sábado, 20 de setembro de 2008

A Nova (Des)Ordem Financeira

Fortalecidos por 25 anos de desregulação dos mercados, fundos globais gigantescos tornaram-se capazes de dobrar os Estados, o FMI e os grandes bancos. Por que eles se envolvem em operações cada vez mais arriscadas, a ponto de até defensores do capitalismo temerem seu poder
Gabriel Kolko
Fonte: Le Monde
Jamais o sistema financeiro mundial foi tão opaco. O montante diário das transações de câmbio, há algumas décadas aproximadamente igual ao capital de um grande banco dos Estados Unidos, equivale hoje ao capital acumulado dos cem primeiros bancos norte-americanos.
Os aventureiros das finanças inventam, constantemente, novos "produtos" que desafiam, ao mesmo tempo, os Estados-Nações e os bancos internacionais. Em maio de 2006, o diretor-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Rodrigo de Rato, lamentou esses novos riscos, fortemente agravados pela fraqueza do dólar e pelo déficit comercial dos Estados Unidos. Seus temores refletem a desorganização, tanto estrutural quanto intelectual, que abala atualmente o FMI.
Do ponto de vista estrutural, o volume dos créditos do Fundo e de seus empréstimos baixou espetacularmente, caindo de mais de 70 bilhões, em 2003, a US$ 20 bilhões, no final de julho de 2006. Isso reduziu de forma sensível a influência do FMI sobre a política econômica dos países em desenvolvimento e fez a renda da instituição cair abaixo do limite requisitado por seus custos de funcionamento elevados. O FMI reconhece estar "quantitativamente marginalizado" [1]. Suas dificuldades devem-se, muito amplamente à duplicação, desde 2003, dos preços mundiais das matérias-primas (petróleo, cobre, prata, zinco, níquel, etc.), das quais os países em desenvolvimento são tradicionais exportadores, o que lhes permitiu quitar dívidas por antecipação, reduzindo dessa forma o papel do Fundo.
Essas altas vão continuar, porque o rápido crescimento econômico da China, da India e de outros países acarreta um aumento brutal da demanda — o que não existia, quando a balança comercial externa era sistematicamente favorável aos países ricos. Além disso, a posição relativa dos Estados Unidos em termos de ativos líquidos no exterior deteriorou-se a favor do Japão, dos países emergentes da Ásia e dos países exportadores de petróleo, que afirmam seu poder e tornam-se, cada dia mais, credores de Washington. O aprofundamento dos déficits norte-americanos empurra o dólar para baixo: queda de 28% em relação ao euro, somente no período de 2001-2005.
Intelectualmente, o FMI e o Banco Mundial encontram-se igualmente na defensiva, após a série de crises financeiras na Ásia, na Rússia e na América Latina, entre 1997 e 2000. Inúmeros de seus dirigentes mais famosos afirmam não mais acreditar nas premissas do pensamento econômico clássico do laissez-faire, que até este momento inspiraram suas políticas. Vários deles admitem, no entanto, que seu "conhecimento do crescimento econômico é extremamente limitado" e que é necessário dar provas de "mais humildade". Com o propósito de advertência, Stephen Roach, economista chefe do banco Morgan Stanley, afirmou que o mundo "não fez grande coisa para se preparar para aquilo que bem poderia ser a próxima crise" [2].
A nova natureza da sistema financeiro
A própria natureza do sistema financeiro mundial não tem estritamente mais nada a ver com as políticas econômicas nacionais "virtuosas" recomendadas pelo FMI. Os gestores das carteiras de fundos de investimento e os grandes bancos marginalizaram os bancos nacionais e os organismos internacionais. Os arrojados operadores da Bolsa (traders) levaram a melhor sobre os banqueiros tradicionais mais prudentes, pois a compra e a venda de ações, de obrigações e outros produtos "derivativos" [3] permitem obter os lucros mais importantes e a regra, agora, é assumir riscos mais elevados.
Esses operadores são remunerados com base dos lucros obtidos – quer sejam fictícios ou reais. Habitualmente, colocam em jogo os fundos depositados em sua instituição. Baixas taxas de juros e bancos interessados em emprestar dinheiro apenas a "hedge funds" (fundos especulativos de altos riscos) e a firmas especializadas em operações de fusão-aquisição deram aos fundos toda a margem de manobra necessária para jogar no cassino das finanças — tanto nos Estados Unidos como no Japão e em outros pontos do mundo. Eles conceberam uma série de fusões mais que duvidosas, que antigamente teriam sido julgadas temerárias. Em certos casos, as recapitalizações financiadas por empréstimos (leveraged recapitalisations) [4] lhes permitem obter enormes honorários e dividendos que aumentam na mesma proporção o endividamento da empresa. Quanto ao que acontecerá a seguir — bem, isso não será mais problema deles...
Desde o início de 2006, os bancos de investimentos multiplicaram seus empréstimos destinados a compras de empresas, afastando os bancos comerciais que até então dominavam esta atividade. Para conquistar fatias importantes do mercado, os bancos de investimento "vivem perigosamente", segundo os termos do responsável pela representação dos empréstimos bancários da Standard & Poor. Eles se lançam em operações cada vez mais arriscadas. Esse é o motivo pelo qual "os observadores prevêem uma sensível alta do número de empresas fortemente endividadas que se encontrarão impossibilitadas de efetuar os pagamentos", como o assinalava o Financial Times em julho último [5].
Quando o próprio FMI sente-se alarmado
Mas como as cláusulas jurídicas destinadas a proteger os investidores foram reduzidas, os credores têm menos possibilidades de obrigar as empresas mal gerenciadas a se declarar em impossibilidade de pagar suas dívidas. Conscientes de que suas apostas são a cada dia mais arriscadas, os hedge funds arranjam-se para que seja muito mais difícil retirar o dinheiro com o qual eles especulam. Os operadores reposicionaram-se como intermediários entre os devedores tradicionais – nacionais e privados – e os mercados. Isso contribui para desregulamentar um pouco mais ainda a estrutura financeira mundial e aumentar sua vulnerabilidade às crises. Eles buscam retornos para os investimentos elevados e assumem, em nome disso, riscos cada vez maiores.
A situação é tão inquietante que, no início de 2006, o FMI fez uma publicidade não habitual a uma obra publicada por Garry J. Schinasi: Safeguarding Financial Stability [6]. Este livro, alarmista, revela as angústias do Fundo com abundância de detalhes perturbadores. Em essência, a "desregulamentação e a liberalização" que o Fundo e os partidários do "Consenso de Washington" [7] preconizam há décadas tornaram-se um pesadelo. Certamente, assegura o autor, esta política produziu "benefícios sociais e privados fenomenais" [8], mas ela encobre também "um potencial (…) de fragilidade, de instabilidade, de risco sistêmico e de conseqüências econômicas desfavoráveis."
Soberbamente documentada, a obra de Schinasi conclui que o desenvolvimento irracional da economia globalizada, conjugada à desregulamentação, "ampliou o perímetro da inovação em matéria de finanças e aumentou a mobilidade dos riscos". Garry J. Schinasi e o FMI preconizam um quadro radicalmente novo para acompanhar de perto e prevenir os problemas que podem aparecer. Mas, para que a opração seja bem sucedida, será necessário tanto "contar com a sorte" quanto com as políticas adaptadas e com o controle dos mercados… Houve um tempo em que a economia não se entregava à sorte para prever o futuro.
Surgido na mesma época e também recomendado pelo FMI, um estudo ainda mais alarmista, redigido por especialistas do establishment financeiro, analisa a miríade de problemas criados pela liberalização do sistema financeiro mundial. Os autores chegam à conclusão de que "os sistemas financeiros nacionais [são] cada vez mais vulneráveis a um risco sistêmico, também recrudescido, e a um número crescente de crises financeiras" [9]. Os especialistas bancários da antiga escola dividem cada vez mais com o FMI a convicção de que esta precariedade é muito mais forte do que antes.
Bancos e Fundo: menos poder, muito mais riscos
A moratória soberana da Argentina (2004) mostrou que os governos que resistiam às pressões do FMI e dos bancos poderiam tirar proveito das divisões entre os Estados-membros da instituição para ignorar a maior parte das suas exigências, se não todas elas. Aproximadamente 140 bilhões de obrigações do Estado, nas mãos de credores privados e do FMI, estavam então em jogo. Os bancos que haviam multiplicado os empréstimos ao país, nos anos 1990, terminaram por pagar o preço.
Com a alta das cotações das matérias-primas, os países emergentes (China, países do Sudeste da Ásia e da América Latina) conheceram, em 2004 e 2005, taxas de crescimento duas vezes mais elevadas que as dos países ricos. Desde 2003, os emergentes detinham 37% dos investimentos diretos estrangeiros (IDE) nos outros países em desenvolvimento. A China conta muito nesse crescimento, o que significa igualmente que o FMI e os ricos banqueiros de Nova York, Tóquio e Londres têm muito menos influência que antigamente. A postura dos bancos em relação ao futuro tornou-se muito mais prudente, após as crises financeiras do final dos anos 1990, nos países emergentes. No entanto, sua exposição aos riscos representados por ações e obrigações destes mercados nunca foi tão forte, em virtude dos rendimentos que buscavam em certos países (como Filipinas ou Zâmbia) e do excesso de liquidez. Como disse um trader, "recomeça uma história de amor" [10].
A crescente complexidade da economia mundial e as negociações que se eternizam na Organização Mundial do Comércio (OMC) não conseguiram superar os subsídios e medidas protecionistas, que são um obstáculo a um acordo global de livre-comércio e ao fim das ameaças de guerras comerciais. O planeta econômico vive agora sob a ameaça de uma instabilidade bem maior – e de perigos mais importantes para os ricos.
O problema financeiro global que se anuncia torna-se inextricável em razão do rápido agravamento dos déficits comercial e orçamentário dos Estados Unidos. Desde que tomou posse em 2001, o presidente George W. Bush elevou em mais de 3 trilhões de dólares a dívida federal, que beira agora os 9 trilhões de dólares. Enquanto a cédula verde continuar a se desvalorizar, os bancos e as operadoras procurarão proteger seus ativos e as aventuras financeiras de altos riscos parecerão cada vez mais atraentes. Antes de sua moeda enfraquecer, Washington preconizava uma maior desregulamentação financeira...
O mundo fantásticos dos hedge funds
Existem, pelo menos 10 mil hedge funds. Quatro, em cada cinco, estão localizados nas Ilhas Caiman. Apesar disso, 400 dentre eles — que administram, cada um, pelo menos um bilhão de dólares — realizam sozinhos 80% das operações. No estado atual, não existe qualquer meio de regulamentá-los. Esses fundos especulativos detêm mais de 1,5 trilhão de dólares em ativos, e o montante de negócios diários realizados com derivativos globais aproxima-se dos 6 trilhões de dólares – a metade do Produto Nacional Bruto dos Estados Unidos. No clima de euforia dos últimos cinco anos, a maioria ganhou, mas outros perderam. Em um ano (de agosto de 2005 a agosto de 2006), perto de 1.900 hedge funds apareceram, mas 575 outros foram liquidados. A agência de rating Standard & Poor gostaria de avaliar sua solvabilidade, mas ela nem sempre o fez. Os mais importantes deles afirmam utilizar modelos informáticos para efetuar suas transações.
No outono de 1998, a economia mundial esteve perto de uma das mais graves crises do pós-guerra, quando Long-Term Capital Management (LTCM), hedge fund célebre pela utilização de técnicas matemáticas concebidas por dois ganhadores do prêmio Nobel (Myron Scholes e Robert Merton) foi à falência [11]. Os esforços conjugados de Washington e de Wall Street impediram o desastre, mas os fundos especulativos estão tornando-se cada vez maiores, o que dificulta eventuais operaçõ es de salvamento.
Em concorrência selvagem entre si mesmos e com investidores propensos por natureza a assumir grandes riscos, esses fundos são atraídos pelos derivativos de crédito [12] e outros procedimentos imaginados para ganhar dinheiro. O mercado desses produtos, praticamente inexistente em 2001, desenvolveu-se bem lentamente até 2004 (tratava-se, então, de 5 trilhões de dólares). Porém, chegou à altura estratosférica de 17,3 trilhões de dólares no final de 2005. Os instrumentos financeiros multiplicam-se: já despontam no horizonte mercados de contratos a termo de derivativos de crédito, de credit default swaps (trocas de créditos não pagos) [13] e outros..
Ninguém pode dizer exatamente o que são os derivativos de crédito. Nem mesmo Gillian Tett, principal responsável pelos mercados de capitais no Financial Times, apesar de sua extensa pesquisa. O produto nasceu há uma dezena de anos, durante uma reunião de dirigentes do banco J.P. Morgan, em Boca Raton, na Flórida. Entre dois coquetéis, e antes de se jogarem uns aos outros na piscina, eles tiveram a idéia de um novo instrumento financeiro, que deveria proporcionar grandes lucros e ser suficientemente complexo para dificultar imitações (o copyright não é aplicado para as idéias no campo das finanças).
Tett é extremamente crítica em relação aos mecanismos que, segundo ela, ameçam provocar uma reação em cadeia de perdas capaz de engolfar os fundos especulativos que se aventuraram nesse mercado. "Nestes tempos de liquidez fácil", os banqueiros tornaram-se "ultra-criativos [...] em seus esforços para redistribuir o risco após tê-lo cortado em fatias e em cubos", conclui ela no Financial Times. O influente cotidiano financeiro, por sinal, divulgou, nestes últimos meses, uma série de artigos sobre essa "magia financeira", não escondendo seu ceticismo quanto aos meios e fins dessas inovações [14].
As "armas financeiras de destruição em massa"
As baixas taxas de juros conduziram os investidores a jogar nos mercados com dinheiro emprestado, estima Avinash Persaud, um guru das finanças, e "uma redução dolorosa da taxa de endividamento é tão inevitável como à noite sobrevir o dia[...]. A única questão é saber em que momento ela acontecerá". No que diz respeito aos hedge funds, que rapidamente tornaram-se mais complexos para garantir sua segurança, a hora da verdade não tardará e eles serão "forçados a vender seus investimentos mais líquidos." "Eu não apostaria um centavo em uma saída assim tão feliz", nota Gillian Tett, após ter examinado certas tentativas tardias para salvar esses fundos de seus próprios desvarios [15].
Aos olhos do investidor norte-americano Warren Buffet, bem colocado para conhecer todos os subterrâneos das finanças, os derivativos de crédito são "armas financeiras de destruição em massa". Ao mesmo tempo em que representam teoricamente uma segurança contra os riscos de falta de pagamento, eles encorajam apostas ainda mais audaciosas e uma nova expansão de empréstimos. A Enron [16] usou-os amplamente, o que foi um dos segredos de seu sucesso – e de sua bancarrota final, que se traduz por um rombo de 100 bilhões de dólares. Totalmente opacos, os derivativos de crédito não estão sujeitos a qualquer controle real. Vários desses "produtos" inovadores, segundo um diretor financeiro, "só existem no ciberespaço e são somente meios que permitem aos ultra-ricos de escapar do fisco" [17].
Na realidade, nem os altos dirigentes dos bancos e da regulamentação financeira compreendem como funciona a cadeia de exposição aos riscos, e não sabem "quem possui o que". Esses fundos pretendem ser honestos. Contudo, também é verdade que aqueles que os controlam recebem remunerações ligadas aos lucros realizados, e que implicam em assumir riscos. Muitos coletam informações confidenciais – prática tecnicamente ilegal mas, no entanto, corrente.
Existe um consenso sobre o aumento constante dos perigos. Se podemos colocar de lado a persistência dos déficits orçamentários nacionais, devidos a um crescimento das despesas e a reduções de impostos para os mais ricos, não se pode fazer o mesmo para a instabilidade dos mercados financeiros e de matérias-primas. Esta já provocou uma queda nos rendimentos dos fundos especulativos em maio último, a mais importante em um ano. Os hedge funds conseguem ainda consideráveis lucros, mas de maneira cada vez mais perigosa.
Os problemas são estruturais, como testemunha a relação entre o endividamento das empresas e seus lucros sobre fundos próprios — que passou de quatro a seis desde o último ano. Enquanto as taxas de juros estavam baixas, os empréstimos com efeito de alavanca [18] eram apresentados como a solução. Devido aos hedge funds e os outros instrumentos financeiros, existe hoje um mercado para as empresas mal administradas e atoladas em dívidas. No início de setembro de 2006, a Ford Motor Company anunciou que estava perdendo 7 bilhões de dólares por ano: o valor de suas ações saltou 20%. Mesmo as regras que alguns associavam antigamente ao capitalismo, como o lucro, não são mais válidas.
Transações bilionárias "registradas" num pedaço de papel
Os problemas, quase surreais, são também inerentes à rapidez e à complexidade destas operações financeiras. No final de maio, a International Swaps and Derivatives Association revelou que uma entre cinco transações relacionadas aos derivados de crédito (muitas delas envolvendo bilhões de dólares) corria o risco de grandes erros, que aumentaram com o volume das transações. Mais de 90% de todos os contratos fechados nos Estados Unidos eram consignados em papel, freqüentemente em pedaços de papel, e não eram corretamente registrados. Em 2004, Alan Greenspan, então presidente do Federal Reserve (O Banco Central norte-americano), declarou-se "francamente chocado" com esta situação. As primeiras medidas para remediar esta negligência somente foram tomadas em junho de 2006, e estão longe de resolver um fenômeno de tal amplitude, que coloca em jogo valores colossais. Pior ainda: devido à desregulamentação e à multiplicação dos instrumentos financeiros, não é mais possível coletar nem quantificar dados essenciais. A realidade escapa tanto aos banqueiros quanto aos governos. Talvez estejamos vivendo uma "nova era das finanças", mas não há qualquer dúvida de que avançamos com os olhos vendados.
Stephen Roach escreveu, em 24 de abril de 2006, que uma crise financeira maior se aproximava e que as instituições mundiais (FMI, Banco Mundial e outros mecanismos da arquitetura financeira internacional) estavam totalmente desarmadas para enfrentá-la [19]. Por seu lado, o chefe do Executivo de Hong Kong lamentou, no início de junho, os perigos que representavam os hedge funds. Na mesma época o economista-chefe do FMI, o iconoclasta Raghuram Rajan, advertiu contra a própria estrutura de compensação desses fundos, que força a assumir riscos cada vez maiores e a colocar em perigo o conjunto do sistema financeiro. No final de junho, Stephen Roach mostrou-se ainda mais pessimista: "Um certo senso de anarquia" domina as comunidades universitária e política que se mostram "incapazes de explicar como funciona o novo mundo" [20]. Reina o mistério. Recentemente, o próprio FMI estimava que o risco de uma desaceleração séria da economia mundial jamais havia sido tão grande desde 2001, essencialmente em virtude da queda do mercado imobiliário nos Estados Unidos e na maior parte dos países da Europa Ocidental. Roach ainda acrescenta a diminuição das rendas reais dos assalariados e a insuficiência do poder de compra nos Estados-Unidos [21]. Mas mesmo que o atual nível de prosperidade se mantenha no próximo ano, e que se prove que todos esses especialistas tenham se enganado, a transformação do sistema financeiro mundial é um fato que terá, cedo ou tarde, conseqüências desastrosas.
A realidade escapa de qualquer controle. A "extensão e o campo de operação dos mercados financeiros internacionais", a "arquitetura" do sistema "evoluíram como por acaso", e sua regulação, praticamente inexistente, é "ineficaz", segundo especialistas do establishment [22]. As leis econômicas de antigamente deveriam operar, desde que o sistema financeiro mundial abandonasse todas as restrições. Não foi esse o caso.
O BIS teme "um big bang"
A liberalização financeira gerou um monstro, e aqueles que lastimam os controles sobre a realização dos lucros não estão em situação de resolver os múltiplos problemas que apareceram. O relatório anual do Banco de Compensações Internacionais (BIS), publicado no final de junho de 2006, evoca o triunfo dos comportamentos econômicos predadores e suas orientações, às quais é "difícil encontrar uma explicação lógica". Os tubarões das finanças mostraram-se mais espertos que os banqueiros tradicionais. "Tendo em vista a complexidade da situação e os limites de nossos conhecimentos, é extremamente difícil prever como tudo isso vai acabar" [23], explica o BIS, que não deseja que seus temores provoquem pânico e que permanece, portanto, ao lado dos não-alarmistas. Porém ele admite que um big bang poderia abalar os mercados, e considera que existem "vários motivos para se inquietar por um certo nível de desordem".
Não estamos, atualmente, na situação de forte probabilidade de um desabamento, diz o relatório, mas seria prudente "esperar o melhor, preparando-se para o pior". E deixa claro que: tendo em vista que durante uma década as tendências econômicas globais e os "desequilíbrios financeiros" criaram perigos crescentes, "é, portanto, essencial compreendemos como chegamos até aqui, para podermos escolher as políticas capazes de reduzir os riscos atuais" [24]. O BRI está inquieto, muito inquieto.
Mas esse pessimismo incita os abutres das empresas e dos bancos de investimento a imaginar novos instrumentos para tirar proveito da eminente catástrofe econômica – de uma crise que, a seus olhos, é uma questão de tempo e não de princípios. Ainda mais sabendo que os especialistas estão de acordo, ao pensar que o não-pagamento de dívidas vai aumentar substancialmente em um futuro muito próximo. Há, portanto, dinheiro para se ganhar. Repentinamente, os especialistas em dívidas impagáveis e em reestruturações de empresas em falência são cada dia mais solicitados em Wall Street.
O sistema financeiro mundial está atormentado pelas contradições; um consenso crescente existe entre quem o apóia e quem julga que o status quo é, ao mesmo tempo, imoral e causador de crises. A crer nas instituições e personalidades que estiveram nos postos avançados de defesa do capitalismo, o sistema pode estar às vésperas de profundas perturbações.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Ensino médio deve ser obrigatório, diz Haddad

O Ministério da Educação trabalha na definição de um plano de médio e longo prazos para a utilização dos recursos que futuramente se originarão da exploração de petróleo da camada pré-sal.
Fonte: Valor Econômico (19.09.2008)
Entre as metas de financiamento já previstas, o ministro da Educação, Fernando Haddad, destaca a obrigatoriedade da pré-escola e do ensino médio, nessa ordem de prioridade. Hoje, apenas o ensino fundamental, de nove anos, é obrigatório. Em segundo lugar, ele revela sua intenção de assegurar que, se não a totalidade, a maioria dos professores que atuam na escola pública sejam formados por universidades públicas, com apoio federal.

O terceiro aspecto mencionado por ele é a ampliação das vagas de ingresso disponíveis nas universidades públicas federais, estaduais e municipais para 600 mil. E uma quarta meta é garantir educação profissional para os jovens que não chegam à universidade, sobretudo mediante a expansão das escolas técnicas federais e do programa Brasil Profissionalizado, que prevê o apoio federal à reestruturação do ensino médio estadual.
Leia, a seguir, trechos da entrevista concedida ao Valor, por telefone:

Valor: O MEC iniciou, no ano passado, o PDE com 28 diretrizes, que vão do programa Pró-Infância até investimentos na formação continuada de professores. Passado um ano, é possível contabilizar resultados?

Fernando Haddad: O Pró-Infância já financiou mil creches em todo o país. Repassamos recursos para os municípios ampliarem em mil unidades a rede pública de creches e pré-escola. O PDE já instalou 600 pólos da Universidade Aberta do Brasil para a formação de professores e expandiu em mais de 150% as licenciaturas nas universidades federais. E vai entregar 214 novas escolas técnicas federais, que passarão de 140 para 354 unidades. O plano já dobrou o número de vagas nas universidades federais, que chegarão a 280 mil até 2010, e garantiu R$ 900 milhões para a reestruturação do ensino médio estadual. Também aprovamos o Fundeb, que incluiu a educação infantil e o ensino médio no fundo de financiamento que, até então, era exclusivo para o ensino fundamental.

Valor: Em dois anos, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que mede o desempenho das escolas, avançou de 3,8 para 4,2, numa escala de zero a 10. A que o senhor atribui esse resultado?

Haddad: Não há ainda uma análise conclusiva. Minha percepção é de que a avaliação por escola organiza o trabalho da comunidade, dos professores em sala de aula, sobretudo no que diz respeito ao currículo. Isso, porque os conteúdos exigidos nos exames nacionais foram dados a público e, paralelamente, foi feito um trabalho de formação de professores orientado para as avaliações.

Valor: O PDE prevê investimentos na formação de professores. Por que a União chamou para si essa tarefa, já que eles atuam nos Estados e nos municípios?

Haddad: Entendemos que o magistério é uma carreira nacional, e a maior responsabilidade de formação cabe ao governo federal, que é, em grande medida, o responsável pela manutenção das universidades públicas no país. Nada mais razoável que a União garanta, por meio de financiamento público, que os professores da escola pública sejam formados nas universidades públicas. Todas as federais já aderiram e estão ampliando as vagas nas suas licenciaturas.

Valor: Qual foi a estratégia do MEC para comprometer Estados e municípios com as metas do plano?

Haddad: Todos os 27 governadores e 5.563 prefeitos assinaram termo formal de adesão às 28 diretrizes do PDE e às metas do Ideb. Em 2007, 80% dos municípios cumpriram as metas estabelecidas.

Valor: Como o MEC avalia iniciativas como a do Estado de São Paulo, de remunerar professores por desempenho?
Haddad: Isso é política de pessoal. Os professores são funcionários públicos estaduais e municipais, e o plano de carreira compete ao ente federado. O MEC, nesse sentido, não tem recomendação. A diretriz é que haja um plano de carreira negociado com a categoria, que pode ou não prever essa regra.

Educadores têm pouco reconhecimento no Brasil

Considerado um dos maiores educadores do mundo, com livros publicados em mais de 20 idiomas, Paulo Freire completaria 87 anos nesta sexta-feira

Fonte: Jornal do Commércio Online (16.09.2008)

Seu pensamento continua atual, embora, na avaliação de pessoas ligadas a ele, não tenha, no Brasil, o reconhecimento que merece. Ele morreu há 11 anos, em maio de 1997.
“Paulo Freire é o brasileiro com maior título de doutor honoris causa do mundo, junto a Darcy Ribeiro e Fernando Henrique Cardoso. Em 1989, a Universidade de Bolonha, na Itália, a mais antiga do planeta, convidou dois homens para serem homenageados. Um foi o oceanógrafo francês Jacques Cousteau. O outro foi Paulo Freire. É uma pena que a maioria das universidades brasileiras não o reconheçam, talvez por não enxergar nele um homem de presente e de futuro”, diz o filósofo Mário Sérgio Cortella, que substituiu Freire na Secretaria de Educação de São Paulo, em 1991.
Frei Betto acha que há preconceito da academia. “Paulo Freire está atualíssimo. Ele é um patrimônio de cultura do nosso País. Mas nos Estados Unidos há mais teses sobre ele do que aqui. Isso vem do elitismo da academia brasileira, que quer estudar as relações sociais sem entrar na favela, sem pisar no barro.”
Viúva do educador, a professora Ana Maria Freire destaca o alcance do pensamento freiriano. Pedagogia da Autonomia, último livro que ele publicou em vida, já teve 1,2 milhão de exemplares vendidos somente no Brasil. “O pensamento dele está atual e não se restringe à educação. Serve de subsídio para a psicologia, a medicina, a filosofia, a história”, observa Nita, como era chamada pelo educador.
“Para mim é um absoluto espanto que no governo Lula, meu pai, que fundou o PT, que esteve junto desse partido e desse governo, não tenha servido de inspiração”, critica a filha mais velha dele, Madalena Freire.
O presidente Lula discorda. “O método de Paulo Freire continua influenciando cada educador brasileiro. O governo federal tem uma política forte para alfabetizar todo o povo brasileiro e ainda, em muitos cantos do País, é o método dele que continua prevalecendo, o que demonstra que ele pensou grande, há 50 anos.”
HOMENAGENS
Para marcar o aniversário do educador, o Centro Paulo Freire, ligado a UFPE, realizará, sexta e sábado, o evento Andarilhando com Paulo Freire. No primeiro dia haverá atividades no Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA), às 14h. No sábado, no Centro de Educação, serão formados círculos de cultura, a partir das 9h, para debater temas ligados à pedagogia freiriana.
ALGUNS PONTOS DO PENSAMENTO DE PAULO FREIRE
Para Paulo Freire o conhecimento não está somente nas escolas. Igrejas, sindicatos, associações de bairro podem ser espaços de educação, desde que neles haja alegria, ética e respeito. Não é o que acontece em colégios públicos que precisam conviver com violência e problemas de infra-estrutura.
Paulo Freire pensava a escola como um espaço democrático, construído em conjunto com pais e a comunidade e associado à realidade do local. “Quanto mais abrir a escola, desafiar os estudantes... Tudo o que a gente fizer os que vivem a escola a participarem, a tomar o destino do espaço ainda é pouco do tanto que a gente precisa para cuidar do País.”
É nessa lógica que está fundamentado o Programa Escola Aberta, da Unesco. Durante os fins de semana, colégios públicos abrem as portas para atividades esportivas e culturais. Na Escola Municipal Nadir Colaço, bairro da Macaxeira, Zona Norte do Recife, há oficinas de dança, capoeira, pintura, teatro, futebol, violão e caratê.
“Percebemos que, depois do Escola Aberta, os alunos pararam de pichar as paredes. Passaram a respeitar a escola”, diz a diretora Josinere Sales da Silva. “Conseguimos resgatar a auto-estima de muitos jovens, que antes nem estudar queriam” complementa o coordenador do programa, José Aílton da Silva.
CRITICIDADE
Filho caçula de Paulo Freire, Lutgardes Costa Freire diz que seu pai desejava uma escola em que, no domingo, o aluno sonhasse em ir para ela na segunda-feira. “A escola cidadã é uma escola de produção comum, de liberdade. Não pode ser autoritária. Uma das primeiras coisas que a escola tradicional tira do aluno é a felicidade, a criatividade. Meu pai tentava mudar isso. Por que não conversar com o aluno sobre o córrego que passa pelo bairro? Por que não discutir com ele os problemas da comunidade?”, observa Lutgardes Freire.
O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) adota o pensamento freiriano. Na Escola Nacional Florestan Fernandes, localizada no município de Guararema, em São Paulo, as idéias dele são debatidas pelos militantes, que depois as levam para os acampamentos e assentamentos. “Nossa filosofia é de transformação social, de desenvolver a consciência crítica das pessoas. E nisso Paulo Freire tem uma contribuição muito especial, tanto na escola como na perspectiva política e pedagógica da escola e do movimento”, explica um dos coordenadores da escola, Ney Orzekovsky.
O pensamento de Freire está presente desde a construção da escola, em 2000, realizada coletivamente por assentados de todo o País. “Foram 25 brigadas que participaram. Cada grupo ficava entre 60 e 70 dias. Havia o trabalho mesmo da construção, mas também a alfabetização e a discussão de temas importantes para o movimento”, conta Ney Orzekovsky.
EDUCAÇÃO POPULAR
Para Paulo Freire, a educação não se limitava ao ambiente escolar. Tanto que, no início dos anos 60, no Movimento de Cultura Popular (MCP), no Recife, ele criou os círculos de cultura para alfabetizar jovens e adultos em igrejas, clubes, associações de moradores e outros espaços comunitários.
Em Caruaru, no Agreste do Estado, a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (Fafica) desenvolve um projeto baseado na pedagogia freiriana. Presos, catadores de lixo e pacientes internados em hospitais da cidade têm aulas periodicamente. “Melhora a prática pedagógica de nossos alunos, que mantêm contato com realidades diferentes. E proporciona uma educação cidadã. O diálogo e a reflexão crítica, tão presentes em Paulo Freire, fazem parte do trabalho”, explica a coordenadora do projeto, Neide Valones. “Não é porque estamos presos que deixamos de ser cidadãos. Quero fazer faculdade quando sair daqui”, diz Igor Capitulino, 27, um dos alunos da turma de supletivo do Presídio Juiz Plácido de Souza.

Anúncio sobre plano faz bolsas subirem na Ásia e Europa

A notícia de que o governo dos Estados Unidos está elaborando um plano para o mercado financeiro fez com que as bolsas da Europa e da Ásia operassem em forte alta nesta sexta-feira. Às 14h40 de Londres (10h40 de Brasília), o índice FTSE subia 9,22% (5.329,80 pontos). O índice DAX, de Frankfurt, opera em alta de 5,69% (6.197,26), e o CAC 40, de Paris, sobe 7,90% (4.270,44). O índice Nikkei, do Japão, subiu 3,8%. O índice da bolsa de Xangai, na China, se recuperou de uma baixa recorde de 22 meses, e teve alta de 9,5%. Em Hong Kong, o índice Hang Seng subiu 9,5%.
O governo americano anunciou na quinta-feira que está trabalhando em um plano para frear a crise financeira que derrubou mercados em todo o mundo nesta semana. As linhas gerais do plano foram discutidas em um encontro entre o secretário do Tesouro, Henry Paulson, o presidente do Fed, o Banco Central americano, Ben Bernanke, e membros do Congresso em Washington.
Não foram divulgados mais detalhes sobre o plano, que deve continuar a ser trabalhado durante o final de semana.
ALTA NA QUINTA-FEIRA
Os rumores de que o governo estaria trabalhando em um plano de contenção à crise financeira global fez os principais índices americanos subirem já nesta quinta-feira. Em Nova York, o Dow Jones encerrou com uma alta de 3,86%, fechando com 11.019,69 pontos. O índice havia fechado com uma baixa de mais de 4% na quarta-feira. O índice Nasdaq também teve alta, encerrando a quinta-feira com um crescimento de 4,78%, com 2.199,10 pontos. Com os bons resultados nos Estados Unidos e o anúncio de uma intervenção do Banco Central no câmbio, a bolsa de São Paulo também encerrou a quinta-feira em alta de 5,48%, atingindo 48.422 pontos.
Os mercados de todo o mundo vêm sofrendo com uma crise desde o ano passado, quando problemas no mercado americano de hipotecas de alto risco afetaram instituições de crédito. Nesta semana, a crise se agravou com a quebra do grande banco americano Lehman Brothers, provocando uma onda de quedas bruscas nas bolsas do mundo. Na terça-feira, o governo dos Estados Unidos comprou parte da seguradora AIG para evitar que outra concordata afetasse ainda mais os mercados. Na quinta-feira, os bancos centrais de diversos países anunciaram uma ação coordenada, com injeção de bilhões de dólares nos mercados.
Agora, notícias sobre problemas em outras duas grandes instituições - os grandes bancos de investimentos Morgan Stanley e Goldman Sachs - preocupam o mercado.

Pesquisa no Juazeiro do Norte - IBOP / Diário do Nordeste

Fonte: Diário do Nordeste, sexta-feira, 19 de Setembro de 2008.

O PT ganharia a sua primeira grande Prefeitura do Interior cearense, Juazeiro do Norte, se as eleições fossem hoje. Manoel Santana (PT), hoje, com uma significativa diferença de votos, segundo a pesquisa contratada pelo Diário do Nordeste ao Ibope, seria eleito prefeito do município de Juazeiro do Norte, uma das três mais importantes cidades do Interior cearense, caso as eleições acontecessem hoje. A pesquisa foi realizada entre os dias 15 e 16 últimos, com 301 eleitores, maiores de 16 anos, divididos por sexo, grupos de idade, instrução e atividade. A margem de erro é de 6 pontos percentuais para mais ou para menos. Nas entrevistas pessoais foram utilizados questionários elaborado de acordo com os objetivos da pesquisa. A equipe de entrevistadores contratada pelo Ibope foi devidamente treinada para abordagem do tipo de público ouvido. Aproximadamente 20% dos questionários foram fiscalizados e a pesquisa está registrada no cartório da 119ª Zona, em Juazeiro do Norte, sob o nº 99699/2008.
NÚMEROS:
Na pesquisa estimulada, aquela em que o entrevistador apresenta a lista de candidatos e faz a clássica pergunta: Se a eleição para Prefeito de Juazeiro do Norte fosse hoje e os candidatos fossem estes, em quem o (a) sr (a) votaria?
O candidato Dr. Santana, que é o mesmo Manoel Santana, teria 52% das intenções de voto contra 25% de Manoel Salviano (PSDB), 10% de Carlos Cruz (PP) e 3% de Gorete Pereira (PR). 2% dos eleitores anulariam ou deixariam o voto em branco e 7% disseram não saber.
Em relação à parte da pesquisa em que, sem mostrar a lista dos candidatos é perguntado em quem o eleitor votaria, se as eleições fossem hoje:, de modo espontâneo 49% disseram votar em Dr. Santana, 22% apontaram o nome de Manoel Salviano, 7% citaram Carlos Cruz e 2% nominaram Gorete Pereira. 7% dos entrevistados anulariam ou deixariam o voto em branco, 13% disseram não saber em quem votar.
REJEIÇÃO:
Ainda foi perguntado aos eleitores, mostrando a lista de candidato à Prefeitura, em qual ou quais o (a) sr (a) não votaria de jeito nenhum para Prefeito de Juazeiro do Norte?
35% citaram Carlos Cruz, 34% apontaram Gorete Pereira, 22% falaram o nome de Manoel Salviano e 19% indicaram Dr. Santana.
65% do eleitorado de Juazeiro afirmam que o Dr. Santana será o próximo prefeito e 23% apontam Manoel Salviano, 2% Carlos Cruz e 1% Gorete Pereira.
MUNICÍPIO:
Juazeiro do Norte, localizado na região do Cariri, vive um momento atípico nestas eleições municipais. É que há uma disputa entre o atual prefeito Raimundo Macêdo (PSDB) e um ex-correligionário seu, o candidato a prefeito pelo PSDB, Manoel Salviano, que tem um filho como vice-prefeito da cidade. Por conta de ter sido preterido na convenção municipal que aclamou Salviano como candidato tucano, em detrimento do atual prefeito, que poderia concorrer à reeleição, Macêdo decidiu prestar apoio à candidatura petista, Dr. Manoel Santana, e ainda se desligou do PSDB, partido pelo qual foi eleito para prefeito daquele município em 2004. Além de Santana e Salviano, completam a lista de candidatos a prefeito, a deputada federal Gorete Pereira (PR) e o ex-prefeito Carlos Cruz (PP).
Das lideranças que estão envolvidas no processo de sucessão daquela cidade, três já participaram de um mesmo projeto político. Manoel Salviano, Raimundo Macêdo e Carlos Cruz formavam um bloco político liderado pelo ex-deputado federal e então prefeito da cidade, Mauro Sampaio, que tinha como líder o ex-governador e ministro César Cals de Oliveira Filho. A briga entre eles começou e perdura em razão dos interesses pessoais pelo comando da Prefeitura de Juazeiro do Norte. O município reúne um total de 151.199 eleitores, no maior colégio eleitoral do interior do Estado. Maiores do que Juazeiro do Norte, em termos de população apta a votar, apenas os municípios de Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza, e a própria capital cearense.

A importância do estudo da sociologia

Muitos diriam que essa ciência social, num currículo de ensino superior, tem a função de formar o "cidadão crítico". Mas essa justificativa - até porque a idéia de formar o cidadão crítico anda meio banalizada -, não é suficiente. Pensar sobre esse tema significa uma oportunidade ímpar para se aproximar da sociologia como campo de saber e compreender algo de suas preocupações. Vale a pena inserir nesse contexto o papel mais fundamental que o pensamento sociológico realiza na formação do jovem: a desnaturalização das concepções ou explicações dos fenômenos sociais. Razões objetivas e humanas.
Desnaturalizar os fenômenos sociais significa não perder de vista a sua historicidade. É considerar que eles nem sempre foram assim. É perceber que certas mudanças ou descontinuidades históricas são fruto de decisões. Estas revelam interesses e, portanto, são fruto de razões objetivas e humanas. A desnaturalização dos fenômenos sociais também depende de nos distanciarmos daquilo que nos rodeia e de que participamos, para focalizar as relações sociais sem estarmos envolvidos. Significa considerar que os fenômenos sociais não são imediatamente conhecidos.
Para explicar um fenômeno social é preciso procurar as causas que estão além do sujeito, isto é, buscar as causas externas a ele, mas que têm implicações decisivas sobre ele. Essas causas devem apresentar certa regularidade, periodicidade e um papel específico em relação ao todo social.
Uma aproximação em relação à sociologia, mesmo no ensino de Direito, exige que o aluno aprenda procedimentos mais rigorosos de observação das relações sociais. E, ainda, que saiba, pelo menos em alguma medida, como o conhecimento é elaborado nas ciências sociais.Para compreender e formular explicações para os fenômenos sociais é preciso ter conhecimento da linguagem por meio da qual esse conhecimento é criado e comunicado.
Os fenômenos sociais são conhecidos por meio de modelos compreensivos, ou explicativos, e mediante a contextualização desses modelos, com destaque para a época em que eles foram elaborados e para os autores com os quais um determinado autor dialoga.Assim, trabalhar um tema (como violência, mundo do trabalho etc.) só é possível por meio de conceitos e teorias. É importante, também, que você conheça a articulação entre os conceitos e as teorias e saiba observar sua relevância para compreender ou explicar casos concretos (temas). Vale lembrar também que os conceitos têm uma história e que não são palavras mágicas que explicam tudo, mas elementos do discurso científico que sintetiza as ações sociais para tentar explicá-las. E, ainda, é bom ter em mente que um conceito admite vários sentidos, dependendo do autor e da época em que ele é elaborado.
Da mesma forma, é preciso compreender as teorias no contexto de seu aparecimento e posterior desenvolvimento. Isso é necessário tanto do ponto de vista de como essas teorias foram sendo assimiladas e desenvolvidas por outros autores, como em relação ao caráter das críticas feitas a elas.Conhecer conceitos e teorias com o rigor necessário a um aluno do ensino superior consiste na única maneira possível de se distanciar e se aproximar dos fenômenos sociais e, assim, construir os fundamentos para a formação crítica.
Nos últimos anos, inúmeras têm sido as críticas à elaboração do conhecimento próprio das ciências humanas dentro da própria universidade. Também a imprensa - que veicula informações transmitidas pelas pesquisas de avaliação da produção acadêmica -, aponta o tempo demasiadamente longo que se leva para produzir resultados nos trabalhos realizados no campo das humanidades.Todas essas críticas, que tomam como base os critérios de produção do conhecimento das ciências naturais, têm contribuído para que permaneça a questão sobre se as ciências sociais pertencem de fato ao ramo científico.
O saber produzido pelas ciências humanas não corresponde a um saber científico, pois não atende aos requisitos delineados por uma específica visão de ciência, difundida a partir do século 19, feita sobre as características do conhecimento produzido pelas ciências naturais.Todo o conhecimento que não atenda ao rigor do cálculo, à previsibilidade, à demonstração, aos métodos e técnicas de pesquisa baseados em processos quantitativos e de observação não são considerados científicos.
Subjaz a essa concepção, a idéia de ciência social que Augusto Comte defendia no século 19, de que a ciência da sociedade "apresente resultados indubitáveis e exprima verdades tão incontestáveis como as da matemática e da astronomia. É preciso também que a natureza dessas verdades seja de um certo tipo, (....) que partindo de leis mais gerais, das leis fundamentais da evolução humana, descubra um determinismo global." Para Comte, "só há sociedade à medida que seus membros têm as mesmas crenças". Em Comte há, portanto, um determinismo global que deve ser buscado pela Sociologia, um determinismo que tem raízes na leis da evolução humana. Vale ressaltar que a elaboração do conhecimento nas ciências humanas tem sua forma própria de constituir esse saber científico, baseada nas características dos seus objetos de estudo. É, portanto, um método muito diferente daquele praticado pelas ciências naturais.
A discussão mais recente no mundo universitário diz respeito a uma produção acadêmica que atenda às demandas do mercado. A idéia é que a produção científica tenha utilidade imediata e que seja determinada externamente. Com isso, questiona-se para que servem as ciências humanas, em especial as sociais, nesse contexto. Quando indagamos sobre a utilizade de um campo do conhecimento, já se incorporou a noção de que todo saber deve ter uma utilidade prática e de aplicação imediata.
Além da difusão de uma determinada concepção de ciência mediada pela lógica do mercado, conta o fato de que vivemos um tempo da banalização do conhecimento científico na área das humanidades, principalmente das ciências sociais. Todos sabem opinar sobre os objetos de estudo das diferentes áreas que compõem as ciências sociais.Essa vulgarização foi alimentada pela "democratização das competências". Trata-se de uma discussão de que todos têm competência para discutir sobre política e sobre problemas sociais, pois esses temas fazem parte da realidade em que todos vivem. Tais opiniões acerca dos problemas sociais e políticos trazem à tona um conhecimento superficial dessa realidade, em geral veiculado pela imprensa sem qualquer cuidado e reproduzido pelo imaginário social.
Todos podem falar dos problemas sociais que vivenciam. E devem fazê-lo, porque o aprofundamento dessas questões cresce com a discussão. Isso é necessário, mas não suficiente.É preciso ter conhecimento teórico para formular análises das relações sociais, para analisar os discursos acerca da realidade social, compreendê-los e interpretá-los à luz de todo conhecimento já produzido a esse respeito. É exatamente isso que faz o cientista social.

Demonarcas, Tiranos e sua “Democracia” no Cariri.

A divisão dos movimentos populares pregada pelos tiranetes, como exemplo, a dos sem teto no Cariri, Câmara de Vereadores, Políticos em geral, etc. Só tem a beneficiar aos mesmos porque não têm compromisso com o povo.
Isto nos traz um questionamento: será que eles desejam que a sociedade se desmobilize e não reivindique seus direitos, podendo eles dessa forma encontrar maneiras de agir como Demonarcas?
É legítimo e legal que toda a sociedade pratique e exerça verdadeiramente a democracia, mas cabe aos representantes do povo legislarem de maneira correta e transparente, nunca suspeita ou travestida na forma de deontologia (Benthan 1748-1832), na qual é justo e conveniente que o povo aceite, nesse sentido, torna-se substancialmente utilitarista com conotações hedonistas. Ora se na sua época Benthan o mesmo foi questionado por grande parte dos filósofos, por não aceitar esse procedimento como terminologia, doutrina e/ou muito menos como prática generalizada. É direito do povo do Cariri questionar de maneira democrática estes demonarcas que dizem ser representantes do povo, e que os mesmos aceitem as críticas, porque só surgem mediante “erros”, como as recentes faltas na Câmara de Vereadores de Juazeiro do Norte, Crato, Barbalha e leis, que são votadas de maneira discricionária e não com “filigrana jurídica”. Sabemos, sim, que estes viciados votam os projetos (quase) sempre de maneira discriminatória onde na Constituição da República Federativa do Brasil diz no artigo 19º, parágrafo III (é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si). Os desmandos do Executivo do Crato, Barbalha e Juazeiro do Norte onde os salteadores votam sem nem se ater a leitura do que está em pauta ou as atitudes obscuras dos políticos diante de interesse próprio levam a população a aceitar idéias mirabolantes, como no caso do distrito da Palestina, no Município de Mauriti, que busca sua emancipação política, no qual só vai promover mais miséria, pois é finório que quando se divide o que já é pobre se cria dois miseráveis.
No entanto, essas práticas políticas dos demonarcas da nossa região nos levam aos séculos XVIII e XIX onde essa atitude era comum.
O povo caririense não deseja que demonarcas tomem conta do legislativo, querem sim, representantes que legislem a favor do povo e não discriminando o povo. Ou será que o Cariri com estes salteadores quer torna-se uma ilha fora do contexto global?

O Fisiologismo Militar do Século XXI

Grande derrotada da Guerra Fria, a Rússia conservou, porém, seu arsenal nuclear e potencial militar e econômico. Será a principal questionadora da nova ordem mundial, conforme a equação do norte-americano Morgenthau. Por isso, a guerra na Geórgia não reproduz o passado: ela anuncia o futuro
Os fatos mais recentes e importantes são conhecidos. Em abril, a última reunião de cúpula da OTAN, em Bucareste, reconheceu a aspiração da Geórgia a participar da aliança militar liderada pelos EUA, apesar da resistência alemã e da oposição explícita do governo russo. E em 11 de julho, aviões da Força Aérea Russa sobrevoaram o território da Ossitéia do Sul, na véspera da visita à Geórgia da secretária de Estado norte-americana, Condollezza Rice, para inaugurar a operação “Resposta Imediata 2008”, um exercício militar conjunto do exército norte-americano com as tropas da Geórgia, Ucrânia, Armênia e Azerbaijão, realizado na base aérea de Vaziani, que havia pertencido à Força Aérea Russa até 2001.
Logo em seguida, em 8 de agosto, as forças armadas da Geórgia atacaram a província da Ossétia do Sul e conquistaram sua capital, Tskhinvali. Não está claro por que a Geórgia atacou a Ossétia do Sul, exatamente no dia da inauguração das Olimpíadas de Pequim. Mas não há dúvidas de que a grande surpresa dos governos envolvidos nesta história foi a rapidez, extensão e eficácia da resposta russa, que em poucas horas cercou, dividiu e atacou — por terra, mar e ar — o território da Geórgia, numa demonstração contundente de decisão política, organização militar e poder de conquista. Tudo feito com tamanha rapidez e agilidade que deixou os governos “ocidentais” perplexos, divididos e impotentes, obrigados a acompanhar os desdobramentos da ofensiva russa hora a hora, através de fatos consumados, sem conseguir saber ou poder antecipar o seu objetivo final.
Logo depois da Segunda Guerra Mundial, Hans Morgenthau, pai da teoria política internacional norte-americana, formulou uma tese muito simples e clássica sobre a origem das guerras. Segundo ele, “a permanência do status de subordinação dos países derrotados numa guerra pode facilmente produzir a vontade destes países desfazerem a derrota e jogarem por terra o novo status quo internacional criado pelos vitoriosos, retomando seu antigo lugar na hierarquia do poder mundial. Ou seja, a política imperialista dos países vitoriosos tende a provocar uma política imperialista igual e contrária da parte dos derrotados. E se o derrotado não tiver sido arruinado para sempre, ele quererá retomar os territórios que perdeu, e se possível, ganhar ainda mais do que perdeu, na última guerra”.
Em 1991, a vitória não foi apenas dos EUA, mas também da Alemanha e China. À Rússia, restou a condição de potencia derrotada — que se apressa em reverter o novo status quo internacional e retomar seu lugar na hierarquia do poder mundial
Em 1991, depois do fim da Guerra Fria, não houve um acordo de paz que estabelecesse as perdas da União Soviética e que definisse claramente as regras da nova ordem mundial imposta pelos vitoriosos — como havia acontecido no fim da Primeira e da Segunda Guerras Mundiais. De fato, a URSS não foi atacada, seu exército não foi destruído e seus governantes não foram punidos, mas durante toda a década de 90 os EUA e a UE apoiaram a autonomia dos países da antiga zona de influência soviética e promoveram ativamente o desmembramento do território russo. Começando pela Letônia, Estônia e Lituânia, e seguindo pela Ucrânia, a Bielorússia, os Bálcãs, o Cáucaso e os países da Ásia Central. Neste período, os EUA também lideraram a expansão da OTAN, na direção do leste, contra a opinião de alguns países europeus. E, mais recentemente, os EUA e a UE apoiaram a independência do Kosovo, aceleraram a instalação do seu “escudo anti-mísseis”, na Europa Central e estão armando e treinando as forças armadas da Ucrânia, da Geórgia e dos países da Ásia Central, sem levar em conta que a maior parte destes países pertenceu ao território russo, durante os últimos três séculos.
Em 1890, o Império Russo, construído no século 18 por Pedro, o Grande, e Catarina II, tinha 22,4 milhões de quilômetros quadrados e 130 milhões de habitantes. Era o segundo maior império contíguo da história da humanidade e uma da cinco maiores potencias da Europa. No século 20, durante o período soviético, o território russo manteve-se do mesmo tamanho. A população chegou a 300 milhões de habitantes e a Rússia transformou-se na segunda maior potência militar e econômica do mundo. Pois bem: hoje, a Rússia tem 17,1 milhões de quilômetros quadrados e apenas 152 milhões de habitantes. Ou seja, em apenas uma década — a de 1990 —, perdeu cerca de 5 milhões de quilômetros quadrados e 140 milhões de habitantes,
A maior parte dos analistas internacionais que se dedicam a prever o futuro se esquecem — em geral — de que os grandes vitoriosos de 1991 não foram apenas os EUA, mas também a Alemanha e a China. Foi uma virada histórica onde só houve um grande derrotado, a URSS, cuja destruição trouxe de volta ao cenário internacional uma Rússia mutilada e ressentida. Alemanha e China ainda tomarão muitos anos para “digerir” os novos territórios e zonas de influência que conquistaram, nas últimas décadas, na Europa Central e no Sudeste Asiático. Enquanto isto, o desaparecimento da União Soviética colocou a Rússia na condição de uma potencia derrotada, que perdeu um quarto do seu território, e metade de sua população, mas ainda mantém de pé seu armamento atômico e seu potencial militar e econômico, junto com uma decisão cada vez explícita “de desfazer a derrota, e jogar por terra o novo status quo internacional criado pelos vitoriosos (em 1991), retomando seu lugar na hierarquia do poder mundial”.
Por isto, neste início do século 21, a Rússia é um desafio e uma incógnita, para os dirigentes de Bruxelas e de Washington e para os comandantes militares da OTAN. Quando na verdade, o mistério não é tão grande, e se Hans Morghentau estiver com a razão, trata-se de um segredo de Polichinelo. A Rússia foi a grande perdedora da década de 90, e ao contrário do que diz o senso comum, será a grande questionadora da nova ordem mundial, qualquer que ela seja. Até que lhe devolvam — ou ela retome — o seu velho território, conquistado por Pedro, o Grande, e Catarina II. Por isso, a atual guerra na Geórgia não é uma guerra antiga. Pelo contrário, é um anúncio do futuro.A guerra nunca é deflagra subitamente: a sua extensão não é obra de um instante

Autor:Sandro Leonel

Bibliografia
Da Guerra; Clausewitz Carl Von
Era dos Extremos; Hobsbawn,Eric

A democracia como farsa

"A democracia constitui necessariamente um despotismo, porquanto estabelece um poder executivo contrário à vontade geral. Sendo possível que todos decidam contra um cuja opinião possa diferir, a vontade de todos não é por tanto a de todos, o qual é contraditório e oposto à liberdade." (Immanuel Kant) Com essa frase de Kant e com base no texto do Darcy Ribeiro fica muito claro que a idéia de um país democrático apenas com eleições não passa de uma farsa,por isso devemos passar no sociedade a limpo como um todo,para a partir daí promover uma sociedade justa.
O Brasil vive e cultiva o mito da redemocratização e do estabelecimento de nova ordem constitucional em 1988. A idéia de superação do período, longo, de vinte e um anos de ditadura militar, com eleições indiretas, turva a percepção da maioria, levando a crer na refundação político-institucional do país.
O modelo implantado em 1964 nunca se proclamou fora da legalidade e produziu uma base legal própria de suporte e justificação de ações de exceção. Muitos serão levados à incompreensão e à rejeição da assertiva anterior por não perceberem que os abusos em sua maioria deram-se contra a lei, principalmente as violações do direito à integridade física dos cidadãos.
Os grupos que se instalaram então mostraram-se muito desejosos da produção de uma aparência de legalidade institucional, o que, de resto, revela-se atitude muito caracteristicamente brasileira.Antes havia um povo que vivia em perfeita harmonia,aí instalou-se por aqui um bando de genocidas e promoveram a maior carnificina da história colonial Européia.Depois a burguesia da cana-de-açúcar que se apoderou do comando na justificativa da “Ordem e do Progresso”,o fim da “escravatura” e por fim havia uma constituição, havia três poderes, independentes entre si, contudo essa conformação não passou de farsa. Desperta curiosidade a cerimônia com que tratamos as formas, a par com a desenvoltura com que atuamos no plano material, fático, desprezando sumariamente a legalidade que afirmamos.
Nesse panorama, é certo que a constituição de 1967 resultou da atuação do poder constituinte originário. O golpe de estado é, por definição, rompimento de ordem constitucional, tendente ao estabelecimento de outra, em substituição àquela afrontada. Quando se depõem mandatários à força, depõe-se juntamente o sistema legal em que se atuava anteriormente. A norma rompida não confere sustentação àqueles que a romperam.
Eis a necessidade de se produzir novo conjunto normativo, principalmente no que diz respeito à organização do estado e ao exercício do poder político. Enfim, deve-se fazer nova constituição, refletindo a configuração que os grupos exitosos no golpe de estado ou revolução desejam dar ao país.
A legitimidade para tanto é plena, verificada na medida do sucesso na empreitada política. O poder atuante na feitura de uma constituição, nestas circunstâncias, é propriamente originário. Ainda que romper uma ordem constitucional seja ilegítimo sob os parâmetros da ordem rompida, depois de consolidado o processo político de ruptura, não há paradigmas jurídicos de verificação. Criar-se-ão outros.
Os grupos revolucionários ou simplesmente golpistas muito raramente desprezam impor-se limites mediante uma constituição nova, ainda que funcione apenas no plano das aparências. São raros, com efeito, os casos de falta absoluta de pudor político. Ao constitucionalismo triunfante deve-se tal acréscimo de hipocrisia política.
No Brasil de 1964 em diante, os pudores dos golpistas quanto a formas legais revelaram-se muitos, considerando-se que estavam bastante próximos de poder tudo. O problema era que o golpe dera-se em nome de ideologia que implicava a prática democrática e a garantia das liberdades. A solução era consagrar legalmente até certo ponto a democracia e algumas garantias, desprezando-as sumariamente, na realidade.
A distância entre o que se diz e o que se faz é indissociável da história política brasileira e a hipocrisia nossa mais forte característica. Adotamos a lógica do pequeno e do grande grupos como realidades diversas que se comunicam de formas diferentes, consoante as relações sejam internas ou externas.
A verdade, tomada no sentido de discurso sincero, admite-se no seio de pequenos grupos. A comunicação destes com o que se convencionou chamar de opinião pública pauta-se pelo disfarce, pela ambigüidade, ou pela mentira pura e simples. Tal sistemática não oferece maiores incômodos ao espírito médio, que aceita as regras não escritas do jogo político tão bem como declara aceitar as regras formais.
Contudo, a auto-limitação política, por meio de ordem constitucional, pode trazer alguns problemas quando o divórcio entre as formas e as práticas acentua-se demais. Se, além disso, ocorrem problemas econômicos, um modelo de estado tende ao colapso. Processo dessa natureza desencadeou-se, no Brasil, a partir de 1978. Não se chegou, porém, ao rompimento institucional que muitos desejam ver na assembléia constituinte de 1988, em que não atuou poder originário.
A construção de mitos heróicos democráticos pode ser relativamente útil ao orgulho nacional e muito útil aos heróis, mas dificulta abordagens precisas e alonga desvios de compreensão de processos históricos e políticos. No caso aqui focado, atrás da mitologia da redemocratização encontram-se uma série de acordos e a acomodação de vários interesses conflitante. Muito foi realizado em matéria política, exceto rompimento por meio de golpe de estado ou revolução.
A assembléia nacional constituinte de 1988 foi convocada por meio de emenda à constituição então vigente, o que consiste em incoerência flagrante, ao menos visto por perspectiva de análise jurídica. A constituição de 1967, com as alterações de 1969, não previa sua extinção mediante processo convocado por emenda a ela própria. A Emenda nº 26 tentou conciliar o inconciliável, trazendo forma jurídica para processo político que consiste exatamente no rompimento e na posterior criação de novas formas.
Todo o anseio de conduzir a suposta mudança segundo padrões formais típicos, o que se revela exatamente na convocação da assembléia por emenda, deixa claro o caráter de transição negociada. A passagem política do período de 1985 a 1988 foi ocupação de espaços cedidos por aqueles que não os podiam mais ocupar.
Pequenas mudanças demandam pequenos ajustes. Todavia, sempre se faz necessária grande encenação para a feitura do pouco. Inserir garantias de liberdade e integridade pessoais, além de toda uma série de insignificâncias e proteções corporativas materialmente não-constitucionais, no texto base então vigente, implicou a montagem de uma cerimônia ritual. Obviamente, a construção do mito estava deslocada da realidade e serviu apenas aos heróis do momento.
O que aconteceu é muito significativo em perspectiva histórica restrita, assumindo-se um corte de meio século. A partir de uma visão mais abrangente, contudo, o processo de 1985 a 1988 amesquinha-se e, talvez, insere-se entre os menores tremores políticos da história brasileira. Percebe-se, então, nítida desproporção entre o evento político e histórico e sua apropriação jurídica.
Utilizou-se aparato maior que a ocasião e propagandeou-se momento político diverso do que havia. Grupos sucederam a outros e liberdades individuais foram um pouco mais respeitadas e eleições diretas restabelecidas. Nada disso, contudo, é suficiente para se falar em festa da democracia, refundação política ou início de outro período histórico.
As eleições, para abordar-se uma das novidades, não têm o significado que se lhes pretende dar, quando são realizadas com voto compulsório e eleitores extremamente apartados de qualquer informação. Instituiu-se o leilão confirmatório aberto, de comparecimento obrigatório. Enfim, fazia-se a democracia para permitir a continuidade do que se fizera suspendendo a mesma suposta democracia. A mais sedutora conclusão é que democracia não passa de um nome e que, em sociedades de massa, afirma-se com a previsão de poucas e violáveis regras de acesso temporário ao poder.
Neste momento, o óbvio tem que ser reafirmado. As massas brasileiras encontram-se em nível de deseducação formal de África sub-saariana. As classes médias quase na mesma situação, exceto pela oportunista posse de conhecimentos técnicos úteis conforme a época vivida e todo um arsenal de moralismo maniqueísta que a faz sentir-se monopolista da verdade ética.
As classes social e economicamente dominantes consentem nisso tudo e permitem que alguns estratos médios apropriem-se de algo. São extremamente deseducadas, comparando-se a grupos de posição semelhante em outros locais. Nutrem o mito da posição obtida com mérito, o que representa, em país recente e independente do colonizador sem guerras, evidente contrasenso. Méritos, se é possível identifica-los, estão no inegável êxito na continuidade, sempre oportunamente disfarçada.
Com isso para Darcy Ribeiro a Eleição é um mero objeto de manipulação do poder “Democrático” permitindo assim que as oligarquias mantenham o controle da sociedade provocando o que chamamos de Tirania Democrática. É finório que a sociedade dominante se traveste de cordeiro em todos os instantes eleitorais,pois é importante apresenta-se como o novo ou como o herói que vai salvar todo mundo dos males atribuídos ao próprio sistema.Em um país que ainda existe trabalho escravo,criança de rua,desrespeito ao idoso,homofobia,sociedade que ler pouco,analfabetismo e manipulação da mídia .A eleição não vai passar de uma farsa. A meu ver “Eleição com fome, sem educação e saúde para a maioria, é uma concha vazia."
Autor:Sandro Leonel

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Que vontade de chorar... RUBEM ALVES

Era uma manhã fresca e transparente de primavera. Parei o carro na luz vermelha do semáforo. Olhei para o lado – e lá estava ela, menina, dez anos, não mais. O seu rosto era redondo, corado e sorria para mim. “O senhor compra um pacotinho de balas de goma? Faz tempo que o senhor não compra...” Sorri para ela, dei-lhe uma nota de um real e ela me deu o pacotinho de balas. Ela ficou feliz. Aí a luz ficou verde e eu acelerei o carro, não queria que ela percebesse que meus olhos tinham ficado repentinamente úmidos.Quando eu era menino, lá na roça, havia uma mata fechada. Os grandes, malvados, para me fazer sofrer, diziam que na mata morava um menino como eu. “Quer ver?”, eles perguntavam. E gritavam: “Ô menino!” E da mata vinha uma voz: “Ô menino!” Eu não sabia que era um eco. E acreditava. Nas noites frias, na cama, eu sofria, pensando no menino, sozinho, na mata escura. Onde estaria dormindo? Teria cobertores? Os seus pais, onde estariam? Será que eles o haviam abandonado? É possível que os pais abandonem os filhos?Sim, é possível. João e Maria, abandonados sozinhos na floresta. Os seus pais os deixaram lá para serem devorados pelas feras. Diz a estória que eles fizeram isso porque já não tinham mais comida para eles mesmos. Será que os pais, por não terem o que comer, abandonam os filhos? Será por isso que as crianças são vistas freqüentemente na floresta vendendo balas de goma? Será que havia balas de goma na cesta que Chapeuzinho Vermelho levava para a avó? Será que a mãe de Chapeuzinho queria que ela fosse devorada pelo lobo? Essa é a única explicação para o fato de que ela, mãe, enviou a menina sozinha numa floresta onde um lobo estava à espera.Num dos contos de Andersen uma menininha vendia fósforos de noite na rua (se fosse aqui estaria num semáforo), enquanto a neve caía. Mas ninguém comprava. Ninguém estava precisando de fósforos. Por que uma menininha estaria vendendo fósforos numa noite fria? Não deveria estar em casa, com os pais? Talvez não tivesse pais. Fico a pensar nas razões que teriam levado Andersen a escolher caixas de fósforos como a coisa que a menininha estava a vender, sem que ninguém comprasse. Acho que é porque uma caixa de fósforos simboliza calor. Dentro de uma caixa de fósforos estão, sob a forma de sonhos, um fogão aceso, uma panela de sopa, um quarto aquecido... Ao pedir que lhe comprassem uma caixa de fósforos numa noite fria a menininha estava pedindo que lhe dessem um lar aquecido. Lar é um lugar quente. Pois, se você não sabe, consulte o Aurélio. E ele vai lhe dizer que o primeiro sentido de “lar” é “o lugar da cozinha onde se acende o fogo.” De manhã a menininha estava morta na neve, com a caixa de fósforos na mão. Fria. Não encontrou um lar.Um supermercado é uma celebração de abundância. No estacionamento as famílias enchem os porta-malas dos seus carros com coisas boas de se comer. “Graças a Deus!”, eles dizem. Do lado de fora, os famintos, que os guardas não deixam entrar. Se entrassem no estacionamento a celebração seria perturbada. “Dona, me dá uns trocados?” O menino estava do lado de fora. Rosto encostado na grade, o braço esticado para dentro do espaço proibido, na direção da mulher. A mulher tirou um real da bolsa e lhe deu. Mas esse gesto não a tranqüilizou. Queria saber um pouco mais sobre o menino. Puxou prosa. “Para que você quer o dinheiro?” perguntou. “Prá voltar prá onde eu durmo.” “E onde é a sua casa?” “Não vou voltar prá casa. Eu não moro em casa. Eu durmo na rua. Fugi da minha casa por causa do meu pai...”Em muitas estórias o pai é pintado como um gigante horrendo que devora as crianças. Na estória do “João e o pé de feijão” ele é um ogro que mora longe, muito alto, nas nuvens, onde goza sozinho os prazeres da galinha dos ovos de ouro e da harpa encantada. Mãe e filho, lá embaixo, morrem de fome. Por vezes as crianças estão mais abandonadas com os pais que longe deles. Como aconteceu com a Gata Borralheira. Seu lar estava longe da mãe-madrasta e das irmãs: como uma gata, o borralho do fogão era o único lugar onde encontrava calor.E comecei a pensar nas crianças que, para comer, fazem ponto nos semáforos, vendendo balas de goma, chocolate bis, biju. Ou distribuindo folhetos... Ah! Os inúteis folhetos que ninguém lê e ninguém quer e que serão amassados e jogados fora. O impulso é fechar o vidro e olhar para a criança com olhar indiferente – como se ela não existisse. Mas eu não agüento. Imagino o sofrimento da criança. Abro o vidro, recebo o papel, agradeço e ainda pergunto o nome. Depois, discretamente, amasso o papel e ponho no lixinho...E há também os adolescentes que querem limpar o pára-brisa do carro por uma moeda. Já sou amigo da “turma” que trabalha no cruzamento da avenida Brasil com a avenida Orozimbo Maia. Um deles, o Pelé, tem inteligência e humor para ser um “relações públicas”...Lembro-me de um menino que encontrei no aeroporto de Guarapuava. No seu rosto, mistura de timidez e esperança. “O senhor compra um salgadinho para me ajudar?” Ficamos amigos e depois descobrimos que a mulher para quem ele vendia os salgadinhos o enganava na hora do pagamento...Um outro, no aeroporto de Viracopos, era engraxate. O pai sofrera um acidente e não podia trabalhar. Tinha de ganhar R$ 20.00. Mas só podia trabalhar enquanto o engraxate adulto, de cadeira cativa, não chegava. Tinha, portanto, de trabalhar rápido. Tivemos um longa conversa sobre a vida que me deixou encantado com o seu caráter e inteligência – ao ponto de ele delicadamente me repreender por um juízo descuidado que emiti, pelo que me desculpei.E me lembrei das meninas e meninos ainda mais abandonados que nada têm para vender e que, à noitinha, nos semáforos (onde serão suas casas?), pedem uma moedinha...Houve uma autoridade que determinou que as crianças fossem retiradas da rua e devolvidas aos seus lares. Ela não sabia que, se as crianças estão nas ruas, é porque as ruas são o seu lar. Nos semáforos, de vez em quando, elas encontram olhares amigos.Os especialistas no assunto já me disseram que não se deve ajudar pessoas nos semáforos, pois isso é incentivar a malandragem e a mendicância. Mas me diga: o que vou dizer àquela criança que me olha e pede: “Compre, por favor...”? Vou lhe dizer que já contribuo para uma instituição legalmente credenciada? Me diga: o que é que eu faço com o olhar dela?Minhas divagações me fizeram voltar ao Irmãos Karamazóvi, de Dostoiévski. Um dos seus trechos mais pungentes é uma descrição que faz Ivan, ateu, a seu irmão Alioscha, monge, da crueldade de um pai e uma mãe para com a sua filhinha. “Espancavam-na, chicoteavam-na, espisoteavam-na, sem mesmo saber por que o faziam. O pobre corpinho vivia coberto de equimoses. Chegaram depois aos requintes supremos: durante um frio glacial, encerraram-na a noite inteira na privada sob o pretexto de que a pequena não pedia para se levantar à noite (como se um criança de cinco anos, dormindo o seu sono de anjo, pudesse sempre pedir a tempo para sair!). Como castigo, maculavam-lhe o rosto com os próprios excrementos e a obrigavam a comê-los. E era a mãe que fazia isso – a mãe! Imagina essa criaturinha, incapaz de compreender o que lhe acontecia, e que no frio, na escuridão e no mau cheiro, bate com os punhos minúsculos no peito, e chora lágrimas de sangue, inocentes e mansas, pedindo a ‘Deus que a acuda’. Todo o universo do conhecimento não vale o pranto dessa criança suplicando a ajuda de Deus.”Num parágrafo mais tranqüilo o starets Zossima medita “Passas por uma criancinha: passas irritado, com más palavras na boca, a alma cheia de cólera; talvez tu próprio não avistasses aquela criança; mas ela te viu, e quem sabe se tua imagem ímpia e feia não se gravou no seu coração indefeso! Talvez o ignores, mas quem sabe se já disseminaste na sua alminha uma semente má que germinará! Meus amigos: pedi a Deus alegria! Sede alegres com as crianças, como os pássaros do céu.”Quando essas imagens começaram a aparecer na minha imaginação comecei a ouvir (essas músicas que ficam tocando, tocando, na cabeça...) sem que a tivesse chamado aquela canção “Gente humilde”, letra do Vinícius, música do Chico. “Tem certos dias em que eu penso em minha gente e sinto assim todo o meu peito se apertar...” Pelo meio o Vinícius conta da sua comoção ao ver “as casas simples com cadeiras nas calçadas e na fachada escrito em cima que é um lar”. Termina, então, dizendo: “E aí me dá uma tristeza no meu peito feito um despeito de eu não ter como lutar. E eu que não creio peço a Deus por minha gente. É gente humilde. Que vontade de chorar.”Se fosse hoje o Vinícius não teria vontade de chorar. Ele riria de felicidade ao ver as cadeiras nas calçadas e as fachadas escrito em cima que é um lar... Vontade de chorar ele teria vendo essa multidão de crianças abandonadas, entregues ou à indiferença ou à maldade dos adultos: “E aí me dá uma tristeza no meu peito feito um despeito de eu não saber como lutar...” Só me restam meu inútil sorriso, minhas inúteis palavras, meu inútil Real por um pacotinho de balas de goma...1. Se dependesse de mim, nas escolas onde se formam os professores haveria cursos de “Como amar uma criança”. E a pergunta decisiva a todos os que pretendessem ser professores seria: “Você ama as crianças?” Essa é a primeira condição. Quem não ama uma criança não tem o direito de ser professor – ainda que tenha todas a teorias na cabeça.2. “Nosso mais forte elo com a vida é o franco e radiante sorriso de uma criança”: Janusz Korczak. Janusz Korczak foi um educador polonês que morreu com as crianças judias de sua escola. Tendo lhe sido oferecida a possibilidade de liberdade, escolheu entrar com elas na câmara de gás de Treblinka.

Fonte: Correio Popular, Caderno C, 14/10/2001.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Crise no Sistema Finacero

A falência do quarto maior banco dos Estados Unidos

O Lehman Brothers declarou falência nesta segunda-feira, provocando quedas nas bolsas de valores de todo o mundo. Duramente atingido pela crise no mercado imobiliário dos EUA, somente na semana passada, o banco perdeu mais de 77% de seu valor de mercado. Grupo de dez grandes bancos anuncia constituição de fundo de emergência.

Fonte: Redação - Carta Maior

O Lehman Brothers, o quarto maior banco de investimento dos Estados Unidos, declarou falência nesta segunda feira. Simultaneamente, outro dos maiores bancos dos EUA, o Merrill Lynch foi comprado pelo Banco da América por cerca de 50 mil milhões de dólares. Os dois anúncios tiveramgrande efeito nas bolsas de todo o mundo, que registraram queda. O Lehman Brothers mantém negócios com os principais bancos do mundo e sua falência deverá causar prejuízos a todas essas instituições. Somente na semana passada, o banco perdeu mais de 77% de seu valor de mercado. Entre março e agosto deste ano, perdeu US$ 6,7 bilhões. Só no terceiro trimestre deste ano, o Lehman Brothers perdeu 3,9 mil milhões de dólares, na desdobramento da crise do mercado imobiliário dos Estados Unidos. Durante o fim-de-semana, outros bancos tentaram comprar o Lehman Brothers, primeiro o britânico Barclays e depois o Banco da América. Ambas as tentativas fracassaram porque o Tesouro dos EUA se negou a dar condições de apoio semelhantes às que deu ao JP Morgan em março passado quando este adquiriu o Bear Stearns. O secretário de Estado do Tesouro dos EUA, Henry Paulson alegou que tal apoio faria com que todos os bancos dos EUA em condições semelhantes solicitassem o mesmo apoio. O Banco da América decidiu então comprar o Merryl Linch, o terceiro banco de investimento dos EUA, que desde o início da crise do mercado imobiliário perdeu 52 mil milhões de dólares. O Federal Reserve (banco central dos EUA), anunciou no domingo um conjunto de novas medidas para ajudar o sistema financeiro, nomeadamente a ampliação dos mecanismos para a concessão de empréstimos. Um grupo de 10 bancos, dos maiores de todo o mundo, anunciou a constituição de um fundo de 70 bilhões de dólares para fazer frente às necessidades de crédito. Cada um desses bancos poderá receber uma injecção de liquidez até o máximo de um terço do valor total do fundo. Os bancos que constituíram este fundo, que incluem Banco da América, Barclays, Deutsche Bank, UBS, JPMorgan e Citigroup, indicaram que outros bancos poderão participar na iniciativa e ampliar o valor do fundo.

Crise na Bolívia

Acusado de massacre, governador de Pando é preso

Apontado pelo Ministério Público boliviano como o mandante de um massacre que resultou em pelo menos 25 mortos, Leopoldo Fernández foi detido por forças do Exército e está preso em La Paz. Presidente Evo Morales comemorou o “cumprimento da Constituição”.

Fonte: Agência Carta Maior
Maurício Thuswohl

O governador do departamento boliviano de Pando, Leopoldo Fernández, é agora a principal peça no xadrez da crise política que se agravou no país nesses últimos dez dias. Peça literalmente no xadrez, pois o comando das Forças Armadas da Bolívia confirmou que militares prenderam Fernández na manhã desta terça-feira (16). A prisão aconteceu na cidade de Cobija, capital do departamento e cidade próxima à fronteira com o Acre. Agora, resta saber qual impacto terá a prisão do governador sobre as negociações entre o governo central boliviano e os governadores dos departamentos rebeldes que, no momento, parece avançar a bom termo. O governador de Pando era uma das estrelas entre os “líderes cívicos” da oposição, apesar de sempre ter adotado um dos discursos mais claramente racistas contra o presidente Evo Morales entre os governadores dos estados que compõem a chamada região da Meia-Lua. Agora, Fernández é acusado de genocídio. Segundo as investigações coordenadas pelo Ministério Público da Bolívia, ele teria ordenado a homens armados sob seu comando que abrissem fogo sobre centenas de indígenas, camponeses e estudantes que participavam de uma marcha no município de Porvenir, em Pando. O resultado, segundo relatos do governo boliviano, foi a morte de pelos menos 25 pessoas. Outras quarenta pessoas foram feridas e, segundo o Exército, cerca de cem pessoas, que fugiram para a mata após o ataque e sobre as quais não se conhece o estado de saúde, continuam desaparecidas. Fernández, que goza de algumas regalias por ser governador, deverá permanecer preso enquanto o Congresso boliviano investiga os assassinatos na região. Segundo a Agência Boliviana de Informação (ABI), o governador de Pando foi preso pouco antes das onze da manhã e imediatamente embarcado num avião para La Paz. Fernández está detido numa base do Exército denominada Grupo Aéreo de Caça (GAC): “Onde está, Fernández terá todas as garantias de segurança. De acordo com os prazos legais, iremos conhecer qual a sua situação jurídica e para onde será deslocado”, afirmou, durante uma entrevista coletiva, o ministro boliviano da Defesa, Walter San Miguel. O presidente Evo Morales, segundo a ABI, afirmou que a prisão de Leopoldo Fernández “se realizou em cumprimento da Constituição” boliviana: “A detenção de Fernández acontece no marco de um estado de sítio, um marco constitucional a que ninguém pode se opor”, disse, referindo-se ao fato de o governador do departamento de Pando não ter “reconhecido” o estado de sítio declarado pelo governo central. “Apliquem a lei”Morales afirmou também esperar que as investigações levem à prisão dos responsáveis pelo massacre de Porvenir: “Saudamos o Ministério Público. Por fim creio que se tenta fazer respeitar [na Bolívia] a vida e o patrimônio nacional. Oxalá isso possa continuar”, disse o presidente boliviano. Morales garantiu ainda que as ações legais contra Fernández terão continuidade: “Exorto as instituições nacionais chamadas a julgar esse caso que apliquem a lei”, disse o presidente da Bolívia. Reunida em Santiago (Chile) na noite de segunda-feira (15), a União das Nações Sul-Americanas (Unasul), com a presença de nove presidentes, decidiu criar também uma comissão para acompanhar de perto as investigações sobre o massacre de Porvenir: “Se forem comprovadas as violações sistemáticas dos direitos humanos, iremos a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a outros fóruns internacionais para que se punam os responsáveis”, afirmou o ministro das Relações Exteriores do Chile, Alejandro Foxley.

Curso: Blogues Educativos

Se você chegou até aqui e está interessado em aprofundar ou descobrir como os blogues podem ser ótimas ferramentas para aprendizagem/ensino, este blogue-curso é pra você!


Fonte: Blogues para Professores (15.09.2008)


Principais características do curso:

Gratuito - Não precisa coçar o bolso para fazê-lo!
Livre - Não tem data de ínicio ou fim! Você escolhe quando começar e terminar o curso!
A distância - Não há encontros presenciais, você acessa o conteúdo do curso via computador (pda, celular, etc).
Assíncrono - A interação dos cursistas com o conteúdo ou com o professor não é simultânea!
O foco principal do curso é o uso dos blogues (usando o B2 Evolucion como motor) como apoio para atividades de aprendizagem. Entretanto, você também poderá utilizar muito das idéias aqui desenvolvidas para atividades de ensino o que, na minha opinião, é subutilizar a ferramenta. Pense que atividades de ensino são focadas no professor. Atividades de aprendizagem são focadas nos alunos!
Este blogue-curso é uma maneira de filtrar os erros, sistematizar os acertos e refletir sobre as possiblidades da ferramenta.
Espero que ele possa ser útil para que os educadores possam construir suas pequenas contra-hegemonias locais e assim possamos contribuir para a reivenção da Escola.
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Peru é o primeiro país da América Latina a rodar OLPC com Windows

O Projeto da OLPC - One Laptop por Child - de Nicholas Negroponte, ganha um endosso importante com a participação da Microsoft, depois que a Intel abandonou a iniciativa para se focar nos seus programas

Fonte: Convergência Digital (16.09.2008)

Ana Paula Lobo


O Peru é o primeiro país na América Latina a usar, oficialmente, o equipamento XO, 100% Windows. A iniciativa foi oficializada nesta segunda-feira, 15/09.

Os laptops serão utilizados em escolas nas áreas urbanas e locais. Oficialmente, no entanto, não há informações do número de máquinas disponibilizadas para o projeto, mas numa primeira leva, os dispositivos não são dual boat - ou seja - não rodam Windows ou Linux. Eles são 100% windows.
"A experiência no Peru representa um importante diferencial para a evolução da idéia de Um computador por criança", detacou Charles Kane, presidente da OLPC. "Também demostra a nossa capacidade de trabalhar em colaboração com a Microsoft para que os governos possam escolher o sistema operacional mais adequado para as suas estratégias educacionais", completou.
Inicialmente, o OLPC trabalhava apenas com o Linux e quando fechou um acordo com a MS - em janeiro deste ano - provocou uma grande crise com a comunidade ligada ao software livre, que criticou a postura da OLPC de "acender uma vela pra Deus e outra para o diabo".
Em fevereiro, quando esteve no Brasil para o lançamento oficial do Windows Server 2008, SQL Server 2008 e Visual Studio 2008, o vice-presidente da Microsoft para a América Latina, Hernán Rincon, antecipou que a MS e a OLPC - One Laptop Per Child (UM laptop por criança), de Nicholas Negroponte, teriam pilotos do laptop educacional de baixo custo, no Brasil, no Peru e na Costa Rica.
O primeiro já foi deflagrado. Faltam, agora, os outros dois: Brasil e Porto Rico. Aqui no Brasil, a MS já atua na área de laptops educacionais, mas com o Classmate, da Intel. A maior parte dos projetos está ligada à inclusão digital em instituições de ensino privadas.
A licitação de compra do XO pelo governo Lula permanece, até o momento, suspensa, apesar dos rumores de uma possível retomada. Quando ela foi realizada, o Classmate, da Positivo, rodando software aberto da Metasys, foi o vencedor do pregão, mas o preço final foi considerado "elevado" e a compra suspensa.

Relação dos Alunos Estrelas do 2º Bimestre 2008

AS ESTRELAS SÃO:

ENSINO FUNDAMENTAL REGULAR

6º ANO "A"

AMANDA ALVES DE SOUSA
ANTONIA KELLY DE SOUZA SILVA
BIANCA GOMES FERREIRA
CÍCERA DÁVILA DA SILVA
CÍCERO LEOSVALDO PARENTE GOMES
CÍCERO MARCOS TAVARES DA COSTA
DIEGO LIMA DA SILVA
FELIPE FERREIRA FELEX
FRANCISCO DANIEL COELHO VIANA
JENNIFER PEREIRA SANTOS
JOSÉ BRUNO LIMEIRA FREITAS
JOSÉ EDIVAL LOPES SANTOS
JOSÉ WELTON PEREIRA SANTOS
LAIANE ARAÚJO DA SILVA
LARISSA DOS SANTOS EVANGELISTA
LUIS CARLOS CALOU DA CRUZ
LUIZXA VIEIRA DA SILVA
MARIA LARISSA GOMES DIONÍSIO
MARIA MAYARA CIRILO ARAÚJO
MARIA WESLÂNIA PORFÍRIO DA SILVA
OZANA COELHO VIANA
RAYANA LEITE FERREIRA
WESLEY FERREIRA DE ALMEIDA

6º ANO "B"

ANTONIO WESLEY ALVES DE OLIVEIRA
ARIAQNA SOARES DA SILVA
DÉBORA TAINE CALIXTO DA SILVA
FRANCISLÂNIO RODRIGUES DA SILVA
FRANCISCO IDELÂNDIO VIEIRA DOS SANTOS
IGOR DE SOUSA LIMA
JAYNNE RAMOS LIMA
NÁTÁLIA
RAMON BEZERRA DOS SANTOS
ROSIMAR BEZERRA DE OLIVEIRA
VITÓRIA ANDRÉ DA SILVA

6º ANO "C"

CÍCERO LUAN N. DE BRITO
DAIANE DA SILVA FERREIRA
GLEITON ARAÚJO DA SILVA
IVAN VIEIRA OLIVEIRA
JOSEANE RAMALHO DE SOUSA
MARIA DAIANE SILVA OLIVEIRA
MAYARA BEATRIZ DA SILVA
MICKAEL DUARTE DA SILVA

7º ANO "A"

ADRIANO TEIXEIRA DE FRANÇA
ALAN TEIXEIRA DE FRANÇA
ANA CAROLYNE GOMES RIBEIRO
CÍCERO LEOSMAR PARENTE GOMES
EVANDRO FERREIRA DE LIMA JÚNIOR
FERNANDA DO NASCIMENTO FIRMINO
FELIPE RODRIGUES DE OLIVEIRA
KAUANE XAVIER DE SOUSA
RAKELLYNE LEITE RAMOS
TAYS DOS SANTOS GONÇALVES
VALESKA IARA DIAS VASCONCELOS
WASHINGTON LUIZ MATOS GOMES
MÔNICA BATISTA DE SOUSA

7º ANO "B"

ALDAIR NASCIMENTO MATIAS
ALISSON MANOEL DA SILVA CIRILO
ANTONIO DE SOUSA PEREIRA
AUDÊNIA BEZERRA LIMA
DANIELE DE SOUSA SANTOS
HUMBERTO GALDENCIO B. DE LIMA
IDERLANIA DE SOUSA SANTOS

8º ANO "U"

DJENIFER RAFAEL VALENTIM DA SILVA
JULIANA DE LIMA GONÇALVES
ROBERTO FERREIRA ALMEIDA
HORTÊNCIA DE ROCHA SILVA

9º ANO "U"

ADÃO FLORIANO BEZERRA SOARES
ANDREIA SOARES DA SILVA
EDILANIA SILVA DE ANDRADE
ELIANA BARROS DE SOUZA
ELISANGELA GONÇALVES SILVA
ERILANGELA NASCIMENTO DOS SANTOS
JÉSSICA MARIA OLIVEIRA ARAIS
NATHÁLIA MARIA MACEDO DE OLIVEIRA
RITA DE CÁSSIA NUNES DA SILVA
WELIDA FABRÍCIA MARTINS DA SILVA

ENSINO FUNDAMENAL - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

EJA III "U"

ALINE DE SOUZA ARAÚJO
DANIEL PEREIRA DE LIMA
EFIGÊNIA MARIA DOS SANTOS SILVA
FLAVIANA MENEZES DA SILVA
FRANCISCA DANIELA DE LIMA SIEBRA
FRANCISCO ROBERTO DE LIMA
ISABEL SOARES SILVA
JOANA D’ARC DE LIMA DANTAS
JOSÉ ALAN BEZERRA DE LIMA
JOSÉ ALAN CAVALCANTE SILVA
JOSÉ CÍCERO VIEIRA DOS SANTOS
JOSÉ LUIZ DE LIMA
JOSÉ WILLAMES MACENA DE LIMA
MARIA DARLEIDE DA SILVA
JOSEFA RODRIGUES LOPES
QUELIANE DE LIMA SANTOS
RAMON FERREIRA ALCÂNTARA

EJA IV "A"

MIKAEL LUCAS DA SILVA
WELTON CORREIA DOS SANTOS
JOANA DARC SANTOS MORAIS
ISLÂNIA GOMES DE ARAÚJO
FR4ANCISCA RODRIGUES LOPES
ADRIANA SOARES DA SILVA
FRANCISCO WILLIS SANTOS SILVA
JOSÉ ROBERTO DE FREITAS JÚNIOR
CÍCERO WESLEY TELES
LUCIMAR DOS SANTOS RODRIGUES
MARIA MANUELA DA SILVA CUNHA
CÍCERO ROBSON FEITOSA CHAGAS
JAQUELINE CARNEIRO SILVA

EJA IV "B"

ALEXANDRA RODRIGUES DOS SANTOS
DEIZE CRISTIANE SANTOS SILVA
MARIA SOCORRO LIMA
VALÉRIA BRITO DANTAS
RAIMUNDO MARIO DA SILVA
FRANCILENE OLIVEIRA DOS SANTOS
MARIA LUCIVANIA LIMA DA SILVA
EUNICE CARNEIRO DE CARVALHO
CÍCERO FLÁVIO ALENCAR PEREIRA
JAILSON MACENA LIMA
JEFFERSON JARBAS ALVES SILVA
JORGE MICHAEL PEREIRA DA SILVA
MARCOS FERREIRA DA SILVA
JOSÉ RENATO FERREIRA DE ALMEIDA
MARIA DE JESUS LEANDRO DA SILVA
FRANCISCA EDILENE ANDRADE PEREIRA
MARIA HOSANA SANTOS
PATRÍCIA GERMANO DE OLIVEIRA

ENSINO MÉDIO REGULAR

1º ANO "A"

CLEONICE BEZERRA DE OLIVEIRA
DÉBORA DAMIANA DE SOARES MARTINS
FRANCISCO DAVIDSON OLIVEIRA ARAIS
JEFERSON PEREIRA SANTOS
LUZIA LUZIANE FERREIRA DA SILVA
MARCIA IVANCA DOS SANTOS FREITAS
MARIA VALDERLÂNIA PEREIRA SANTOS
MARIA VALDILENE SANTOS SILVA
ROSELAINE INÁCIO DA SILVA
VANESKA ALEXANDRA BRITO DANTAS
WESLEY VALENTIM DA SILVA

1º ANO "B"

CASSIMIRO INÁCIO DE FIGUEIREDO NETO
CÍCERA MARIA DA SILVA
FRANCISCO PEREIRA DOS SANTOS
FRANCISCO WHÁTILA DE LIMA DANTAS
IVANILDA DA SILVA FRANÇA
MARIA CARME DOS SANTOS
PATRÍCIA SILVIA SANTOS

1º ANO "C"

AVANI ROSA DA SILVA
D’ARC KENILCE REBOUÇAS PAIVA
FRANCISCA GOMES DA SILVA
JANIO BARBOSA
JOSÉ MÁRIO VIEIRA INÁCIO
MARIA SILVANTE DA SILVIA PATRÍCIO
ROSIMERIA DUARTES RODRIGUES
SILVANIA DA ROCHA SILVA

2º ANO "A"

ANTONIA IVONEIDE DE FRANÇA
ANTONIA JANAINA DE SOUSA
CÍCERO FARIAS SILVA
CRISOSTRI DOS SANTOS MENDES
ELAINE PEREIRA DA COSTA
ISMAEL CARLOS BEZERRA DE OLIVEIRA
JOÃO EUDES GOMES ALVES
LINDEUVÂNIA GOMES DE SOUSA
LUIZYANE SILVA LIMA
MAICON DA SILVA DOS SANTOS
MARGARIDA MARIA RAYANE RODRIGUES SILVA
MARIA DE FÁTIMA SOUSA
MARIA FABÍOLA DE SILVA FERREIRA
MARIA VALDENEIDE PEREIRA SANTOS
RONIVALDO DOS SANTOS
VANIZA OLIVEIRA DA SILVA

2º ANO "B"

CLAÚDIA CANUTO DE ASSIS
KARINA DE SOUSA PEREIRA
LILIANE GOMES DE SOUZA
MARIA CLEIANY ALVES MACEDO

3º ANO "A"

ADRIANA PAULA DE QUEIROZ
ALINE CRISTINA SOARES PEREIRA
ANA PAULA SILVA SOUSA
CRISTIANO MAIA RODRIGUES LEITE
EVA POLICAPOL BEZERRA SOARES
JOEDSON GONÇALVES DE OLIVEIRA
MARIA FERNANDA DUARTE DA SILVA
MARIA JOSINEIDE DE SOUSA SANTIAGO
NÁGILA DA SILVA
ROBERTO PEREIRA DA COSTA
SILVANEIDE ARAÚJO DA COSTA
SUELANE GARCIA DA COSTA

3º ANO "B"

ROSILENE DUARTE RODRIGUES
MAURÍCIO TARGINO DE SOUZA
EDMAR ALVES VITORINO
DANÚBIA KELI FERREIRA MALHEIRO
ANGÉLICA MARQUES DA HORA

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