzman, presidente do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets), o sistema de cotas raciais e para deficientes físicos nas universidades é uma medida demagógica, que não atende às reais necessidades desses grupos e não soluciona os problemas da educação brasileira.

- É preciso dar o atendimento adequado para as necessidades de cada um - diz ele ao Globo. Ex-presidente do IBGE, Schwartzman avalia ainda que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) tem defeitos, mas é melhor que nada, ao traçar um diagnóstico do ensino médio no Brasil, que na média é ruim, seja em escolas públicas ou privadas.
O Globo: Os resultados do Enem servem de referência para os pais escolherem a melhor escola para os filhos?
SIMON SCHWARTZMAN: É uma referência, mas não a única. Se você está interessado que seu filho passe no vestibular, então você escolhe a escola que tem o melhor resultado. Mas essas escolas podem ser muito duras com as crianças, ter um nível de exigência que não faz sentido. Já uma escola com resultado muito ruim tem baixa qualidade, e os pais devem pedir satisfações à instituição. Ter uma boa classificação no Enem pode ser um dos critérios de escolha, mas às vezes o bom resultado vem porque os alunos são tratados à base do chicote. Então, é bom perguntar: você quer isso para seu filho? Tem gente que não quer.
Qual sua opinião sobre as cotas para deficientes e as cotas raciais?
SCHWARTZMAN: O problema do ensino superior não passa pelas cotas. Isso é demagógico, pois não atende às reais necessidades dos mais pobres ou dos deficientes.
Que deficiente precisa de cota?
O que está na cadeira de rodas?
Isso não impede que ele seja um bom aluno e faça vestibular normalmente. Ele vai precisar de outras coisas que facilitem sua mobilidade. Se é uma deficiência visual, é preciso oferecer instrumentos adequados para que o aluno possa superar suas limitações. Se é criada uma regra geral, o que vai acontecer é que vão aparecer deficientes aos montes.
" Há desigualdade na qualidade de ensino, mas o setor público está muito ruim (Simon Schwartzman) "
De modo geral, como o senhor avalia a qualidade do ensino no Brasil?
SCHWARTZMAN: Mesmo o melhor não é bom. Temos um problema de qualidade de cima a baixo.
O senhor acha viável a substituição do vestibular pelo novo Enem?
SCHWARTZMAN: O Enem não vai substituir o vestibular. Ele serve como referência para parte do vestibular nas instituições do Brasil que ainda têm processo seletivo. A maior parte não tem mais vestibular. O setor privado praticamente não tem, e no setor público o vestibular só vale para as áreas mais competitivas. O novo Enem vai funcionar como uma referência que pode ser útil. Mas as universidades que têm cursos mais concorridos vão continuar a ter um sistema de seleção adicional.
O Enem é um bom instrumento para avaliar a qualidade do ensino no Brasil?
SCHWARTZMAN: É um exame que tem problemas, tanto que o Ministério da Educação está trocando e Enem por outro exame. Mas é melhor do que nada. O ideal de uma prova desse tipo é que ela pudesse funcionar como referência para os cursos de ensino médio no Brasil. Mas é uma prova muito mal feita, tanto é que não dá para comparar os resultados de um ano para o outro. A questão de não ser obrigatório também é um problema.
Como o senhor avalia os resultados do Enem de 2008?
SCHWARTZMAN: É basicamente o já se sabia. As escolas públicas são ruins, as particulares são melhores, algumas federais se destacam. Há desigualdade na qualidade de ensino tanto de escolas públicas quanto privadas. Mas, na média, o setor público está muito ruim.
Quais as razões da diferença de qualidade entre o ensino privado e público?
SCHWARTZMAN: Há muitas razões. O ensino privado recebe alunos de maior poder aquisitivo, de famílias com maior escolaridade. As escolas particulares estão interessadas em ter melhores resultados, pois estão competindo no mercado. Na escola pública, grande parte do ensino médio funciona de noite, não tem sistema de estímulo à qualidade, recebe os alunos mais pobres, com mais limitações
Fonte:
Jornal o Globo, 30/04/2009.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Quem é verdadeiramente o Sr.Gilmar Mendes

Jornalista da revista Carta Capital denuncia que programa da TV Câmara que tratava das supostas revelações contidas no computador apreendido pela Polícia Federal na casa do delegado Protógenes Queiroz, referentes à Operação Satiagraha, foi retirado da página da TV a pedido do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. Leandro Fortes escreveu carta dirigida a jornalistas brasileiros relatando o caso e protestando contra a censura.O jornalista Leandro Fortes, da revista Carta Capital, escreveu uma carta aberta aos jornalistas brasileiros denunciando a prática de censura por parte do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. Segue a íntegra da carta e um dos trechos do programa, disponível no Youtube:
"No dia 11 de março de 2009, fui convidado pelo jornalista Paulo José Cunha, da TV Câmara, para participar do programa intitulado Comitê de Imprensa, um espaço reconhecidamente plural de discussão da imprensa dentro do Congresso Nacional. A meu lado estava, também convidado, o jornalista Jailton de Carvalho, da sucursal de Brasília de O Globo. O tema do programa, naquele dia, era a reportagem da revista Veja, do fim de semana anterior, com as supostas e “aterradoras” revelações contidas no notebook apreendido pela Polícia Federal na casa do delegado Protógenes Queiroz, referentes à Operação Satiagraha.Eu, assim como Jailton, já havia participado outras vezes do Comitê de Imprensa, sempre a convite, para tratar de assuntos os mais diversos relativos ao comportamento e à rotina da imprensa em Brasília. Vale dizer que Jailton e eu somos repórteres veteranos na cobertura de assuntos de Polícia Federal, em todo o país. Razão pela qual, inclusive, o jornalista Paulo José Cunha nos convidou a participar do programa.
Nesta carta, contudo, falo somente por mim.Durante a gravação, aliás, em ambiente muito bem humorado e de absoluta liberdade de expressão, como cabe a um encontro entre velhos amigos jornalistas, discutimos abertamente questões relativas à Operação Satiagraha, à CPI das Escutas Telefônicas Ilegais, às ações contra Protógenes Queiroz e, é claro, ao grampo telefônico – de áudio nunca revelado – envolvendo o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres, do DEM de Goiás. Em particular, discordei da tese de contaminação da Satiagraha por conta da participação de agentes da Abin e citei o fato de estar sendo processado por Gilmar Mendes por ter denunciado, nas páginas da revista Carta Capital, os muitos negócios nebulosos que envolvem o Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), de propriedade do ministro, farto de contratos sem licitação firmados com órgãos públicos e construído com recursos do Banco do Brasil sobre um terreno comprado ao governo do Distrito Federal, à época do governador Joaquim Roriz, com 80% de desconto. Terminada a gravação, o programa foi colocado no ar, dentro de uma grade de programação pré-agendada, ao mesmo tempo em que foi disponibilizado na internet, na página eletrônica da TV Câmara. Lá, qualquer cidadão pode acessar e ver os debates, como cabe a um serviço público e democrático ligado ao Parlamento brasileiro. O debate daquele dia, realmente, rendeu audiência, tanto que acabou sendo reproduzido em muitos sites da blogosfera.
Qual foi minha surpresa ao ser informado por alguns colegas, na quarta-feira passada, dia 18 de março, exatamente quando completei 43 anos (23 dos quais dedicados ao jornalismo), que o link para o programa havia sido retirado da internet, sem que me fosse dada nenhuma explicação. Aliás, nem a mim, nem aos contribuintes e cidadãos brasileiros. Apurar o evento, contudo, não foi muito difícil: irritado com o teor do programa, o ministro Gilmar Mendes telefonou ao presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, do PMDB de São Paulo, e pediu a retirada do conteúdo da página da internet e a suspensão da veiculação na grade da TV Câmara. O pedido de Mendes foi prontamente atendido.Sem levar em conta o ridículo da situação (o programa já havia sido veiculado seis vezes pela TV Câmara, além de visto e baixado por milhares de internautas), esse episódio revela um estado de coisas que transcende, a meu ver, a discussão pura e simples dos limites de atuação do ministro Gilmar Mendes. Diante desta submissão inexplicável do presidente da Câmara dos Deputados e, por extensão, do Poder Legislativo, às vontades do presidente do STF, cabe a todos nós, jornalistas, refletir sobre os nossos próprios limites. Na semana passada, diante de um questionamento feito por um jornalista do Acre sobre a posição contrária do ministro em relação ao MST, Mendes voltou-se furioso para o repórter e disparou: “Tome cuidado ao fazer esse tipo de pergunta”. Como assim? Que perguntas podem ser feitas ao ministro Gilmar Mendes? Até onde, nós, jornalistas, vamos deixar essa situação chegar sem nos pronunciarmos, em termos coletivos, sobre esse crescente cerco às liberdades individuais e de imprensa patrocinados pelo chefe do Poder Judiciário? Onde estão a Fenaj, e ABI e os sindicatos?
Apelo, portanto, que as entidades de classe dos jornalistas, em todo o país, tomem uma posição clara sobre essa situação e, como primeiro movimento, cobrem da Câmara dos Deputados e da TV Câmara uma satisfação sobre esse inusitado ato de censura que fere os direitos de expressão de jornalistas e, tão grave quanto, de acesso a informação pública, por parte dos cidadãos. As eventuais disputas editoriais, acirradas aqui e ali, entre os veículos de comunicação brasileiros não pode servir de obstáculo para a exposição pública de nossa indignação conjunta contra essa atitude execrável levada a cabo dentro do Congresso Nacional, com a aquiescência do presidente da Câmara dos Deputados e da diretoria da TV Câmara que, acredito, seja formada por jornalistas.
Sem mais, faço valer aqui minha posição de total defesa do direito de informar e ser informado sem a ingerência de forças do obscurantismo político brasileiro, apoiadas por quem deveria, por dever de ofício, nos defender.
Leandro Fortes Jornalista Brasília, 19 de março de 2009

Foram enviadas cópias desta carta para Sérgio Murillo de Andrade, presidente da Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj); Maurício Azedo, presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI); e Romário Schettino, presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal (SJPDF)
Devemos ficar mais atentos com a forma que este Ministro do Supremo atua. “Só falta agora ele querer calar a sociedade brasileira com seu pedantismo.”
Por:Sandro Leonel
PS-O vídeo no Youtube tem o seguinte titulo: Por que Gilmar Mendes censurou programa da TV Câmara.

terça-feira, 17 de março de 2009

Congressos e Cursos de Geografia e Ciências afins.

EVENTOS – 2009

- XIX ENCONTRO NACIONAL DE GEOGRAFIA AGRÁRIA – XIX ENGA. Formação e contemporaneidade da diversidade sócio-espacial no campo. Universidade de São Paulo, 02 a 07 de fevereiro de 2009.
http://www.geografia.fflch.usp.br/inferior/laboratorios/agraria/Programação_ENGA_30_anos.htm

- ENCONTRO NORTE-NORDESTE DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM GEOGRAFIA – ANPEGE. FORTALEZA, 25 A 27 DE MARÇO DE 2009 - PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ – UFC

- XII ENCONTRO DE GEÓGRAFOS DA AMÉRICA LATINA – “Caminhando numa América Latina em transformação”. Universidad de la República, Montevideu, Uruguai 3 a 7 de abril de 2009http://www.egal2009.com

- II SEMINÁRIO DE HISTÓRIA E CULTURA HISTÓRICA - 80 anos dos Annales: contribuições historiográficas - Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal da Paraíba, 20 e 23 de abril de 2009.

- VIII Encontro Nacional e I Encontro Internacional com o Pensamento de Milton Santos. “Lugar-Mundo: Perversidades e Solidariedades”. Natal, RN, 13 a 15 de maio de 2009 - Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN. http://www.cchla.ufrn.br/geoesp/milton/#

- 61ª Reunião Anual da SBPC. AMAZÔNIA: CIÊNCIA E CULTURA. Manaus, AM, 12 a 17 de julho de 2009 - Universidade Federal do Amazonas – UFAM. http://www.sbpcnet.org.br/manaus/

- XIII SBGFA - SIMPÓSIO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA FÍSICA APLICADA. Universidade Federal de Viçosa. Viçosa, MG, 06 a 10 de julo de 2009. http://www.geo.ufv.br/simposio

- X ENCONTRO REGIONAL DE ESTUDOS GEOGRÁFICOS: Geografia e (Des)envolvimento da/na Região Nordeste: uma leitura crítica geográfica. Campina Grande, PB, 22 a 25 de julho de 2009 - Associação dos Geógrafos Brasileiros – AGB/Seção Campina Grande (Seções locais Aracaju, Fortaleza, Guarabira, João Pessoa e Recife).

- 10º Encontro Nacional de Prática de Ensino em Geografia – ENPEG. Porto Alegre, RG, 30, 31 de agosto e 01 e 02 de setembro de 2009. Campus Central da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. http://www.ufrgs.br/faced/enpeg/

- XII Congresso da Associação Brasileira de Estudos do Quaternário - IV Congreso Argentino de Cuaternario y Geomorfología - II Reunión sobre el Cuaternario de América del Sur. La Plata, Argentina, 21-23 de setembro de 2009. http://www.abequa.org.br/

- XI Simpósio Nacional de Geografia Urbana - XI SIMPURB: VINTE ANOS DE REFLEXÕES SOBRE O URBANO E A CIDADE - Transformações e tendências. Universidade de Brasília, DF, 01 a 04 de Setembro de 2009. www.xisimpurb.unb.br

- VIII Encontro Nacional da Anpege
Curitiba/PR – 28 de setembro a 02 de outubro de 2009
http://www.anpege.org.br/

- Seminário História do Pensamento Geográfico – Novembro 2009
(Ano França no Brasil – de 21 de abril a 15 de novembro). PPGG/UFPB

segunda-feira, 16 de março de 2009

A PRODUÇÃO DO ESPAÇO E O ESTADO

A PRODUÇÃO DO ESPAÇO E O ESTADO

Prof.Sandro Leonel

O que é Estado?Conjunto das instituições que formam a organização político-administrativa de um povoou nação: o Governo, Forças Armadas, as escolas públicas, as prisões, os tribunais hospitais públicos etc.
O Governo é a cúpula administrativa que comanda o estado, e a diferença entre estado e governo é que o governo é somente parte do estado enquanto o estado é mais amplo engloba outros setores alem de compreender as esferas municipal estadual e federal. E todas as atividades estão ligadas a ele.
Dessa forma cada estado corresponde a um povo ou nação, mas existem estado como do Canadá, que não correspondem a uma nação pois existe uma província chamada Quebec que gostaria de ter seu próprio território, existem também outros estados como Israel e palestina que encontram em constantes conflitos e que sonham com a criação do seu próprio território.
O estado engloba todas as funções que não são particulares, a escola, a economia, arrecadação de impostos, o cidadão, todos de alguma forma sofrem a influencia do Estado.Na construção do espaço o estado é muito importante pois representa o poder público de uma sociedade, o estado tem a função na sociedade moderna de implantar a infra-estrutura, como asfalto de água e energia elétrica esgoto e outras obras que facilitam a implantação por parte das empresas particulares de grandes industrias.Enquanto as indústrias montam suas estruturas o governo montam para as empresas a infra-estrutura para que elas possam obter seus lucros cada vez maiores e o Estado possa receber seus impostos. O lucro de uma empresa depende da infra-estrutura do local onde esta localizada a sua empresa.
De 1930 até 1970 as empresas cresceram muito, e o estado era pouco influente sendo percebido somente nas capitais, nesse período as empresas eram estatizadas com a intenção de fortalecer a influência política e econômica do Estado sobre o sociedade (cidadão e empresas).A partir de 1970, essa ordem se inverteu, o Estado passou a privatizar empresas equilibrando o poder de decisão do Estado e as empresas, para que as empresas investissem em novas tecnologias. O Estado passou a comandar a política financeira através de importação e exportação. Com isso sempre que alguma mercadoria estivesse com a demanda maior que a oferta o governo recorria ao mercado internacional.Desde os anos 90, governos e imprensa falam de uma nova ordem mundial, uma correlação de forças no plano internacional de equilíbrio mundial entre estados nacionais.
A Geopolítica. Ordem Multipolar:Existem múltiplas grandes potencias mundiais que disputavam a hegemonia internacional – existia desde antes da segunda Guerra mundial. Apartir de 1945 a ordem existente desmoronou completamente os impérios existentes foram se arruinando e ocorreu a descolonização das nações da África.
Ordem Bipolar:Após a segunda guerra mundial nasceu a ordem bipolar, paises europeus sofreram muitas perdas com a Guerra, a Alemanha foi a grande perdedora e foi dividida em duas “ocidental e Oriental”, o Japão também ficou arrasado foi o único pais do mundo a sofrer os efeitos da bomba atômica.Os Estados unidos e A Rússia foram os grandes vencedores, as atividades industrial nos Estados Unidos desenvolveram muito. Por outro lado a União Soviética apesar das perdas com a Guerra saiu fortalecida no final, a “Bipolaridade” o mundo dominado por duas grandes potencias.Guerra Fria:Surgimento do Bloco Socialista (bloco oriental) que ocorreu após a segunda Guerra mundial, apenas a União Soviética e a Mongólia adotavam o socialismo (economia Planificada), depois vários outros paises seguiram o exemplo Soviético: antiga Iugoslávia, Albânia, Alemanha oriental, e Bulgária, em 1945 a Polônia e Romênia em 1947, a ex-Tchecolosváquia e Coréia do norte em 1948, a China e Hungria em 1949 e mais tarde em Cuba Vietnã, Laos, Comborja e outros.O bloco ocidental, ou capitalista, liderado pelos Estados Unidos e o bloco oriental ou Socialista liderado pela Rússia cada um com a sua área de influencia.A Guerra Fria consistiu numa rivalidade disputa pela hegemonia mundial, foi uma disputa econômica, política e psicológica, onde cada potencia mostrava sua superioridade na tentativa de conseguir mais aliados.Assim de 1945 até o fim de 1980 a União Soviética procurou enfraquecer os governos aliados aos estados unidos. Para isso sustentava os movimentos guerrilheiros contrários aos governos e apoiavam a política Soviética.Por outro lado os Estados Unidos usavam argumentos parecidos para justificar suas atitudes mantendo uma política semelhante a política adotada pelos Soviéticos.A União Soviética dizia representar o Socialismo, e defendia o mundo contra a exploração capitalista e a agressividade norte americana. Por sua vez os americanos batalhavam pela democracia e liberdade contra o totalitarismo soviético.
A Crise da Bipolaridade:As duas superpotências entrou em colapso nos anos 80, entre 89 e 1991 esse colapso foi o resultado do esgotamento das economias planificadas (socialista) e o surgimento de novos pólos mundiais de poder , a União européia, o Japão e mais recentemente a China.
As economias planificadas era o alicerce do socialismo a partir dos anos 80 entraram em crise pelos seguintes motivos: não conseguiram acompanhar a terceira revolução industrial (revolução técnico- cientifico ) empresas flexíveis tomadas de decisão rápidas. A planificação nunca foi muito eficiente determinava de cima para baixo. fatos inesperados aconteciam e atrapalhavam a concretização dos planos que eram qüinqüenais. Também havia falta de motivação para a inovação tecnológica das empresas pois todas eram estatais, por fim a homogeneização salarial quase todos os trabalhadores ganhavam os mesmos salários e residiam em casas semelhantes.
Os novos pólos mundiais advento do surgimento de novas potencias econômicas do globo faz voltar a era da multipolaridade mas alguns autores preferem dizer que existe apenas uma grande potencia para estes vivemos uma nova ordem denominada Unimultipolar onde os Estados Unidos é a única grande potencia.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Participação política e cidadania

Participação política e cidadania
Conforme o contexto histórico, social e político, a expressão "participação política" se presta a inúmeras interpretações. Se considerarmos apenas as sociedades ocidentais que consolidaram regimes democráticos, por si só, o conceito pode ser extremamente abrangente. A participação política designa uma grande variedade de atividades, como votar, se candidatar a algum cargo eletivo, apoiar um candidato ou agremiação política, contribuir financeiramente para um partido político, participar de reuniões, manifestações ou comícios públicos, proceder à discussão de assuntos políticos etc.
Níveis de participação política
O conceito de participação política tem seu significado fortemente vinculado à conquista dos direitos de cidadania. Em particular, à extensão dos direitos políticos aos cidadãos adultos. Sob essa perspectiva, podemos delimitar três níveis de participação política. O primeiro nível de participação pode ser denominado de presença. Trata-se da forma menos intensa de participação, pois engloba comportamentos tipicamente passivos, como, por exemplo, a participação em reuniões, ou meramente receptivos, como a exposição a mensagens e propagandas políticas. O segundo nível de participação pode ser designado de ativação. Está relacionada com atividades voluntárias que os indivíduos desenvolvem dentro ou fora de uma organização política, podendo abranger participação em campanhas eleitorais, propaganda e militância partidária, além de participação em manifestações públicas. O terceiro nível de participação política será representado pelo termo decisão. Trata-se da situação em que o indivíduo contribui direta ou indiretamente para uma decisão política, elegendo um representante político (delegação de poderes) ou se candidatando a um cargo governamental (legislativo ou executivo).
Ideal democrático
Tomando por base sociedades contemporâneas que consolidaram regimes democráticos representativos (países da Europa Ocidental, América do Norte e Japão), o ideal democrático que emergiu nessas sociedades supõe cidadãos tendentes a uma participação política cada vez maior. Contudo, numerosas pesquisas sociológicas na área apontam que não há correlação entre os três níveis de participação política considerados acima. Ademais, a participação política envolve apenas uma parcela mínima dos cidadãos. A forma mais comum e abrangente de participação política está relacionada à participação eleitoral. É um engano, no entanto, supor que haja, com o passar dos anos, um crescimento ou elevação dos índices desse tipo de participação. Mesmo em países de longa tradição democrática, o ato de abstenção (isto é, quando o cidadão deixa de votar) às vezes atinge índices elevados (os Estados Unidos são um bom exemplo). Em outros casos, porém, quando a participação nos processos eleitorais chega a alcançar altos índices de participação, isso não se traduz em aumento de outras formas de participação política (o caso da Itália é um bom exemplo).
Estruturas políticas
A participação política tal como foi conceituada é estritamente dependente da existência de estruturas políticas que sirvam para fornecer oportunidades e incentivos aos cidadãos. Em sistemas democráticos, as estruturas de participação política consideradas mais importantes estão relacionadas com o sufrágio universal (direito de voto) e os processos eleitorais competitivos em que forças políticas organizadas, sobretudo partidos políticos, disputam cargos eletivos. Também é preciso salientar a importância das associações voluntárias, provenientes de uma sociedade civil de tipo pluralista. Essas entidades atuam como agentes de socialização política, servindo, portanto, de elo de conexão e recrutamento entre os cidadãos e as forças políticas organizadas.

Relevo, clima, vegetação e população EUROPA

Relevo, clima, vegetação e população
No sentido estritamente geológio e geográfico, a Europa é uma grande península, a parte ocidental da Eurásia ou continente eurasiano. Por motivos culturais, considera-se a Europa como um região continental. Trata-se de um continente pequeno, cuja superfície é de 10.400.000 Km2 (apenas cerca de 2 milhões de quilômetros quadrados a mais que o território brasileiro).Por outro lado, ela conta com cerca de 800 milhões de habitantes, sendo o terceiro continente mais populoso, após a Ásia e a África. A história e a cultura européia influenciaram indiscutivelmente o mundo inteiro. A posição central da Europa em relação aos outros continentes e penetração marítima sempre favoreceram a comunicação entre as populações das diversas regiões e as migrações para outras áreas do mundo.Os mares constituem os maiores limites naturais da Europa. Ao Norte, ela é delimitada pelo oceano glacial Ártico; a Oeste, pelo oceano Atlântico, ao Sul, pelo mar Mediterrâneo e o mar Negro; a Leste, pelo mar Cáspio e ainda pela cadeia montanhosa dos Urais e pelo rio Ural.
Relevo
A Europa é composta de um conjunto de penínsulas unidas. As maiores delas são a "terra firme" e a Escandinávia, no norte, divididas pelo mar Báltico. Três penínsulas menores (Ibérica, Itálica e Balcânica) despontam da margem sul do território no Mediterrâneo, separando o continente da África. No Leste, a terra firme se estende até os limites do continente com a Ásia, nos Urais.Os relevos europeus mostram grandes desníveis em áreas relativamente pequenas. Alternam-se extensas planícies (Europa báltica, Europa Central), maciços pré-cambrianos (Escandinávia, Escócia) ou paleozóicos (Maciço Central, Vosges, maciço Xistoso-Renaro, Meseta Ibérica) e elevadas cadeias terciárias (Alpes, Pireneus, Cárpatos, Cáucaso). As diferenças geográficas explicam a separação das nações européias ao longo da história.
Hidrografia
A Europa possui três regiões hidrográficas: a dos rios atlânticos, como Minho (Espanha e Portugal), Sena (França), Mosa (França, Bélgica e Países Baixos) e Tâmisa (Inglaterra), que são coletores de planície e apresentam caudal regular durante todo o ano; a dos rios de planície, como Vístula (Polônia), Dniepre (Rússia, Belarus e Ucrânia), Dniester (Ucrânia e Moldávia), Don (Rússia) e Volga (Rússia), que apresentam longos trechos navegáveis e que congelam no inverno; e a dos rios mediterrâneos, como Ebro (Espanha), Garona (Espanha e França), Ródano (Suíça e França) e Pó (Itália), que possuem curso muito irregular e estão sujeitos a longas estiagens no verão. Os regimes do Danúbio (Alemanha, Áustria, Eslováquia, Hungria, Croácia, Sérvia, Bulgária, Romênia, Moldávia e Ucrânia.) e do Reno (a Suíça, a Áustria, o Liechtenstein, a Alemanha, a França e os Países Baixos) variam conforme a região que atravessam.
Clima
O continente apresenta grande variedade climática devido à configuração topográfica, que permite a penetração da influência moderadora do oceano Atlântico. Há três tipos de clima: o oceânico, o continental e o mediterrâneo. O primeiro se estende pela faixa ocidental, da Noruega a Portugal. O clima continental predomina na Polônia, no leste da Alemanha, nas regiões banhadas pelo Danúbio, na Suécia, na Finlândia, nos países bálticos e nas regiões européias da Rússia. O clima mediterrâneo cobre uma grande extensão do continente em virtude do longo corredor formado pelo mar Mediterrâneo, que atrai as massas de ar atlânticas no outono e no inverno. Abrange sobretudo o sul da França, a Espanha, a Itália e a Grécia.
Flora e fauna
Há cinco regiões botânicas. A tundra aparece nas áreas mais ao Norte do continente (Escandinávia, Islândia, Rússia). A faixa situada ao sul dessa área é coberta pelo bosque boreal de coníferas (pinheiros, abetos e lariços). O bosque temperado se estende ao longo da costa atlântica (faias, carvalhos, tílias) e limita-se, a leste, com a estepe, cuja vegetação gramínea se prolonga da Hungria à Ucrânia. Ao sul do bosque temperado, prevalece a vegetação mediterrânea (pinheiros, azinheiras e sobreiros).A ação humana reduziu o número e o hábitat das espécies selvagens européias. Na zona mais setentrional vivem animais de peles finas, como a rena e a foca. Nos bosques temperados habitam o urso pardo, a raposa, o lince e a lontra, e, na área mediterrânea, lebres, javalis, perdizes e faisões. A montanha apresenta uma fauna peculiar, com animais como o alce e o cabrito montês.
Composição étnica
A Europa é o continente de maior densidade populacional do mundo e de mais equilibrada distribuição demográfica. Os povos europeus são em sua maioria caucasóides (brancos), com exceção dos lapões, búlgaros, turcos, magiares e finlandeses, de origem mongolóide.
Línguas
A maioria das línguas européias procede do tronco indo-europeu. Os grupos mais importantes são: o neolatino ou românico (francês, italiano, espanhol, português, provençal, sardo, reto-romeno,etc.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Bolívia é o 3° país da América Latina livre de analfabetismo

Depois de Cuba e Venezuela, a Bolívia tornou-se, dia 20 de dezembro, área livre de analfabetismo. Mais de 819 mil pessoas foram alfabetizadas em um universo de 824.101 analfabetos detectados. Mobilização envolveu trabalho de 130 assessores cubanos e 47 venezuelanos que capacitaram técnicos bolivianos na aplicação do método audiovisual cubano "Yo sí puedo". Programa Nacional de Alfabetização teve um custo estimado de 36,7 milhões de dólares.
Rosa Rojas - La Jornada

La Paz – Com três anos de formidável mobilização social, somada à vontade política de um indígena que queria ser presidente para alfabetizar a Bolívia e à solidariedade dos governos e povos de Cuba e Venezuela, se logrou a proeza: neste sábado, 20 de dezembro, o segundo país pobre da América depois do Haiti foi declarado área livre de analfabetismo. A Bolívia converteu-se, assim, no terceiro país que conseguiu vencer o analfabetismo na América Latina, depois de Cuba, em 1961, e da Venezuela, com apoio cubano, em 2005. Os números: 819.417 pessoas alfabetizadas em um universo de 824.101 analfabetos detectados (99,5%); 28.424 pontos de alfabetização criados nos nove departamentos da Bolívia; 130 assessores cubanos e 47 venezuelanos que capacitaram 46.457 facilitadores e 4.810 supervisores bolivianos na aplicação do método audiovisual cubano "Yo sí puedo".
E algo mais: aqui o analfabetismo tinha "cara de mulher", dado que mais de 85% dos alfabetizados eram do gênero feminino, explicou à La Jornada o embaixador cubano na Bolívia, Rafael Dausá. As mulheres também eram a maioria de um grupo ruidoso que, às sete da manhã de um domingo, na comunidade de Quila Quila, departamento de Chuquisaca, compareceu para sua aula de alfabetização no local instalado junto ao museu paleontológico construído pelos membros da comunidade para albergar os restos de animais pré-históricos encontrados no lugar. Ali, dona Juana, de uns 70 anos, segurava seu lápis com o punho cerrado enquanto murmurava angustiada "não vou conseguir". Ao final da primeira meia hora em frente ao televisor olhando o "Yo sí puedo" com a ajuda de um facilitador, ela sorria enquanto se esforçava para desenhar sua primeira linha de redondos "os".
Um painel solar dava energia à televisão e ao aparelho de vídeo-cassete utilizado para dar as aulas nessa comunidade. Cuba doou para o Programa Nacional de Alfabetização da Bolívia (PNA) 30 mil televisores e uma igual quantidade de aparelhos de vídeo, 1,2 milhão de cartilhas, os correspondentes jogos das 17 fitas do método audiovisual e os manuais para os facilitadores. Cubanos e venezuelanos doaram também 8.350 painéis solares para outras comunidades carentes de energia elétrica na intrincada geografia boliviana, salpicada de povos marginalizados. O embaixador Rafael Dausá nunca falou de dinheiro. Quem deu as cifras foi o ministro de Educação boliviano, Rafael Aguilar, que informou que o PNA teve um custo de 260 milhões de bolivianos, ou seja, um valor equivalente a cerca de 36,7 milhões de dólares.
Esse dado, porém, não quantifica a energia, a solidariedade, a vontade de aprender, o esforço continuado, as caminhadas de horas e horas para chegar a uma comunidade e assistir aulas depois de uma árdua jornada no campo, de um dia de vendas no mercado ou na rua, uma longa manhã ou tarde engraxando sapatos ou depois do dificultoso exercício de serviços sexuais. Tampouco quantifica a dedicação e o carinho desses assessores cubanos e venezuelanos que deixaram seu país, seu lugar, sua família, por dois anos para colaborar na missão de eliminar o analfabetismo. É um trabalho que, na Bolívia, significou "uma experiência dura, mas muito linda", nas palavras da assessora cubana Maribel Romagosa, que exigiram enfrentar condições – como o clima frio e a altitude – totalmente diferentes das encontradas em Cuba.
A tarefa não esteve isenta de problemas. Algumas autoridades municipais não cooperavam com o transporte para mobilizar as comunidades mais afastadas. Alguns diretores de unidades educacionais ou de serviço social se negavam a emprestar um local para as aulas, segundo o facilitador Joaquín Calle. Além disso, alguns dos alfabetizados aprenderam escassamente a assinar seu nome e a reconhecer algumas letras, como se pode comprovar com egressos do curso. As profissionais do sexo que oferecem seus serviços em uma praça pública de La Paz não puderam assistir aulas com o tradicional equipamento de televisão e vídeo-cassete. Calle, que trabalhou com elas, relatou que elas assistiam as aulas sob um pórtico, "onde o equipamento poderia ser roubado". Nesse lugar, sentadas no chão, conversamos com cinco delas que se ufanavam de já saber ler, escrever e assinar seu nome.
Uma história de marginalização e de exclusão por detrás de cada analfabeto. Uma epopéia pessoal e coletiva de vontade e dignidade por detrás de cada uma e cada um que recebeu seu diploma ao graduar-se no "Yo sí puedo" em cerimônias encabeçadas pelo diretor da escola, do asilo de idosos, do líder do mercado, onde se ministraram os cursos, ou do presidente boliviano Evo Morales, que assistiu a dezenas dessas cerimônias portando invariavelmente o colar de flores, frutas ou pães que colocam em seu pescoço e o punhado de confetes que jogavam em seu cabelo cada vez que assisti às festas de conclusão das aulas. Cerimônias que, geralmente, foram silenciadas pelos meios de comunicação bolivianos que apenas ocasionalmente as registravam, mas destacando uma declaração controversa do presidente.
Como iniciou o PNA? Dausá explicou que em uma conversa entre o então presidente eleito da Bolívia e o ainda presidente Fidel Castro, no dia 29 de dezembro de 2005, eles falaram de uma nova etapa que se abria no país andino e firmaram um documento com uma série de acordos para apoios em matéria de saúde e educação, nos quais se estabelecia especificamente o apoio que Havana daria a Bolívia para implementar o PNA. Menos de dois meses depois, na segunda metade de fevereiro de 2006, chegaram os primeiros assessores cubanos da campanha e os cursos foram inaugurados em Camiri, departamento de Santa Cruz, no dia 1° de março. Em 1° de junho se fez a primeira graduação em Cochabamba. Agora, no dia 20 de dezembro de 2008, a Bolívia é declarada "livre de analfabetismo como fenômeno social", indicou o diplomata.
Não pode haver analfabetismo zero, porque sempre há alguma pessoa incapacitada que não pode ou alguma pessoa que não quer aprender a ler e escrever. Os padrões reconhecidos pela Organização das Nações Unidas estão em torno de 3,9 ou 4%; se existe uma cifra como essa ou menor, considera-se um país livre de analfabetismo como fenômeno social. O índice cubano é de aproximadamente 0,7%, diz Rafael Dausá. Com o método "Yo sí puedo" já foram alfabetizadas mais de 3 milhões de pessoas no mundo. Atualmente, esse método está sendo implementado em 28 países, incluindo o México, com o apoio de assessores cubanos. Para atingir esses resultados, o programa foi adaptado em mais de 16 versões, porque não é a mesma coisa alfabetizar alguém no Haiti do que o fazê-lo na Venezuela ou na Bolívia.
Assim, um grupo de bolivianos foi a Cuba para gravar o método em espanhol, em quechua e em aymara. A expectativa era alfabetizar 200 mil pessoas em quechua (só se conseguiu fazê-lo com 24 mil) e 300 mil em aymara (mas unicamente 30 mil solicitaram alfabetização neste idioma). A grande maioria preferiu o espanhol, explicou o diretor nacional de Alfabetização, Benito Ayma. "Antes, falar aymara e quechua era muito mais difícil, porque até para os jovens era uma vergonha falar em sua própria língua; este é um processo que tem que mudar; o governo do povo encabeçado por Evo tem apenas três anos, mas ainda há uma dívida histórica", assinalou Ayma. Além disso, detalhou, foram entregues 200 mil óculos aos participantes do Programa Nacional de Alfabetização que apresentaram problemas de visão.
Rafael Dausá e Benito Ayma anunciaram que uma segunda etapa, a da pós-alfabetização, será iniciada em fevereiro de 2009 com o programa "Yo sí puedo seguir" para a implementação do ciclo básico (primário), com um período de dois ou três anos, com conteúdos de espanhol, matemática, geografia, história e ciências. "Acredito francamente que estamos a ponto de realizar uma tarefa muito importante na Bolívia, e temos trabalhado nisso com grande seriedade, sobretudo sabendo que sempre vamos enfrentar muitos críticos que jamais fizeram alguma coisa até hoje para alfabetizar o povo da Bolívia, mas que, diante de uma tarefa tão importante como esta, tratarão de questionar os resultados", comentou Dausá.

Por:Prof.Sandro Leonel

A estratégia Jarbas

Não é difícil entender as razões por trás da entrevista do senador Jarbas Vasconcellos à revista Veja.
Na entrevista ele acusa seu partido, o PMDB, de abrigar corruptos e lutar por cargos. Faltou explicar onde está a novidade.
No governo FHC, esse mesmo PMDB, tendo como pontas-de-lança o Ministro dos Transportes Eliseu Padilha e Gedel Vieira Lima, uma seleção enriquecida por Gilberto Miranda e outros notáveis, negociou cargos, benesses e massacrou Itamar Franco na convenção do partido. E os episódios ocorreram nos tempos em que Jarbas era dos grandes nomes do partido. É o mesmo PMDB de agora, com os mesmos personagens de antes.
O papel do PMDB e as formas de cooptá-lo fazem parte do know-how de governabilidade criado por FHC e apropriado por Lula. Então, qual a razão da indignação tardia de Jarbas? É aí que se entra na parte mais interessante da entrevista: a maneira como foi preparada.
Na semana passada Lula colocou o bloco de Dilma na rua. O fato veio acompanhado da divulgação das pesquisas de popularidade do governo, da constatação de que as medidas anticíclicas começam a dar certo, do encontro de prefeitos.
Esse início, aparentemente avassalador, assustou o PSDB. Serra ensaiou seu PAC contra a crise (cinco meses depois da crise deflagrada!). E, em reunião na casa de FHC, decidiu-se, de um lado, acirrar os ataques ao governo no Congresso, dificultando a aprovação de medidas. De outro, criar um fato político que contrabalançasse o jogo. Não havia denúncias à mão. As grandes denúncias ficaram no primeiro governo Lula. As denúncias-tapioca não pegam mais.
Decidiu-se, então, pela entrevista do Senador Jarbas Vasconcellos à revista Veja. Jarbas é ligado a Serra e, muitas vezes, pensou-se na dobradinha para as eleições presidenciais. Há tempos perdeu o ímpeto político. Na segunda metade do seu governo, praticamente passou o comando ao vice-governador e alienou-se completamente da administração. Questões existenciais compreensíveis, pelas quais passam todas as pessoas. Mas tem uma bela reputação, formada nos tempos em que era do extinto PMDB autêntico.
Foi convocado, então, para criar o fato político. O órgão escolhido foi a revista Veja – com a qual Serra mantém relações recentes, porém estreitíssimas (é ele, por exemplo, o principal avalista do tipo de jornalismo praticado por Reinaldo Azevedo).
A entrevista de Jarbas é um prato feito e óbvio. Primeiro, critica seu próprio partido, para ganhar credibilidade – e porque o partido está na base de sustentação do governo.
Depois, parte para os ataques seletivos. Ataca o presidente do Senado José Sarney, que é contra Serra, e poupa o da Câmara, Michel Temer, que é a favor. A rigor, não existe diferença de estilo entre ambos. Até pouco tempo atrás, a Codesp era loteada para Temer. Depois, atacou Renan Calheiros, que é contra Serra, e poupou o alvo preferencial dos moralistas políticos do passado, Orestes Quércia – que virou serrista.
Julgando ter passado uma visão desprendida da política, uma visão escoteira do sujeito só e com sua consciência, Jarbas ganha moral para avançar no alvo que interessa. Aponta a conivência de Lula com a corrupção – por só demitir acusados depois de comprovada a culpa -, deixa de lado pontos chatos – como o amplíssimo sistema de cooptação montado por Eliseu Padilha no DNER, no tempo de FHC. Critica a Bolsa Família e se refere assim aos possíveis candidatos de 2010:
Sobre Dilma
Como o senhor avalia a candidatura da ministra Dilma Rousseff?
A eleição municipal mostrou que a transferência de votos não é automática. Mesmo assim, é um erro a oposição subestimar a força de Lula e a capacidade de Dilma como candidata. Ela é prepotente e autoritária, mas está se moldando. Eu não subestimo o poder de um marqueteiro, da máquina do governo, da política assistencialista, da linguagem de palanque. Tudo isso estará a favor de Dilma.
Sobre Serra
O senhor parece estar completamente desiludido com a política.
Não tenho mais nenhuma vontade de disputar cargos. Acredito muito em Serra e me empenharei em sua candidatura à Presidência. Se ele ganhar, vou me dedicar a reformas essenciais, principalmente a política, que é a mãe de todas as reformas.
Ou seja, a opinião sobre Serra é desinteressada, apenas de um apaixonado. Mesmos os amigos mais fiéis de Serra jamais deixaram de reconhecer nele as características que Jarbas aponta em Dilma: autoritário e prepotente. Mas a paixão é cega.
Dado o tiro de largada, ontem o Jornal Nacional repetiu e hoje os analistas políticos passam ao seu esporte predileto: a indignação seletiva.
A política brasileira é uma colcha de retalhos, com furos para todos os lados. O que a imprensa faz é selecionar o furo que lhe convém e aplicar na defesa dos seus próprios interesses – e de seus aliados.
Só que a imagem de imprensa neutra e defensora dos altos valores da moralidade já não existe: se esboroou a partir da campanha de 2006.
Um ano depois, alguém ousaria dizer que Veja é melhor do que Renan?
Fonte:http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2009/02/17/a-estrategia-jarbas/
Texto org pelo prof.Sandro Leonel

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