domingo, 21 de setembro de 2008

Pacote dos EUA ajuda plano de Lula para pré-sal

KENNEDY ALENCARcolunista da Folha Online 21/09/2008

Uma das maiores intervenções estatais da história do capitalismo é vista pelo governo Lula como uma boa notícia. Até aí uma obviedade. Claro que amenizar a crise econômica mundial é bom para o Brasil, um país que ainda depende muito das exportações, apesar do vigoroso crescimento do mercado interno desde o lançamento do Plano Real em 1994.
O governo Lula acha essa intervenção positiva porque acredita que ela reforçará seus argumentos para mudar a Lei do Petróleo no Brasil.
O argumento do Palácio do Planalto é o seguinte: se até no país mais capitalista do mundo é preciso que o Estado intervenha para salvar o mercado, faz sentido o Brasil mudar as regras para explorar a grande descoberta de petróleo na camada pré-sal.
Lula quer criar uma nova estatal para administrar as reservas do pré-sal que ainda não foram leiloadas. Tem simpatia pelo modelo de divisão de partilha de produção. E pretende abrir nova rodada de uso do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para capitalizar a Petrobras.
Com o novo modelo, Lula deseja aumentar a arrecadação do governo federal na indústria do petróleo para usar o grosso dos recursos em investimentos na área de educação e no combate à miséria.
A oposição acusa Lula de fazer uso político do petróleo do pré-sal, mas o presidente acha que vai ganhar essa batalha. Ele tem se movimentado de forma eficiente ao tentar impor sua agenda aos oposicionistas.