segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

O nosso adeus ao aluno do 3º ano do Ensino Médio: Kleiniano Santos Macedo Júnior


A nossa escola está de luto. Faleceu no último dia 07 o aluno do 3º ano "B", turno noturno, Kleiniano Santos Macedo Júnior, vítima de um acidente automobilístico.


A sua partida repentina deixou a todos de sua turma, além de familiares de amigos que desfrutavam de sua companhia e amizade, inquietos.


Júnior, saudades eternas de todos que fazem a E.E.F.M. Prefeito Antônio Conserva Feitosa.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Professora Elisângela Ferreira Floro do 1º ano "B" ganha Prêmio Destaque por alfabetizar mais de 90% dos seus alunos


A professora Elisângela Ferreira Floro do 1º ano "B" do Ensino Fundamental menor, do turno da manhã, ganhou da Secretaria de Educação do Município de Juazeiro do Norte o Prêmio Destaque por alfabetizar mais de 90% dos seus alunos. Ela recebeu como prêmio o 14º Salário.

Parabéns, Elisa!

Candidatos já podem conferir gabarito do Exame de Certificação de Competências de Jovens e Adultos

Estão liberados para consulta pela internet os gabaritos oficiais do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) de 2008. As provas foram aplicadas no sábado, dia 13, e no domingo, 14.

A divulgação dos gabaritos ocorreu apenas nesta quinta-feira, 18, porque foram realizadas provas em presídios da região Sul após a data oficial do exame. “Como o Encceja não é um exame classificatório, nenhum participante será prejudicado pelo fato de terem sido aplicadas provas após a data prevista”, explicou o diretor de avaliação da educação básica do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Heliton Tavares Ribeiro.

Os participantes do exame devem ficar atentos às médias de desempenho. O Encceja é estruturado com base na teoria de resposta ao item (TRI). Ou seja, as notas não seguem o padrão tradicional, no qual o número de acertos corresponde à nota final. Por meio da metodologia adotada pelo Encceja, os resultados são estruturados numa escala de proeficiência que, nessa edição, variou de 60 a 180. O nível 100 dessa escala foi tecnicamente sugerido às redes de ensino como ponto indicativo de que o participante desenvolveu as habilidades mínimas necessárias para obter a certificação.

As médias finais obtidas pelos participantes em cada uma das áreas avaliadas nos ensinos fundamental e médio serão divulgadas a partir da segunda quinzena de fevereiro de 2009. Os resultados serão divulgados na página eletrônica do Inep, por meio de sistema de consulta. Para ter acesso às informações, o participante deve utilizar o número de inscrição. Além disso, quem prestou o exame receberá, pelos Correios, o boletim individual de desempenho no endereço indicado no ato de inscrição.

Na edição 2008, o Encceja teve aproximadamente 780 mil inscritos — 60% para o ensino médio e 40% para o fundamental. As provas foram aplicadas em 2,3 mil unidades educacionais de aproximadamente 800 municípios. As certificações serão feitas diretamente nas secretarias municipais e estaduais de educação que aderiram ao exame. Elas são responsáveis pela forma e pelos critérios de utilização das notas, com total autonomia para proceder às certificações.
Os gabaritos podem ser consultados na página eletrônica do Inep.

Mudança no Ensino Médio

Um ano depois de ter afirmado que o ensino médio vive uma "crise aguda" e que as políticas adotadas pelo governo não surtiram efeito o ministro da Educação voltou a tratar da questão.
Agora, ele está anunciando uma proposta de alteração do currículo desse ciclo de ensino, para torná-lo mais técnico e voltado à realidade do mercado de trabalho. Preparada por um grupo interministerial encarregado de formular projetos de qualificação de jovens, a proposta acaba de ser apresentada ao Conselho Nacional de Educação.

Destinado aos estudantes na faixa etária entre 15 e 17 anos e com um currículo reconhecidamente anacrônico, o ensino médio é considerado o principal gargalo do sistema educacional brasileiro. Os índices de aproveitamento dos estudantes, nos mecanismos de avaliação, têm sido assustadoramente baixos. A maioria dos alunos apresenta graves deficiências em matérias básicas, como português, matemática e ciências. Sem saber fazer operações geométricas e ler textos mais complexos, eles têm dificuldade para discutir questões abstratas.

Além disso, o ensino médio registra altas taxas de evasão. Segundo a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), há 2 milhões de jovens e adolescentes fora do ciclo escolar. Por causa do ensino ruim e de um currículo afastado da realidade social e econômica, eles abandonaram os estudos para procurar emprego. Mas, como têm formação deficiente, o máximo que conseguem é ingressar na economia informal.

Para tentar reduzir os índices de evasão e melhorar os índices de aproveitamento do ensino médio, o MEC quer que as escolas desse ciclo passem a adotar, a partir de 2009, um currículo semelhante aos dos Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefet), que oferecem educação formal e profissional de boa qualidade. "Queremos derrubar a fronteira entre o ensino geral, enciclopédico, e o ensino técnico", diz Haddad.

A implementação dessa proposta, contudo, esbarra em dois problemas. O primeiro é de caráter jurídico. Pela legislação em vigor, os Estados têm ampla autonomia para definir o currículo do ensino fundamental. Em outras palavras, a União não tem competência legal para impor mudanças curriculares no ensino médio. O segundo problema é financeiro. Consideradas instituições de excelência, os centros federais de educação tecnológica custam caro. Eles têm um gasto médio anual por aluno superior a R$ 2 mil. Esse valor é mais do que o dobro do que as unidades mais ricas da Federação gastam por aluno da rede pública de ensino médio. Como muitos Estados têm graves limitações orçamentárias, quem arcaria com a ampliação dos custos gerada pela proposta do MEC? "A reforma passa necessariamente por uma mudança na concepção do regime federativo", diz o secretário de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, que vem colaborando com Haddad nesse projeto. Contudo, nenhum dos dois esclareceu se a União ajudará financeiramente os Estados que se dispuserem a mudar o currículo do ensino médio. "A idéia é substituir o regime de repartição de responsabilidades por um regime de cooperação entre entes federados. Vamos descobrir no caminho o que o governo poderá fazer nesse sentido", conclui Unger.

Como se vê, essa é mais uma polêmica iniciativa do governo federal, que, nos últimos tempos, vem se especializando em anunciar projetos "politicamente corretos" em matéria de educação, ficando com os dividendos eleitorais e deixando aos Estados a responsabilidade por sua implementação e pelos encargos financeiros.

O exemplo mais ilustrativo dessa estratégia é a lei que criou o piso salarial nacional do professorado e determinou que um terço da carga horária dos professores seja destinada a atividades extraclasse. Enquanto o presidente Lula "faturou" politicamente a iniciativa, os governadores, sem condições orçamentárias para aumentar os salários dos docentes e contratar mais professores, tiveram de argüir, no Supremo Tribunal Federal, a inconstitucionalidade do piso salarial - que foi mantido - e da jornada extraclasse - que foi extinta -, arcando com o desgaste político que esse tipo de medida acarreta.

PE: professores já podem solicitar computador... E nós, quando receberemos os nossos?

A partir desta segunda-feira, os 26 mil professores da rede estadual de Pernambuco começam a escolher seus notebooks.
Os computadores portáteis estão sendo disponibilizados pelo Programa Professor Conectado, que garantiu aos docentes bônus de R$ 2.300 no contracheque de dezembro. Mestres interessados em adquirir o equipamento devem acessar o endereço eletrônico www.portaldoservidor.pe.gov.br para selecionar uma máquina que atenda às suas necessidades.

A professora de matemática Lucélia Amorim, 27, servidora do Estado há três anos, não vê a hora de comprar o notebook. A aquisição de uma máquina portátil já estava em seus planos, mas o alto custo adiava a compra. “Eu já estava pensando em adquirir o equipamento, mas andava meio sufocada”, disse ela, que leciona na Escola Estadual Engenheiro Lauro Diniz, no Ipsep, Zona Sul do Recife.

Lucélia enumera os benefícios que o computador trará na sua atividade profissional. “Vai me servir para digitar provas, organizar fichas para os alunos e preparar apresentações em datashow. Além disso, poderei fazer planilhas com notas.Com o recurso do notebook, a gente abre caminho para se livrar das cadernetas, pois o computador armazena tudo.” Segundo ela, os docentes ganharão em praticidade. “Antes eu fazia isso tudo somente em casa. Agora, vou aproveitar melhor meu tempo livre. Será muito mais prático”, comemorou.

O presidente da Agência Estadual de Tecnologia da Informação (ATI), Joaquim Costa, informou que o procedimento de inscrição para solicitação do computador é simples. Para se cadastrar, os professores precisam da senha do PE Consig – a mesma utilizada para fazer empréstimo consignado. “Basta entrar no Portal do Servidor, clicar no link do Programa Professor Conectado, escolher a solução preferida entre as disponíveis e colocar o endereço residencial.
Os professores receberão o notebook em casa. Eles fornecem o e-mail corporativo e recebem uma mensagem avisando a data de entrega”, explicou. A Secretaria Estadual de Educação (Seduc) montará pontos de apoio nas 17 Gerências Regionais, para que os docentes que ainda não têm senha possam fazer o cadastro. “É o maior projeto de inclusão digital do Brasil”, destacou.

Os fornecedores estão sendo cadastrados na ATI. De acordo com Joaquim Costa, mais de 15 empresas já demonstraram interesse em oferecer seus produtos. Para isso, é preciso assinar termo de adesão ao regulamento e anexar a documentação exigida. Cada empresa pode ofertar duas alternativas de computadores ao cliente. A portaria que regulamenta o credenciamento das empresas foi publicada no Diário Oficial do último dia 17.

Os computadores precisam ter no mínimo dois gigabyte de RAM, 80 de HD, teclado configurado no padrão da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), placa de rede, leitor e gravador de DVD e índice de performance Sysmark Overall de 170, para garantir que os programas a serem instalados funcionem de maneira correta. Entre os softwares que devem ser instalados estão a licença do Educandus, a Enciclopédia Digital Multimídia UNO e o Dicionário Houaiss Eletrônico.
A grande pergunta para nós professores da rede pública do Estado do Ceará é:
QUANDO IREMOS RECEBER O NOSSO?

Entregas de Resultados Finais e Entrega de Boletins do Ensino Fundamental I

Esta acontecendo no dia de hoje a entrega dos resultados finais, a assinatura de boletins e a renovação de matricula para os alunos veteranos do 2º ao 5º ano do Ensino Fundamental I. A matrícula dos alunos novatos para todas as séries do Ensino Fundamental I (1º ao 5º ano), inclusive do 1º ano oriundos da E.M.E.I. Antônio Vieira, acontecerá a partir do dia 05 de janeiro de 2009.
Os alunos que estão concluindo o Ensino Fundamental I e que irão se matricular no 6º ano do Ensino Fundamental II farão a matrícula no próximo mês de janeiro. A data ainda será confirmada pela secretária Regina Magda Sisnando de Oliveira.
A documentação necessária para os alunos novatos será:
  • 01 (uma) pasta escolar;
  • 02 (duas) fotos 3x4;
  • Certidão de nascimento da criança (xerox);
  • Cartão do posto de saúde do aluno (xerox);
  • Cédula de Identidade - RG, CPF e Bolsa Família (responsável);
  • Comprovante de endereço, ACOMPANHADO DE UM NÚMERO DE TELEFONE do aluno (xerox); e,
  • Histórico escolar ou Guia de Transferência (original) (para alunos NOVATOS).

sábado, 20 de dezembro de 2008

Lista dos pré-selecionados para o ProUni será divulgada em 5 de janeiro

Lista dos pré-selecionados para o ProUni será divulgada em 5 de janeiro. Junto com os nomes dos pré-selecionados será divulgada uma lista de espera.
O Ministério da Educação adiou para o dia cinco de janeiro o resultado da seleção de bolsas do Programa Universidade para Todos (Prouni). A lista dos pré-selecionados em primeira chamada seria divulgada na próxima sexta-feira, dia 2/01, mas foi adiada por uma portaria publicada nesta sexta-feira, 19, no Diário Oficial da União. Junto com os nomes dos pré-selecionados será divulgada uma lista de espera. Nesta edição o ProUni disponibilizou 156 mil bolsas, sendo 95,6 mil são integrais e 60,7 mil parciais. As bolsas parciais, que custeiam 50% do valor da mensalidade, podem ser pleitadas por estudantes cuja renda per capita familiar é de até três salários mínimos. Já as bolsas integrais são restritas a alunos com renda familiar de até um salário mínimo e meio por pessoa. Desde a criação do programa, em 2005, 430 mil bolsas em instituições de educação superior privadas foram destinadas a alunos de baixa renda, 70% delas integrais.

Laboratório de Informática da nossa escola será inaugurado hoje

O Prefeito de Juazeiro do Norte-CE, Dr. Raimundo Macêdo, inaugura oficialmente, neste sábado, às dez horas, o LEI - Laboratório de Informática Profª Francisca Célia Viana de Brito e a Quadra de Esportes Joaquim Izidro do Nascimento da nossa escola, a E.E.F.M. Prefeito Antônio Conserva Feitosa.
Na ocasião será apresentado aos visitantes as atividades realizadas pelos professores Laercio Mendonça e Érika Callou.

Educação avança, porém matrícula cai

Brasi é ainda o país quel tem um dos maiores números de analfabetos no mundo, ficando no 92ºlugar.
A educação é a área em que o Brasil obtém seu melhor desempenho no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). O relatório divulgado este ano, com dados de 2006, mostra que houve avanço na redução do analfabetismo, mas ligeira queda na taxa de matrículas no ensino básico e superior.
Alison Kennedy, técnica do escritório do Pnud, em Nova York, minimizou a queda no indicador. Ela informou que os dados mostram queda na taxa de matrícula no ensino médio em 2004 e 2005, e aumento na matrícula no ensino superior.
Combinados, caiu de 4,84 milhões para 4,81 milhões os alunos matriculados no país: - Esta é uma mudança muito pequena e tem impacto marginal no valor do IDH.
O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Reynaldo Fernandes, disse que a taxa de matrículas no país está estável nos últimos anos e tem melhorado na educação básica.
Segundo dados do IBGE, houve um aumento contínuo, de 1995 até 2007, no número de crianças de 4 a 17 anos matriculadas na escola. Reynaldo Fernandes, disse que o maior desafio do país hoje é garantir que os alunos concluam o ensino fundamental.
Ministro diz que ainda há muito a fazer Isoladamente, o indicador educacional é o único na faixa de alto desenvolvimento humano, com 0,888 na escala até 1. Se dependesse somente da expectativa de vida ao nascer e da renda per capita, o país seria classificado no grupo de médio desenvolvimento.
O Brasil é o 65º colocado no indicador de educação, entre 179 países e territórios. O melhor resultado está na taxa de matrículas, com 87,2% de estudantes entre a população em idade escolar ou universitária.
O país tem o 39º melhor indicador nesse item. Em relação ao estudo anterior, porém, a taxa caiu 0,3 ponto (era de 87,5%). Já na alfabetização de jovens e adultos, a taxa subiu de 88,6% para 89,6%. O Brasil é um dos países com maior número absoluto de analfabetos no mundo. No ranking do IDH, a taxa brasileira está em 92º a pior colocação do país. O IDH não considera a qualidade do ensino. Nem a permanência na escola.
O ministro da Educação, Fernando Haddad, ressaltou a participação dos ganhos da educação na caminhada do Brasil na redução das desigualdades e da melhoria das condições sociais, mas disse que ainda há muito a fazer.
- O caminho ainda é muito longo. O IDH do Brasil poderia ser melhor. Como a renda tem peso alto no índice, o impacto da expansão de 2004 a 2008 não foi capturado pelo IDH, mas vai aparecer - afirmou.
Alfabetizada comemora: 'quem não lê é como cego' Aos 52 anos, Cleonice da Silva, lamenta o tempo perdido.
Como costuma dizer, foi criada "na cozinha dos outros" ou "cuidando de filho dos outros". Filha de pais pobres, cresceu sem saber ler. Mas não é mais analfabeta.
No ano passado voltou à escola e agora já pode cuidar da papelada do Clube de Idosos Unidos Venceremos, que ela fundou, para ajudar aos velhinhos da comunidade Caranguejo Tabaiares, no bairro Afogados, Zona Oeste de Recife.
- Agora já me sinto outra pessoa e a cegueira acabou.
Quem não lê é o mesmo que ser cego - diz Nice.

O que são objetos de aprendizagem?

São recursos digitais que possam ser reutilizados para dar suporte ao aprendizado, auxiliando tanto a modalidade à distância como a presencial.
A professora Lynn Alves é professora do Departamento de Educação e Comunicação da UNE, Coordenadora do Grupo de Pesquisa Comunidades Virtuais ( CNPq ) e Coordenadora dos Núcleos de Educacao e Tecnologia e Educação a Distância das Faculdades Jorge Amado
Conexão Professor (CP) – Como você definiria o termo objetos de aprendizagem?Lynn Alves – Eu penso que os objetos de aprendizagem (OA) se constituem em mídias em diferentes formatos e linguagens (impressa, sonora, imagética, digital e telemática) que podem mediar os distintos processos de aprendizagem.
CP – Como os objetos de aprendizagem ajudam no trabalho do professor em sala de aula? Quais as vantagens para o aluno?Lynn Alves – Na verdade, alguns objetos criam ambientes de aprendizagem onde os usuários (alunos e professores) podem simular situações que envolvem conceitos físicos, químicos, biológicos e sociais, manipulando, tornando concreto, próximo do real, conceitos que apresentam um maior grau de complexidade.
CP - O uso de objetos de aprendizagem em escolas públicas seria determinante para melhorar a qualidade no ensino?Lynn Alves – Não. Pensar assim é acreditar que os OA seriam panacéias. A melhoria da qualidade do ensino no Brasil passa por outras questões estruturais que não são resolvidas com a mediação das tecnologias. Os objetos de aprendizagem, e aí entram também os jogos, já que também são OA, podem atuar na Zona de Desenvolvimento Proximal dos alunos promovendo a construção de significados para os distintos conceitos que precisamos construir na nossa vida escolar.
CP – Como vê a qualidade dos objetos de aprendizagem disponibilizados hoje?Lynn Alves – Bem, nós temos portais que apresentam uma diversidade de objetos, contudo, nem todos oferecem um grau de interatividade, interface e qualidade nos conteúdos e situações problemas de forma significativa que possam realmente contribuir para a aprendizagem dos sujeitos do processo de ensinar e aprender. Assim, é importante que os professores interajam com esses objetos, selecionando aqueles que efetivamente podem agregar valor ao processo ensino-aprendizagem.
CP – Esses objetos de alguma forma substituem o trabalho dos professores?Lynn Alves – Nunca. A mediação do professor é fundamental nos processos de ensino-aprendizagem. Temos que pensar esses elementos tecnológicos como parceiros que podem contribuir para a aprendizagem dos nossos alunos.
CP – Os objetos de aprendizagem podem ser usados em qualquer disciplina? Existe alguma em que eles sejam especialmente recomendados? Lynn Alves – Penso que podem ser utilizados em quaisquer disciplinas, mas as experiências com os conceitos físicos, químicos e biológicos, que muitas vezes ficam comprometidas por conta da inexistência de laboratórios nas escolas, podem ser superadas com a mediação dos objetos de aprendizagem digitais, que muitas vezes simulam o espaço dos laboratórios.
CP – O uso de objetos de aprendizagem é indicado para qualquer idade?Lynn Alves – Sim. Aprendemos a vida toda. Então, a interação com os OA faz parte do nosso processo de aprendizagem. Por exemplo, vem sendo desenvolvida na Universidade de Aveiro, em Portugal, uma pesquisa com idosos e a interação com os jogos digitais.
CP – Existe alguma restrição para o uso pedagógico dos objetos de aprendizagem?Lynn Alves – Penso que cabe ao professor avaliar os objetos de aprendizagem que pretende utilizar, identificando suas efetivas contribuições para seus objetivos. Imagino que aqueles que não se adequem a estes objetivos podem ser momentaneamente excluídos do processo. Mas no geral eu desconheço qualquer tipo de restrição.
ACESSE AS ENTREVISTAS ANTERIORES

Índice de Desenvolvimento Humano: Brasil fica em 70º


Taxa de alfabetização de adultos contribui para aumento do Índice de Desenvolvimento Humano do país mas resultado representa o mesmo do ano passado. matrícula em escola encolheufonte: Correio Braziliense, Amazônia Hoje.

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) divulgou ontem o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que varia de 0 (baixo) a 1 (alto). A novidade foi o recálculo do Produto Interno Bruto (PIB) feito pelo Banco Mundial e pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), após a revisão de preços comparativos em mais de 146 países. Até 2007, o Pnud trabalhava com um PIB estimado, via paridade de poder de compra, com preços de 1993. Agora, são considerados valores de 2005.
O Brasil permanece na 70ª posição dentro do grupo de 75 países com alto desenvolvimento humano. A informação foi divulgada ontem pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) brasileiro que, em 1980, era de 0.684, aparece agora em 0.807 quanto mais próximo de 1, maior é o desenvolvimento da região analisada. As informações são da Agência Brasil.
O IDH, calculado para um total de 179 países, abrange três aspectos: a renda, tendo como indicador o Produto Interno Bruto (PIB) per capita; a longevidade, medida pela expectativa de vida; e a educação, avaliada pela taxa de alfabetismo e pela taxa de matrícula. De acordo com o Pnud, a expectativa de vida no Brasil passou de 71,7 anos em 2007 para 72 em 2008. A taxa de alfabetismo também apresentou melhora, passando de 88,6% para 89, 6% no mesmo período. Já a taxa de matrícula registrou queda de 87,5% para 87,2%.
O PIB per capita brasileiro, segundo os dados, evoluiu de R$ 8,402 para R$ 8,949. O coordenador de Desenvolvimento Humano Nacional do Pnud, Flávio Comim, destacou que uma alteração na metodologia de levantamento dos dados fez com que muitos países latino-americanos oscilassem de posição, maso Brasil se manteve no mesmo patamar.
Este ano, segundo ele, houve uma mudança na base de cálculo do PIB per capita que tem como com pilar a Paridade do Poder de Compra (PPC). Ela representa as taxas de câmbio estimadas para equalizar os poderes de compra de diferentes moedas e, até o ano passado, utilizava os preços de 1993.
"Agora, o Banco Mundial fez o recálculo utilizando preços de 2005. São considerados preços de 143 países e é ajustado o valor do dólar para comprar produtos homogêneos em cada país. Ao fazer este ajuste, verifica-se que os preços relativos mudaram. O dólar tem valor diferenciado em Londres e no México, por exemplo O Brasil se manteve de maneira consistente na posição de alto desenvolvimento humano, diferente do que aconteceu na América Latina, disse Comim.
Apesar de se manter em uma das últimas posições no grupo, o Brasil junto ao Chile foi o país que mais avançou em desenvolvimento humano no cenário latino-americano. O progresso chileno foi de 0.128 ponto nos últimos 26 anos e o brasileiro foi de 0.123, seguido pelo México (com 0.095) e pela Costa Rica (com 0.088).
Entre as menores taxas de progresso em desenvolvimento humano estão a Venezuela (com 0.064) e a Argentina (com 0.070). Ainda assim, vizinhos como Chile, Argentina e Uruguai, além de Cuba, Bahamas, Costa Rica e México, permanecem frente do Brasil no ranking de países com alto desenvolvimento humano.
Ministro da educação mantém otimismoO governo brasileiro recebeu com discrição os resultados do Pnud e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva preferiu não comentá-los. O ministro da Educação, Fernando Haddad, foi o único entusiasmado. Alguns opositores elogiaram a política social do Planalto. "Temos de reconhecer que a área social do governo tem conseguido alguns avanços", declarou o senador pernambucano Sérgio Guerra, presidente do PSDB.
"O IDH do Brasil poderia ser muito melhor, se não fossem as duas décadas de crescimento econômico baixo entre 1981 e 2003. Como a renda tem peso alto no índice, isso claramente impactou o ritmo melhoria. O impacto da expansão de 2004 a 2008 não foi capturado pelo IDH, mas vai aparecer", afirmou Haddad aos jornalistas.
Ele ressaltou a participação dos ganhos da educação na caminhada do Brasil na redução das desigualdades e da melhoria das condições sociais. "Temos muito a fazer na educação brasileira, mas é inegável que tem havido uma melhora significativa desde a Constituição de 1988. O caminho ainda é muito longo. A tendência é melhorar", disse otimista o ministro.
Para o futuro líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (SP), o resultado confirma a melhora do bem estar a partir de políticas implementadas pelo governo. Ele concorda com Haddad sobre os degraus galgados e reforça que existe uma tendência, a se repetir quando forem fechados os dados de 2007 e 2008. "Vamos reverter a crise econômica para avançar no social", disse.
Pesquisa do Ibge revela que maioria de pobres está no Nordeste
Pesquisa divulgada ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) aponta que, proporcionalmente, o Nordeste tem mais que o dobro de municípios com pessoas abaixo da linha da pobreza em todo o Brasil. Na região, 77% dos municípios estão nesta condição, enquanto que a média do Brasil é de 32,6%, de acordo com o Mapa da Pobreza e Desigualdade 2003.
A pesquisa, feita em parceria com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), traça, pela primeira vez, indicadores como a incidência de pobreza e a desigualdade entre os pobres no Brasil. Os dados são referentes a 2003.
O mapa revela que, no Brasil, 1.793 municípios tinham populações vivendo abaixo da linha da pobreza naquele ano. Destes, apenas 416 deles não estão no Nordeste. Naquela região e no Centro-Oeste, o índice foi mais que o dobro do Brasil: 77,1% e 73,5% do total de municípios de cada um, respectivamente.
Já em uma outra ponta, o Sul teve apenas 0,9% de seus municípios, apenas 11 deles, identificados nessa condição. No Sudeste, o índice também foi baixo: 13,3% do total de municípios na região.
Com base em dados das Pesquisas de Orçamentos Familiares 2002/2003 e no Censo 2000, o Mapa da Pobreza calculou também a distância média dos pobres em relação à linha da pobreza do Brasil. Ou seja: o quão distante está uma região de ultrapassar a linha da pobreza.
Mais uma vez, o Nordeste concentrou uma média de pobres com a maior distância da linha da pobreza: 28,6%, contra 13,1% no Norte. Por isso, conclui o IBGE, o Nordeste é a região que precisa de mais recursos do governo federal para ajudar a população a atravessar a faixa da pobreza.
Já o Centro-Oeste está mais próximo desta linha que o Sudeste. Apenas 3,6% dos municípios daquela região tinham uma distância da linha da pobreza maior que 25%, contra 6,8% no Sudeste.
Lançado apenas em DVD, o Mapa da Pobreza do IBGE tem como intuito disponibilizar uma base de dados para se traçar informações variadas sobre a pobreza no Brasil. O DVD traz mapas e números geográficos do Brasil.

Concurso Aprender e Ensinar Tecnologias Sociais: os vencedores

Depois de quatro meses, foram definidos os nomes dos vencedores do Concurso Revista Fórum e Fundação Banco do Brasil Aprender e Ensinar Tecnologias Sociais.
Um professor de cada região do país vai ao Fórum Social Mundial de Belém, em janeiro de 2009, participar do evento e de uma oficina sobre tecnologia social, promovida pelos realizadores do evento. São quatro mulheres e um homem, e apenas dois dos vencedores são de capitais. Conheça os nomes dos vencedores: Centro-Oeste Doreni Ricartes Guimarães Tasso 50 anos, de Campo Grande (MS), professora do Centro Estadual de Atendimento ao Deficiente da Audiocomunicação (Ceada) Nordeste Edinalva Pinheiro dos Santos Oliveira 45 anos, de Arapiraca (AL), professora da Escola de Ensino Fundamental Benjamin Felisberto da Silva Norte Rozenilda de Souza 34 anos, de Boa Vista (RR), professora da Escola Estadual Profº Jaceguai Reis Cunha Sudeste Dulce Siano Rodrigues Oliveira 40 anos, de Juiz de Fora (MG), professora do Colégio Militar de Juiz de Fora Sul Edner Abelini 31 anos, de Maringá (PR), professor do Colégio Estadual Adaile Maria Leite Prêmio Os vencedores do Concurso ganham uma viagem com passagens e hospedagem incluídas para participar do Fórum Social Mundial de 2009, o Fórum Amazônico, em Belém (PA), de 27 de janeiro a 1º de fevereiro. Além de participar do evento, vão integrar uma oficina em que poderão falar sobre a proposta de atividades apresentada. Os vencedores serão contatados pela equipe da Revista Fórum. Todos os finalistas receberão um troféu e terão suas atividades divulgadas em um banco de propostas para discutir tecnologias sociais na escola. Os educadores que enviaram a sugestão de atividade devem receber os certificados de participação nos próximos dias. O Concurso Iniciado em agosto de 2008, o Concurso foi realizado pela Revista Fórum e Fundação Banco do Brasil, com o objetivo de levar o debate das tecnologias sociais para escolas do ensino fundamental da rede pública. Na primeira fase, os professores se inscreviam e apresentavam uma proposta de atividades para desenvolver na escola. A partir das respostas, foram definidos 10 finalistas por região do país, que foram convidados a prestar mais esclarecimentos. Avaliadores A análise das respostas dos 50 finalistas foi feita por 15 avaliadores. São eles: Alexandre Akira Takamatsu, do Instituto de Tecnologia do Paraná; Ana Cristina Accioly, educadora, pedagoga e diretora do Instituto Palmas; Eunice Nodari, do Fórum Nacional de Pró-Reitores de Extensão (Forproex); Felipe Pinheiro, representante da Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA) no Comitê Coordenador da Rede de Tecnologia Social (CC/RTS); Ghislane Duque, professora da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e membro da ASA; Lana Pires, gerente da área de Segurança Alimentar do Ministério de Ciência e Tecnologia (Secis); Luiz Carraza, do Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN); Odilon Guedes, do Instituto Primeiro Plano; Paulo Magalhães, sociólogo e ex-representante da Caixa no CC/RTS; Rodrigo Fonseca, doutorando Unicamp e representante da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) no CC/RTS. Também participaram Anselmo Massad, Brunna Rosa, Glauco Faria e Vanessa Nicolav, da Revista Fórum. Foram levados em conta cinco critérios, a clareza do conceito de tecnologia social, o envolvimento da comunidade, a interdisciplinaridade, a exeqüibilidade e a reaplicabilidade em outras escolas.

Português será ensinado em escolas argentinas

O ensino do português será obrigatório na Argentina, em escolas de nível médio e também em escolas primárias de Províncias da região de fronteira com o Brasil.
A disciplina será optativa para estudantes de instituições públicas e privadas, mas as escolas deverão ofertá-la de maneira permanente.
Projeto de lei sobre o tema foi aprovado por unanimidade anteontem à noite pelo Senado, após ratificação também unânime na Câmara de Deputados. A iniciativa agora vai à sanção da presidente Cristina Kirchner.
A Argentina agora se equipara ao Brasil, que tornou obrigatório o ensino de língua espanhola em agosto de 2005, com prazo de cinco anos para implantação da lei.
As leis aprovadas são semelhantes. No Brasil, o ensino de língua espanhola também é de oferta obrigatória e matrícula facultativa no ensino médio. A lei brasileira também abre a possibilidade de inclusão da disciplina no ensino fundamental.
A norma argentina determina que a lei esteja em plena vigência até 2016, com prioridade para as Províncias da região de fronteira -Misiones, Entre Ríos e Corrientes.
A senadora governista Blanca Osuna, presidente da Comissão de Educação do Senado, reconheceu à Folha que haverá dificuldades até que a lei saia do papel. Disse que a capacitação do corpo docente para o ensino do português é desigual nas Províncias e que as regiões de fronteira saem na frente.
Osuna disse, contudo, ter sentido disposição favorável do setor de educação e afirmou que a presidente irá sancionar a medida. "Recebi muitas mensagens de pessoas e instituições que manifestavam interesse e satisfação pelo passo que estávamos dando."

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Imigração portuguesa no Brasil apresentou privilégios

A legislação brasileira sempre concedeu privilégios políticos e jurídicos aos imigrantes portugueses, em comparação a cidadãos de outras nacionalidades.
No entanto, ao mesmo tempo em que tiveram vantagens diplomáticas, os portugueses também foram alvo de perseguições em terras brasileiras. Os dados estão na pesquisa de doutorado Laços de Sangue – Privilégios e Intolerância à Imigração Portuguesa no Brasil (1822-1945), de autoria do jornalista e professor universitário José Sacchetta Ramos Mendes. O estudo foi escolhido como o melhor trabalho acadêmico do ano de 2007 pela Associação das Universidades de Língua Portuguesa (AULP) e Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), tendo recebido, no último mês de novembro, o Prêmio Fernão Mendes Pinto.
Apesar de a análise do tema ter compreendido o período entre a Independência do Brasil e o fim do Estado Novo, Sacchetta destaca que, atualmente, as Leis brasileiras continuam tratando os portugueses de maneira diferenciada. “De acordo com a atual Constituição, os portugueses e outros lusófonos que comprovarem que possuem um ano de residência fixa no Brasil podem solicitar a naturalização. Já para os cidadãos de qualquer outra nacionalidade, este prazo é de 15 anos ininterruptos”, aponta.
Segundo o pesquisador, os portugueses nunca foram vistos como estrangeiros, mas sim como compatriotas. Sacchetta realizou um estudo de Leis brasileiras, desde 1822 até 1945, e analisou documentos do Itamaraty (correspondência diplomática). Por meio da Cátedra Jaime Cortesão, da Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, o pesquisador conseguiu um auxílio para estudar em Portugal, onde pesquisou o Arquivo Diplomático do Ministério dos Negócios Estrangeiros e o Arquivo da Torre do Tombo.
Ele também atuou como Visiting Scholar, na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, onde pesquisou arquivos do Centro de Estudos Brasileiros daquela instituição. A pesquisa foi apresentada em abril de 2007 na FFLCH, no Laboratório de Estudos sobre Etnicidade, Racismo e Discriminação (LEER), sob a orientação da professora Maria Luiza Tucci Carneiro. De acordo com o pesquisador, estatísticas brasileiras e portuguesas apontam que, entre 1822 e 1950, cerca de 1 milhão e 900 mil portugueses imigraram para o Brasil.
Privilégios
O jornalista conta que na Assembléia Constituinte de 1823, os portugueses não foram considerados estrangeiros. “Qualquer pessoa nascida em Portugal, que morasse no Brasil, foi considerada brasileira caso concordasse com a Independência”, conta. Já na Era Vargas (1930-1945), fase em que ocorreram diversas restrições à entrada de estrangeiros no Brasil, os portugueses continuaram sendo beneficiados. “Na Constituição de 1934, havia um artigo que limitava as cotas de entrada para estrangeiros no Brasil, de todas as nacionalidades. Em 1938, essa Lei foi suspensa apenas para portugueses”, relata.
Entre 1939 e 1945, houve uma redução da imigração em todo o mundo devido a Segunda Guerra. “Durante o conflito mundial, Vargas enviou circulares para os serviços diplomáticos do exterior dizendo que os portugueses poderiam entrar no Brasil. O mesmo presidente que proibiu a entrada de judeus, incentivou a imigração portuguesa com o objetivo de "garantir o fortalecimento étnico da nação", comenta. “Isso mostra uma intenção política clara de negação da realidade brasileira: o País não deveria ser o que ele era de fato”, aponta.
O jornalista menciona ainda uma carta dirigida ao chanceler Oswaldo Aranha, escrita em 1943 por Frederico de Castelo Branco Clarc, presidente do Conselho de Imigração e Colonização: “A orientação era de que não deveria haver restrição numérica para a entrada de portugueses no Brasil, visando a formação étnica”, conta. Após o final da Era Vargas, na Constituição de 1946, foi colocado um artigo que também tratava os portugueses com privilégios. “Na época, o antropólogo Gilberto Freyre e um grupo de deputados defendiam que os portugueses não deveriam ser considerados estrangeiros”, comenta.
Perseguições
O pesquisador afirma que a lusofobia no Brasil ocorreu mesmo após a Independência, ficando muito forte até 1930. Ele conta que em 30 de maio de 1834, no episódio conhecido como “A Rusga”, foram mortos entre 200 e 400 portugueses em várias cidades na então província do Mato Grosso.
Há documentos que mostram que, após 1822, ocorreram ataques a portugueses no Rio de Janeiro no início do século XX. Sacchetta destaca que, tradicionalmente, na historiografia, os portugueses foram considerados “fura greve”. “Porém, as estatísticas apontam que entre 1900 e 1920 foram expulsos do Brasil mais portugueses do que italianos e que várias lideranças operárias tinham nacionalidade portuguesa”, esclarece.
O pesquisador também comenta que entre os cerca de 130 mil prontuários do antigo Departamento Estadual de Ordem Política e Social do Estado de São Paulo (Deops) entre 7,5% e 8,5% são de portugueses. “As tradicionais piadas e chacotas envolvendo este povo cresceram durante a Primeira República, mas é muito provável que sejam anteriores a este período”, diz.
De acordo com a atual Constituição brasileira (Artigo 12, Parágrafo I), o privilégio antes direcionado apenas aos portugueses também foi estendido para os nascidos em países de Língua Portuguesa, como Angola e Moçambique. O jornalista lembra que a diferenciação que as leis brasileiras fazem em relação ao povo português não ocorre em outros países como Argentina / Espanha ou Inglaterra / Estados Unidos, por exemplo. “Apenas na Venezuela existe um estímulo à imigração de portugueses, italianos e espanhóis, mas nada comparado ao que ocorre no Brasil”, finaliza.
Mais informações: (71) 3264-4764 ou e-mail's

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Seduc divulga resultado da Seleção de Diretores das Escolas de Educação Profissional

A Secretaria da Educação (Seduc) divulga as listas dos resultados da Seleção de Diretores das Escolas de Educação Profissional. A primeira lista é referente aos 294 candidatos aprovados na classificação geral, e a segunda lista corresponde aos 108 candidatos convocados para o curso da segunda fase do processo.

O curso é dividido em dois módulos. O primeiro será realizado nos dias 10, 11 e 12 de dezembro, das 8 às 18 horas, e o segundo nos dias 15 e 16 no mesmo horário. As aulas serão ministradas no Condomínio Espiritual Uirapuru - Casa de Retiro Nossa Senhora de Fátima - Auditório Madre Dias (av. Alberto Craveiro, 2222 - Bairro: Dias Macedo - Fortaleza – Ceará).

Os candidatos classificados na lista geral que não foram convocados para o curso no próximo dia 10, irão compor um banco de dados e poderão ser convocados a qualquer momento para a segunda fase do processo.

A prova de seleção de diretores das Escolas de Educação Profissional ocorreu no dia 30 de novembro e contou com um total de 2.569 inscritos.

Listas de classificação:
Classificação Geral
Convocados para a 2ª fase

Saiba mais sobre o deslocamento para o curso:
Ponto de referência do local: Próximo ao Estádio CastelãoÔnibus: Dias Macedo/Parangaba - saindo do terminal da ParangabaJosé Walter - saindo da Praça Coração de Jesus no CentroCastelão - saindo da Praça Coração de Jesus no Centro

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Não percam a nossa feira! Vai ser um show, confira!

A ESCOLA CONSERVA FEITOSA CONVIDA A TODOS PARA A FEIRA QUE ACONTECERÁ EM DEZEMBRO. VEJA A GENDA

QUINTA-FEIRA 04/12/2008
MANHÃ – ORGANIZAÇÃO DAS SALAS
TARDE – ABERTURA DA FEIRA - HINO NACIONAL E DO CEARÀ
(ORGANIZAÇÃO DAS SALAS) APRESENTAÇÃO DA PEÇA (8º ANO)
A GINCANA
PARTICIPAAÇÃO ESPECIAL ONG JURITI
NOITE – BANQUETE LITERÁRIO

SEXTA-FEIRA 05/12/2008
MANHÃ-VISITA AS SALAS
APRESENTAÇÕES CULTURAIS (ONG JURITI)

TARDE – APRESENTAÇÃO DO PROJETO “A RESSIGNIFICAÇÃO DAS DATAS COMEMORATIVAS
VISITA AS SALAS
NOITE – SHOW: GRUPO SAL DA TERRA.

SÁBADO- 06/12/2008
MANHÃ - FEIRA DO TRECO
ENCERRAMENTO
AVALIAÇÃO

Alunos com bom desempenho no 3º bimestre

6º ano "A"
DALVA
DIEGO
JENNIFER
BRUNO
LAIANE
MAYARA
WESLEY
AMANDA

6º ano "B"
ANTONIO WESLEY
ARIANA SOARES
DÉBORA
FRANCISCO IDELANDIO
GEYCIANE
ROSIMAR
VITÓRIA

6º ano "C"
LAYSLA
JOSEANE
EDSON
MARIA JOSELANIA
MICHAEL
MAYARA
CÍCERO LUAN

7º ano "A"
VALESKA
TAYS
JÚLIO
FRANCISCO NATANAEL
FELIPE
CÍCERO DANIEL
CÍCERO LEOSMAR
ADRIANO TEIXEIRA
ALAN TEIXEIRA
ANDERSON

7º ano "B"
ALDAIR
ALLISON
ANGELA
IDERLANIO
MARIA RAFAELLE
FERNANDA

8º ano "U"
ANA PATRÍCIA
DJENIFER
JULIANA
MARIA ELIANE
PALOMA
PAMMELLA
ROBERTO
VALÉRIA

9º ano "U"
ADÃO
ANA CAROL
ANDRÉIA
ELIANA
ELISÂNGELA
ERILÂNGELA
NATHALIA
TAILSON
WELIDA


ENSINO MÉDIO
1º ANO "A"

CLEONICE
DÉBORA
FRANCISCA ALDIRNANDA
FRANCISCO DAVIDSON
JEFFERSON
JUCIMARA
LUZIA
ROSELAINE
VANESKA
WESLEY

1º ANO "B"
CÍCERA MARIA
FRANCISCA PEREIRA
FRANCISCO WHATILA
IVANILDA
PATRÍCIA
PRYSCILLA
RAYANNE
CÍCERA ÉRICA
CARLOS RAMON

1º ANO "C"

ADRIEL
AVANI
D’ARC
KENILCE
FRANCISCA GOMES
JOSÉ ALISSON
JOSÉ FÁBIO
JOSÉ MÁRIO
MARIA DANIELE
MARIA SILVANTE
ROSIMERIA
SILVANIA

2º ANO "A"

ANDRÉIA
ANTONIA JANAINA
CÍCERO FARIAS
CRISOSTRI
ELAINE
GERLANY
ISMAEL
LUIZIANE
MARCONE
MARGARIDA
MARIA ALINE
MARIA FABÍOLA
MARIA VALDENEIDE
VANIZA

2º ANO "B"
CLAÚDIA
HERMESON
KARINA
LILIANE
MARIA CLEIANY
MARIA JAQUERLÂNIA
MARIA KELVIN
MARCELO
SUERLANE

3º ANO "A"
ANA RENE
IRENILDA
MARIA FERNANDA
MARIA THAYSE
RAQUEL
SILVANEIDE
SUELANE

3º ANO "B"
VALCLÉCIA
DANÚBIA KELI
EDMAR
JADYANA
PRISCILANE
MAURÍCIO
ROSILENE
ANA PAULA


EJA III
ALINNE SILVA
ANTONIA DOS SANTOS
CÍCERO LOPES
DANIEL PEREIRA
EFIGÊNIA
FLAVIANA
FRANCISCA DANIELA
IRAN
IZABEL
JEANE
JOANA D’ARC
JOSÉ ALAN
JOSÉ ANTÔNIO
JOSÉ JÚNIOR
JOSÉ JUSCÉLIO
JOSÉ LUÍZ
JOSÉ ROMÁRIO
JOSÉ SANGIELY
JOSÉ WILLAMES
RAMON
TATIANA
CHINARARA
GILMAR

EJA IV "A"
ADRIANA
ROBSON
CRISTIANE
ELCLECIANO
FRANCISCA RODRIGUES
FRANCISCO WILLIS
HENRIQUE
JAQUELINE
JOANA D’ARC
JOSÉ ROBERTO
LUCIMAR
MARCELO
MANUELA
MAURÍCIO
RAFAEL
WELTON
LÚCIA

EJA IV "B"
CÍCERA RODRIGUES
EDSON
FLÁVIO
DEISE
EUNICE
FRANCILENE
EDILENE
JAILSON
JEFFERSON
JONATAS
JORGE MICHAEL
RENATO
MARCOS
HOSANA
IVONEIDE
LUCIVÂNIA
SOCORRO
MARLENE
PATRÍCIA
RAIMUNDO
UILIS


A aprendizagem é fundamental para o desenvolvimento e a evolução de um cidadão.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

O ciclo vicioso do vandalismo

Um importante estudo que pode auxiliar os educadores a compreender a questão do vandalismo nas escolas.
Violação de uma norma social fomenta a transgressão de outras, diz estudo holandês.

Lixo no chão, pichações nas paredes e outros tipos de desordem urbana são o cenário ideal para atos de vandalismo. É o que diz um estudo realizado na Holanda. A pesquisa concluiu que as pessoas se sentem mais à vontade para transgredir as normas quando vêem que outros indivíduos já fizeram isso antes. Pesquisadores da Universidade de Groningen (Holanda) realizaram seis experimentos de campo em que observaram o comportamento de indivíduos em cenários com ausência e presença de vandalismo. Em ambas as situações, as pessoas não sabiam que estavam sendo observadas.
Os resultados mostraram um aumento significativo de pequenos delitos quando era possível notar no ambiente alguma transgressão das regras estabelecidas. O artigo foi publicado na revista Science desta semana. Um dos testes foi feito em um estacionamento de bicicletas. Os pesquisadores colocaram um folheto de propaganda em cada bicicleta com o objetivo de observar se as pessoas iriam jogá-lo no chão ou levá-lo até uma lixeira mais distante, já que não existia uma no local. Uma placa pendurada dizia que pichações eram proibidas.Em uma das situações, as paredes estavam limpas e, na outra, estavam tomadas por pichações.
Das 77 pessoas observadas em cada situação, 69% jogaram o folheto no chão no cenário com as paredes pichadas. Quando as paredes estavam limpas, apenas 33% cometeram a mesma infração.
Comportamento influenciador
“Quando as pessoas observam que outras picharam onde isso não deveria ter sido feito, elas percebem um comportamento inapropriado”, explicam os autores no artigo. E completam: “Acreditamos que isso enfraqueça seu interesse em ter um comportamento adequado e fortaleça a vontade de fazer o que faz bem a elas (por exemplo, ser preguiçoso e jogar papel na rua) ou o objetivo de obter recursos materiais por meio de furtos.”
Outro experimento avaliou o impacto da transgressão das regras de uma empresa privada, que não têm força de lei, nas atitudes das pessoas. O cenário foi um estacionamento de supermercado em que um aviso pedia que os clientes devolvessem o carrinho de compras ao seu local de origem.
Entre os indivíduos que encontraram o estacionamento com quatro carrinhos abandonados, 58% jogaram lixo no chão, enquanto somente 30% das pessoas que encontraram o local livre de carrinhos tiveram a mesma atitude. “Nossa conclusão é que, se a violação de certa norma se torna mais comum, isso irá influenciar negativamente a concordância com outras normas e regras”, afirmam os autores. “O efeito não é limitado a normas sociais, é também aplicado a ordens policiais e até a solicitações legítimas feitas por companhias privadas.”
Teoria das janelas quebradas
Segundo os pesquisadores, as conclusões da pesquisa reforçam a chamada teoria das janelas quebradas, defendida em 1982 por dois criminologistas da Universidade Harvard (Estados Unidos). A teoria postula que o vandalismo provoca o crescimento da desordem e, conseqüentemente, da criminalidade. Mas os críticos dessa hipótese questionam se ações de repressão ao vandalismo de fato conseguiriam diminuir a ocorrência de crimes mais sérios, como seqüestro e assassinato. Os cientistas holandeses dizem que seu estudo confirma empiricamente a teoria e traz indicações sobre o que precisa ser feito para combater o crime. “Essa é uma mensagem clara para os construtores de políticas públicas e oficiais de polícia: um diagnóstico e uma intervenção precoces são de importância vital quando se luta contra o espalhamento da desordem”, ressaltam.

Fonte: Ciência Hoje (21.11.2008)

Seduc divulga lista de classificação da II Feira Estadual de Ciências e Cultura

A Secretaria da Educação do Estado do Ceará (SEDUC) divulga a lista de classificação dos trabalhos apresentados durante a II Feira Estadual de Ciências e Cultura. A feira reuniu alunos da rede pública estadual de ensino entre os dias 13 e 15 de novembro.
O evento foi uma realização da SEDUC através da Coordenadoria de Desenvolvimento da Escola (Cdesc), e ocorreu na Vila Olímpica de Messejana.
Ao todo, foram apresentados 104 trabalhos. A II Feira Estadual de Ciências e Cultura teve como objetivo estabelecer relações dinâmicas dos conhecimentos específicos das disciplinas da base comum do ensino fundamental e médio com problemáticas sociais, culturais, econômicas e ambientais, de caráter local, regional, nacional ou global, promovendo o intercâmbio cultural e cientifico entre os participantes do evento e estimulando o interesse pelo o estudo das ciências.
Acesse:

Lista de Classifição Geral

Lista de Classifição


Fonte: SEDUC - ASSECOM

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Enem: alunos das escolas particulares têm melhor desempenho

Mais uma vez, estudantes de escolas particulares tiveram melhor desempenho que os colegas da rede pública no Enem.
O apelido do primeiro colocado no Enem deste ano é "Gabarito". Caio Nasser Mancini, 19, mora em Vitória (ES) e diz que ganhou a alcunha porque "na maioria das vezes gabarita" (acerta todas as questões) nas provas e simulados.Caio fez o ensino fundamental numa escola privada desta cidade, o Colégio Renovação, e depois fez boa parte do ensino médio no Centro Federal de Educação Tecnológica do Espírito Santo (Cefetes), que é público. O candidato ao curso de medicina acertou todas as 63 questões objetivas e quase "gabaritou" a redação.

O pai, Nilson Mancini Júnior, é engenheiro elétrico, e a mãe, Ana Lúcia Nasser Mancini, é analista de sistemas. Ele quer ser pediatra. Os últimos meses foram só estudo. A primeira etapa no vestibular da Universidade Federal do Espírito Santo será no domingo. A estratégia de estudo incluiu horários de estudo nos fins de semana, evitar saídas com amigos, quatro horas diárias sobre livros e cuidados redobrados com redação.

Foi a redação que o barrou no ano passado em medicina nas universidades Federais do Espírito Santo (Ufes) e de Minas (UFMG). Desde então, investiu na leitura de revistas e jornais.
Este ano, mais uma vez, estudantes de escolas particulares tiveram melhor desempenho que os colegas da rede pública no Enem.Eles alcançaram nota média 56,12 no teste objetivo e 65,35 na redação, contra 37,27 e 57,26, respectivamente. Na prova objetiva, a maior distância entre rede pública e privada ocorreu na Bahia: 33,06 ante 55,34. Os resultados consideram apenas o desempenho dos concluintes do ensino médio.
No Rio, os estudantes do último ano do ensino médio de escolas públicas tiraram nota 38,96. Nas escolas particulares, a média foi de 55,50. O Enem seleciona candidatos a bolsas no programa Universidade para Todos (ProUni). Para conquistar uma vaga, é preciso atingir pelo menos 45 pontos de média, somando os resultados da prova objetiva com a redação.
Renato Lopes de Almeida, de 18 anos, segundo colocado no Enem, tira redação de letra. Ex-aluno da Escola Preparatória de Cadetes do Ar (Epcar), ele confessa que tremeu ao receber a ligação do MEC, informando sua média no Enem 2008: 98,75, sendo 96,83 na objetiva e 100 na redação.
Morador de Bangu, Renato terminou o ensino médio ano passado, na Epcar. Ao longo de 2008, fez o curso Elite, em Madureira, e, além de se preparar para o vestibular, prestou concurso para técnico administrativo do BNDES. Passou na seleção e assume em janeiro. Na prova do Enem e na do banco, Renato tirou nota máxima em redação.
- Até pensei em pedir para olhar a prova. É estranho acertar tudo numa redação. Não sabia se tinha ido bem.
Segundo Renato, os anos que passou na escola da Aeronáutica foram fundamentais: - Eles visam à parte de exatas, analisamos gráficos, interpretamos textos. Desenvolvemos um raciocínio bem analítico.
Moradora de São Carlos (SP), Daniella Rantin, de 22 anos, também em segundo no Enem, empatada com Renato, garantiu uma vaga em medicina na UniRio - a universidade é uma das poucas que premiam com vagas o bom desempenho dos alunos no Enem. Formada em Ciências Biológicas pela UFSCar, Daniella voltou a fazer cursinho este ano quando se deu conta de que seu sonho era outro.
- No colegial, sempre quis fazer biologia. Na faculdade, vi que gostava era de cuidar de gente - conta Daniella, filha de psicóloga e biólogo.
Ela não compareceu ontem ao vestibular da UniRio para poder estudar para as provas da Fuvest, no fim de semana.

- Não pude viajar, mas estou com medo de não ter ficado com a vaga em medicina, apesar do segundo lugar. Isso porque a nota do Enem saiu um pouco atrasada. Não sei se eles (UniRio) vão aceitar. Espero que sim.

Em São Paulo, nenhuma universidade garante vaga com a nota do Enem - disse Daniella, que estudou sempre em escola particular e espera entrar em sua segunda universidade pública.Enquanto isto, as escolas particulares de SP tiveram a 2ª pior queda em avaliação nacional. A nota no Enem diminuiu 13,1 pontos em relação a 2007; por causa disso, Estado caiu do 1.º para 3.º lugar no País.

Foi a segunda maior queda no País, inferior apenas à das escolas privadas de Goiás. A diminuição da nota na prova objetiva, de 71,6 para 58,5, fez com que os alunos paulistas da rede particular deixassem a primeira colocação no Brasil e caíssem para a terceira.

O resultado do Enem, divulgado ontem pelo Ministério da Educação (MEC), mostram que, no geral, as notas dos alunos nas 63 questões (parte objetiva) caíram. A média do exame - realizado por 2,9 milhões de jovens no País, em agosto - foi de 41,69, ante 51,52 em 2007. Na redação, subiu de 55,99 para 59,35. A nota varia de 0 a 100. Os resultados por escola e por município serão divulgados somente no ano que vem.

Segundo o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep/MEC), Reynaldo Fernandes, o Enem tem níveis de dificuldade diferentes de um ano para outro e por isso é complicado comparar as notas. Outros exames, como a Prova Brasil, são feitos com uma calibragem para que tenham sempre o mesmo nível de dificuldade e possam, assim, avaliar o sistema como um todo.

Mesmo assim, a queda na pontuação de São Paulo foi considerada preocupante por especialistas. O Distrito Federal, hoje o primeiro colocado entre as redes privadas no Enem, caiu apenas oito pontos. A nota geral das escolas privadas do País foi 56,12. São 11,9 pontos a menos que em 2007.

"É um absurdo, é preciso analisar o que aconteceu", disse o presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo (Sieeesp), José Augusto de Mattos Lourenço. Ele foi avisado pela reportagem sobre o desempenho das escolas particulares e disse que ainda precisava receber os dados oficialmente para avaliar melhor.

"Em São Paulo temos todo tipo de aluno na rede privada, inclusive classe C. Em outros Estados, só a elite da elite estuda nessas escolas", diz o presidente do Conselho Estadual de Educação, Artur Fonseca Filho. Já Mauro Aguiar, diretor do Colégio Bandeirante, uma das escola com melhor desempenho do Estado no exame, se disse surpreendido com o resultado. "As escolas têm investido para que seus alunos se saiam bem na prova. O mercado é muito afetado pelos rankings do Enem."

O Estado de São Paulo tem a maior rede particular do Brasil. O número de alunos no ensino médio - cerca de 250 mil, segundo os dados mais recentes do MEC - representa mais de 20% de todos os estudantes desse nível educacional em escolas privadas brasileiras. Participaram da prova do Enem neste ano 59.395 alunos que estavam no último ano do ensino médio de escolas particulares de São Paulo e 225.226 de públicas.

A nota dos alunos da rede pública paulista na prova objetiva caiu menos que as das particulares: 11,95. A média deste ano foi 39,02, ou seja, menos de 50% de acerto, nível que tinha sido alcançado em 2007.

Na parte de redação - que não é feita por todos os participantes porque a nota não é considerada em vestibulares, como o da Fuvest - a média da rede particular de São Paulo aumentou de 62,09 para 64,96. Na rede pública também cresceu: passou de 55,04, em 2007, para 57,77, em 2008.
Mesmo com nota mais baixa que no ano passado (39,43 contra 49,27), SP subiu três posições na relação da escolas públicas na parte objetiva -passando de oitava para quinta. No índice geral, contando notas das duas redes, SP subiu duas posições, de oitavo para sexto.

A Secretaria da Educação, por meio de sua assessoria, comemorou o avanço e disse esperar resultados melhores com a adoção de ações para o ensino médio, como a instituição de 42 dias do ano letivo para recuperação de aprendizagem.

Os dados do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) divulgados ontem, também mostram que o Rio Grande do Sul, pelo segundo ano consecutivo, tem a melhor rede pública de ensino médio do país. Ainda assim, em média, os estudantes do Estado não conseguiram acertar nem metade da prova.

Apesar do resultado, o desempenho dos estudantes da rede pública do RS caiu 23% em relação ao ano anterior. Na parte objetiva, composta por questões de múltipla escolha, os alunos do Estado acertaram 42,12 pontos (de cem), contra 54,61 pontos, no exame passado.

Na redação, entretanto, a nota subiu 3,5%, passando de 59,74 pontos para 61,84 pontos -de outros cem pontos.

Já Alagoas ficou com a pior rede pública do país. Os estudantes de AL fizeram, em média, 31,76 pontos na parte objetiva e 57,26 na redação. No ano anterior, as médias foram 42,58 e 52,06, respectivamente.

O melhor desempenho geral, considerando as notas da parte objetiva, assim como em 2007, foi o do Distrito Federal.

Houve, porém, queda nas notas de todos os Estados. A média nacional nas questões de múltipla escolha caiu 23%, de 52,47 para 40,54.

A queda geral das notas pode estar relacionada ao grau de dificuldade da prova deste ano. De acordo com professores ouvidos pela Folha no dia do exame, o Enem de 2008 foi mais trabalhoso e denso do que os dos anos anteriores.

"Havia enunciados gigantescos. Foi uma prova mais densa e cansativa", disse à época a coordenadora do Cursinho da Poli, Alessandra Venturi.

Se forem comparadas as notas dos alunos de escola pública com as de escolas particulares, nota-se um desempenho 34% inferior. A diferença foi de 18,8 pontos -37,3 contra 56,1. O hiato deste ano, porém, é inferior ao registrado no ano passado, quando 20,4 pontos separavam as duas redes de ensino.

Naquele ano, porém, a comparação foi feita entre alunos que fizeram todo o ensino médio na mesma rede de ensino. Em 2008, foi considerada a diferença só da rede pela qual o aluno concluiu o curso.

O MEC também aponta que não se pode comparar duas edições do Enem, pois o grau de dificuldade varia.

O presidente do Inep (instituto de que divulgou os dados do Enem), Reynaldo Fernandes, diz que é preciso cautela ao comparar as redes, já que alunos com melhor nível socioeconômico tendem a ter mais chance de melhores notas.

O Enem deste ano avaliou 2,9 milhões de alunos. Os resultados podem ser conferidos no site (www.inep.gov.br)

MEC liberou nesta quinta consulta ao resultado do Enem

O Ministério da Educação (MEC) está divulgando desde ontem, quinta-feira (20), os resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Os estudantes que fizeram a prova poderão consultar o seu desempenho no site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).
O Inep, órgão responsável pela aplicação da prova, divulgou hoje os resultados nacionais e por Estado, classificados por escola pública e escola particular e por egressos e concluintes.
O exame foi aplicado no dia 31 de agosto. A prova é formada por 63 questões de múltipla escolha interdisciplinares de conhecimentos gerais (do conteúdo do ensino médio) e uma redação.

O exame não é obrigatório, mas a adesão aumentou consideravelmente nos últimos anos porque a nota é utilizada como bônus na pontuação em mais de 500 instituições de ensino superior.
Algumas utilizam apenas a nota do Enem como critério de seleção.

Ter partitipado do Enem também é requisito obrigatório para o estudante que quiser pleitear uma bolsa de estudos no Programa Universidade para Todos (ProUni).

Frente parlamentar defende piso nacional dos professores

Deputados federais e senadores pressionam os governadores do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Ceará, Mato Grosso do Sul e Paraná a implementarem o piso nacional para os professores.


No período em que Estados e municípios negociam a aprovação de seus Orçamentos para 2009, deputados e senadores lançaram ontem uma frente em contraposição à Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) movida pelos cinco Estados contra a lei que criou o piso, de R$ 950, e aumentou a carga horária da educação básica.Lançaram ontem uma frente em contraposição à Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) movida pelos cinco Estados contra a lei que criou o piso, de R$ 950, e aumentou a carga horária da educação básica.

Com mais de 150 assinaturas, segundo a deputada federal Alice Portugal (PCdoB-BA), a frente protestará nos Estados para que os governadores reformulem seus Orçamentos". A Adin é uma afronta ao Congresso, ao movimento sindical e aos professores", disse a senadora Ideli Salvatti (PT-SC).

Na ação apresentada pelos Estados contra a Lei 11.738/08, que instituiu o piso, os governadores argumentam que a medida não cabe no Orçamento. "A lei extrapola ao legislar sobre a carga horária", diz a secretária de Educação do Ceará, Maria Izolda Cela. A medida, diz, levará o governo estadual a contratar mais de 7 mil professores, o que aumentará os gastos em R$ 102 milhões. "Não consigo entender a postura do governo federal", diz.

Em nota, a Secretaria de Educação de Santa Catarina adverte para o risco de se ultrapassar os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal. A secretaria contesta a inclusão do aumento de horas-atividade e diz que terá de contratar 5,4 mil profissionais.

O cumprimento do piso será escalonado. O valor integral deve ser pago em 2010 para uma jornada de 40 horas semanais. O benefício também será destinado a aposentados e pensionistas. Além do piso, a lei, em vigor desde julho, estabelece que os professores devem reservar um terço da carga horária a funções fora da sala de aula, como planejamento das lições e correção de provas.

Os Estados e municípios que comprovarem não ter condições de pagar o reajuste terão complementação do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica. Segundo o governo federal, cerca de 40% dos professores em início de carreira recebem menos do que o piso. É a primeira categoria a ter piso salarial definido na Constituição.

Na frente, já há divergências. Segundo o deputado federal Gastão Vieira (PMDB-MA), o movimento está politizando a discussão contra os partidos dos governadores.


Fonte: Valor Econômico (20.11.2008).

Material de apoio para ensino da cultura afro-brasileira disponível gratuitamente na Internet

A Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (SECAD) disponibiliza gratuitamente em seu site, livros que podem contribuir na formação do professor.

Para contribuir na aplicação da Lei 10.639 que, desde 2003, estabelece a obrigatoriedade do no país do ensino da história e cultura afro-brasileiras nas escolas públicas e particulares do Ensino Fundamental e Médio, a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (SECAD) disponibiliza gratuitamente em seu site, livros que podem contribuir na formação do professor.

São dez livros que podem ser acessados aqui.


Fonte: http://www.e-educador.com

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Residência educacional poderá passar a ser exigida para a formação de professores da educação básica

Comissão de Educação, Cultura e Esporte analisa nesta terça-feira (11) projeto do senador Marco Maciel (DEM-PE) com o objetivo de criar a "residência educacional" na educação básica, tornando-a obrigatória para professores dos dois anos iniciais do ensino fundamental na rede privada e pública.

A proposta (PLS 227/07), que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB (Lei 9.394/96), foi inspirada, segundo Maciel, na residência médica. Ele avalia que essa experiência trouxe resultados muito positivos para a formação dos médicos brasileiros. Nesse sentido, seu objetivo é melhorar a formação dos professores.

Se aprovado o projeto, o art. 65 da LDB passará a ter o seguinte texto: "Aos professores habilitados para a docência na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental será oferecida a residência educacional, etapa ulterior de formação, com o mínimo de oitocentas horas iniciais de duração, e bolsa de estudo, na forma da lei".

Também será acrescido à LDB o art. 87 com o seguinte texto: "Decorridos dois anos após a vigência do parágrafo único do art. 65, torna-se obrigatório, para a atuação do professor nos dois anos iniciais do ensino fundamental, o certificado de aprovação na residência educacional".
No seu voto favorável ao projeto, o relator, senador Mão Santa (PMDB-PI), apresentou emenda propondo que a lei entre em vigor em 1º de janeiro do ano seguinte ao da aprovação. Pela proposta original, a regra entraria em vigor na data de sua publicação.

A CE também deverá analisar, dentre os outros 20 itens em pauta, projeto dos senadores Cristovam Buarque (PDT-DF), Marisa Serrano (PSDB-MS) e Augusto Botelho (PT-RR) com o objetivo de instituir o regime de dedicação exclusiva para os docentes da educação básica (PLS 04/08). A proposta conta com parecer favorável do relator, senador Gerson Camata (PMDB-ES).

O projeto, que também altera a LDB, propõe criar a possibilidade de professores da educação básica aderirem ao sistema de dedicação exclusiva recebendo, no mínimo, 70% do salário de professores de instituições federais de ensino superior que tenham grau de formação equivalente.

Segundo Cristovam, atualmente, quanto mais avançado é o nível em que o professor atua - básico, médio ou superior -, maior é a remuneração. "Essa lógica nos leva a indagar se ensinar crianças e adolescentes, com toda a sorte de carências, é menos meritório do que lidar com estudantes majoritariamente adultos, independentes e auto-orientados ao estudo. Seria, por acaso, mais fácil cuidar dos primeiros?", questiona o senador, na justificação do projeto.

Comissão aprova rádios comunitárias para universidades e escolas

A Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática aprovou, na quarta-feira (5), o Projeto de Lei 5172/05, que permite às instituições de ensino superior obter autorização para operar rádios comunitárias.

O referido projeto é de autoria do deputado Celso Russomanno (PP-SP). Foi aprovado o substitutivo do relator, deputado Fernando Ferro (PT-PE), que amplia o projeto, fazendo-o abranger também escolas de nível médio, instituições particulares de ensino, escolas técnicas federais e centros vocacionais tecnológicos.

Além disso, o substitutivo permite a outorga de mais de uma emissora para universidades que tenham mais de um campus; e prevê a possibilidade das universidades operarem canal próprio de televisão educativa.Importante suporte.

Relator argumenta que muitas escolas de nível médio, em especial as públicas, situam-se em regiões carentes de infra-estrutura. Para essas regiões, diz Fernando Ferro, a emissora de rádio da escola será um importante suporte para acelerar o processo de desenvolvimento sócio-econômico.

Pelo substitutivo, a entidade de ensino particular que quiser operar uma rádio comunitária deverá comprometer-se a dar preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas. "Essas mudanças modernizadoras no marco legal vigente vão enriquecer a educação, a cultura e a cidadania no País", resume Fernando Ferro.Preparação acadêmica.

Segundo o autor, deputado Russomanno, o objetivo do projeto é contribuir para a preparação acadêmica e para o aperfeiçoamento profissional do estudante. A legislação vigente já autoriza as universidades a operar emissoras educativas. Mas os altos custos de uma rádio educativa, diz Russomanno, inviabilizam o seu funcionamento nas instituições de ensino públicas. A rádio comunitária, mais barata, é mais compatível com a realidade universitária, argumenta o autor do projeto.

TramitaçãoA proposta já havia sido rejeitada pela Comissão de Educação e Cultura. Agora, ela segue para o exame da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Se aprovada, vai à votação em plenário.

Os blogs crescem e há quem não goste

Em julho, o blogueiro Jason Calacanis anunciou sua aposentadoria da blogosfera.Co-fundador da rede de blogs Weblogs Inc, podia ser definido como blogueiro de sucesso.

Era respeitado e admirado na blogosfera. Por isso, a decisão de deixar a vida blogueira causou espanto. Não que tenha abandonado de vez a internet: Calacanis continua a expor suas opiniões em uma lista de e-mail – basta se inscrever na newsletter para receber as suas mensagens.

A saída da blogosfera foi definida por ele como "a decisão certa para mim e para a minha família". Mais adiante, o ex-blogueiro revelou sua frustração. "Blogar virou algo simplesmente muito grande, muito impessoal; falta a intimidade que me levou a isso", resumiu.

Calacanis cansou da pressão para se manter na lista dos principais personagens da blogosfera, e de ter que manter seu blog tão impessoal para conseguir a proeza. Há alguns anos, quando poucas pessoas blogavam, era fácil ser uma celebridade da internet; hoje, isso exige trabalho árduo. "A blogosfera está tão carregada, tão polarizada, e tão cheia de gente com ódio que simplesmente não vale mais a pena", lamenta ele.

Referência

O exemplo de Calacanis serve como atestado de óbito da blogosfera como espaço alternativo? A revista britânica Economist [6/11/08] afirma que o blog virou mainstream. Há pouco tempo, blogar significava publicar, em uma pagina de internet, textos, fotos e vídeos, principalmente sobre a vida do blogueiro, para um público formado, em grande parte, por amigos e parentes.

Hoje, sem se dar conta, muito mais gente faz isso. Internautas que criam perfis em redes sociais, como Facebook, MySpace e Orkut, acabam se tornando blogueiros. Além disso, viraram os febre serviços de microblogging, como o Twitter, que recriam o imediatismo e a sensação de intimidade dos primeiros blogs.

As mensagens do Twitter, que podem ser enviadas de telefones celulares, devem ter até 140 caracteres. Para explicar o propósito, o Twitter tem como mote a pergunta "O que você está fazendo?".

Já os blogs tradicionais, diz a Economist, tendem a virar páginas de organizações de mídia convencionais. Quase todo jornal, emissora de TV e rádio tem agora um sítio de internet e, dentro dele, vários blogs de jornalistas e colaboradores. Nas últimas eleições presidenciais americanas, blogs profissionais como o liberal HuffingtonPost (4,5 milhões de visitantes em setembro) e o conservador FreeRepublic (1 milhão de visitantes) tiveram grande destaque.

Empresas fora do setor jornalístico também passaram a ver na blogosfera uma ótima ferramenta de negócios. Companhias de todos os tipos usam essas páginas para passar ao público mensagens corporativas e para se comunicar com seus funcionários. Firmas especializadas em ferramentas para blogs vêem estas empresas como seu mercado mais promissor.

O Weblogs, de Jason Calacanis, foi vendido para o portal AOL. O Blogger, outro serviço do tipo, agora pertence ao Google. Seu fundador, Evan Williams, hoje dirige o Twitter, que define como "o futuro". E é esta magnitude que passou a incomodar alguns dos mais antigos blogueiros. Eles não podem negar, entretanto, que a blogosfera se tornou um espaço versátil e que o ato de blogar provou-se bastante útil.


Fonte: Observatório da Imprensa (11.11.2008). Leticia Nunes (edição) e Larriza Thurler

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Ciência terá eventos por todo o país

Começa na segunda-feira, dia 20, a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia de 2008, promovida pelo Ministério da Ciência e Tecnologia.

O tema deste ano é evolução e diversidade. Serão realizadas palestras de cientistas, oficinas e exposições gratuitas, feiras de ciência, concursos, distribuição de cartilhas e livros, exibição de vídeos em todo o Brasil.

Estão programados também dias de portas abertas em instituições de pesquisa. Biodiversidade, uso de agrotóxicos e segurança de alimentos, teorias da evolução, design, exposição sobre o corpo humano, física quântica, astronomia e uso racional de medicamentos serão alguns dos temas abordados por especialistas de todo o país, nos centros de educação, as escolas, faculdades e universidades. Vários, também, serão os estandes montados por alunos do ensino fundamental e mádio nas feiras de ciências que funcionarão no mesmo período por todo o país.

Em São Paulo, na Região Sudeste brasileira, a grande novidade será o Zoomóvel, o ônibus que reproduz em seu interior o ecossistema brasileiro. O objetivo é conscientizar o público sobre temas relacionados à conservação da fauna, da flora e do meio ambiente.

Na cidade do Rio de Janeiro, na sede da Fiocruz, haverá exibição de filmes e vídeos no Museu da Vida, além de contadores de história para crianças pequenas no Jardim dos Códigos e o Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, da UFRJ, promoverá palestras e atividades em laboratório para alunos.
Aqui, na Região do Cariri, ao sul do Estado do Ceará quem está preparando uma semana repleta de atividades é a E.E.F. Dr. Stênio Dantas, em Missão Velha. Na sexta-feira, dia 24, acontecerá a grande culminãncia. Vale a pena conferir!!!
Mais informações no site: http://semanact.mct.gov.br/

Google é bom para o cérebro


Pesquisadores da Universidade de Los Angeles publicarão em breve um artigo no American Journal of Geriatric Psychiatry afirmando que o ato de realizar pesquisas utilizando o Google é mais estimulante para o cérebro de idosos do que ler um livro.

O estudo examinou adultos com idade entre 55 e 76 anos e que foram divididos em dois grupos: um que utiliza frequentemente a internet e que está familiarizado com tecnologia e outro que não.

Foram ligados então alguns eletrodos a essas pessoas enquanto elas navegavam pela internet ou liam um livro e ficou constatado que a atividade cerebral nas áreas destinadas a tomadas de decisões e raciocínio era duas vezes maior naqueles que estavam acessando o Google.

Para Gary Small, um dos responsáveis pela pesquisa, "os resultados são encorajadores: tecnologias computadorizadas emergentes podem ter resultados fisiológicos e potenciais benefícios para adultos de terceira idade e idosos." Ele acredita ainda que "pesquisas na internet envolvem complicadas atividades cerebrais, o que pode ajudar a exercitar e melhorar funções cerebrais."

Fonte: Meio Bit (16.10.2008)

Jimmy Wales, fundador da Wikipedia, no Centro Cultural São Paulo, 10 de novembro

Jimmy Wales, fundador da Wikipedia, estará no Brasil e participará de discussão sobre produção colaborativa de conhecimentos livres.

Os desafios e oportunidades para produção colaborativa de conhecimentos livres no Brasil é tema de debate no Centro Cultural São Paulo, às 19h30 do dia 10 de novembro de 2008 (segunda-feira).

O evento, nomeado WikiBrasil: Mutirão de Conhecimentos Livres, celebra também o início da atuação da WikiMedia no Brasil.Jimmy Wales, fundador da Wikipedia, participará da discussão em formato não-linear com convidados. Já estão confirmadas as presenças de Ethevaldo Siqueira, Gilberto Dimenstein, Gilson Schwartz, Karen Worcman, Ladislau Dowbor, Lala Dezeinhelin, Reinaldo Pamponet, Renato Rovai, Sérgio Amadeu, entre outros.

As inscrições ocorrerão pela internet em hotsite dedicado ao evento. A bilheteria do Centro Cultural São Paulo distribuirá, uma hora antes do início do debate, senhas gratuitas para a sala Adoniran Barbosa, com capacidade para até 600 pessoas. Os interessados de outras localidades poderão enviar perguntas e acompanhar o evento pela internet.

NA WIKIPEDIA VOCÊ PODE ENCONTRAR MAIS DETALHES DA BIOGRAFIA DE JIMMY WALLES.

Jimmy Donal "Jimbo" Wales (Huntsville, 7 de agosto de 1966) é um empresário estadunidense de Internet, mais conhecido pelo público como o fundador, em 2001, do projeto livre Wikipédia. Atualmente, ele é membro do conselho de administradores da Fundação Wikimedia e é um dos fundadores da Wikia, uma propriedade privada de serviço livre de hospedagem de sites criado em 2004.

Juntamente com Larry Sanger, Wales ajudou a popularizar a tendência do desenvolvimento da web que visa facilitar a criatividade, a educação e o conhecimento humano de acesso livre, por meio da colaboração compartilhada entre usuários. Com o produto de seu trabalho com a Wikipédia, que se tornou a maior enciclopédia do mundo, a revista Times listou Wales como uma das pessoas mais influentes do mundo em 2006.


Este texto foi copiado do site WikiBrasil - Mutirão de Conhecimentos Livres

Obras de Glauber Rocha agora na internet

Na última terça-feira, dia 14, a associação Tempo Glauber, responsável pela preservação da obra do cineasta baiano Glauber Rocha, lançou um banco de dados inédito com a obra completa do diretor.

Na última terça-feira, dia 14, a associação Tempo Glauber, responsável pela preservação da obra do cineasta baiano Glauber Rocha, lançou um banco de dados inédito com a obra completa do diretorfonte: Revista Fórum (16.10.2008)O acervo informatizado, que estará disponível através do site http://www.tempoglauber.com.br/, traz cem mil itens digitalizados, extraídos de material original mantido no Centro de Documentação Lúcia Rocha.

Os arquivos, disponíveis para consulta e pesquisa, variam entre documentos pessoais, filmografia, correspondência, produção intelectual (roteiros cinematográficos e teatrais, romances e poesias, storyboards e croquis, desenhos, ensaios e críticas e anotações pessoais), além de fotografias, recortes de jornais e revistas, documentos audiovisuais, cartazes, títulos e menções honrosas, trabalhos e fotografias de terceiros e material em suportes VHS, DVD, tape e fitas de rolo (áudio).

A criação do acervo digital, realizada em parceria com o Arquivo Nacional, faz parte do projeto “Tempo Glauber Revitalizando a Cultura”, que conta com o patrocínio da Petrobras através dos incentivos da Lei Rouanet e do Fundo Nacional de Cultura. Durante o evento de lançamento, foi exibido ainda um documentário em DVD que traz todo o processo de criação do banco de dados, e que recebe o mesmo nome do projeto.

É preciso ouvir a voz do professorado

O dia do Professor, comemorado por poucos, mas convenientemente alardeado por aqueles que há bem pouco consideram os mesmos a escória do ensino público, é preciso que a toda sociedade repense e aja para que seu importante papel na construção de uma sociedade mais justa para todos seja retomado.

A imagem do professorado da escola pública está desgastada. A cobertura da educação na mídia é o espelho desse desgaste. Uma vez ao ano, no Dia do Professor, os meios de comunicação esforçam-se para mostrar profissionais travestidos de heróis – sempre um exemplo individual de uma pessoa boa e comprometida que não exerce uma profissão, mas sim um sacerdócio.
No coletivo, como categoria profissional, o professorado de escola pública só aparece na mídia de forma negativa. Quase sempre a ele é imputada a responsabilidade por todos os males do ensino: ou é mal formado, ou sem interesse, ou falta muito às aulas, ou é incompetente, ou é corporativo – só pensa no salário e na carreira e não nos alunos –, ou, ainda, é um coitado, vítima da violência dos próprios alunos.

Quase sempre a voz que aparece nos meios de comunicação é a voz dos dirigentes ou dos chamados especialistas; nunca do professorado. Entre os “especialistas”, ultimamente, quem mais tem falado são os empresários. Falam do sentido de uma educação para o desenvolvimento e para a economia, criticam o modelo de gestão, falam em produtividade do sistema e em como obter melhores respostas com menores custos. Se pudessem, substituiriam os professores por máquinas, pois estas podem ser domadas.

As soluções apresentadas para a melhoria da qualidade sempre são definidas independentemente dos professores, por cima deles, considerando que eles são pacientes das reformas – e não agentes. Afinal, se são culpados por todos os males, por que então tomá-los em consideração?

O silêncio dos professores e das professoras da escola pública é um reflexo de dois fenômenos complementares: de um lado, a desvalorização do trabalho do docente; por outro, a existência de mecanismos repressivos que impedem o seu livre expressar.

Já de há muito o trabalho docente vem deixando de ser considerado fundamental. Seu lugar social e seu papel foram sendo desprestigiados pelas contínuas reformas educativas que, em seu nome, são implementadas. Inicialmente, pela constante desvalorização do seu salário – o que torna o trabalho docente desprestigiado frente às demais categorias profissionais, além de evasão de quadros e da superexploração daqueles que têm que estar em muitos lugares ao mesmo tempo para poder pagar as suas contas. O excesso de trabalho, além de prejudicar sua saúde, não permite que o professor prepare bem as suas aulas, que se atualize, que mantenha condições de ter um acompanhamento mais próximo dos seus alunos. Dessa forma, o professor é levado a se desumanizar e passa a ser um “dador” de aulas, que entra na sala quase sempre de forma mecânica para cumprir suas muitas jornadas de trabalho. Sua voz tende a ser a da repetição – e não a da criação, da discussão, da produção de conhecimentos.

Mas as reformas também pouco se preocupam com a prática do professor, com sua experiência de trabalho; afinal, dizem os dirigentes, é preciso instrumentalizá-lo para que exerça sua profissão com qualidade. Não é necessário pensar, basta um currículo centralizado, um material didático descritivo nas suas mãos e orientações de como transmitir o conteúdo. As avaliações de massa servem para que os alunos se comparem quanto a seu desempenho no jogo do mercado educacional e assim busquem, por vontade própria, aprender o não aprendido ou mudar de escola ou de professor. E assim vamos seguindo de reforma em reforma, de cima para baixo, tentando fazer da profissão docente uma peça na engrenagem constituída de fora para dentro das salas de aulas.

Então por que os professores não se expressam sobre suas condições de trabalho, sobre as mudanças que julgam necessárias, sobre o ofício de docente? Em conversas com jornalistas sobre a ausência da voz do professorado nas reportagens e matérias sobre políticas educacionais, foi identificado o tolhimento da sua expressão livre, baseado em mecanismos repressivos explícitos ou não.

Uma das formas de tolhimento da voz do professor é o Estatuto dos Funcionários Públicos. Conforme levantamento realizado pelo Observatório da Educação da Ação Educativa em 25 estados do País, em 18 deles professores e outros servidores têm sua liberdade de expressão cerceada. O texto varia entre os estados, mas, de modo geral, “tem o mesmo sentido: proíbe que funcionários públicos emitam publicamente opinião a respeito de atos da administração. Na prática, o estatuto permite que a crítica a uma política pública de educação, por exemplo, seja punida como referência depreciativa”. Dos 18 estados identificados, em 10 os estatutos foram produzidos durante a ditadura militar e até o momento não houve revogação; nos outros 8 estados, as leis já nasceram inconstitucionais, pois foram elaboradas na década de 1990.

Aplicado ou não o estatuto nos dias de hoje, a grande verdade é que ele permanece como uma espada sobre a voz pública do professor, condicionando-o a pedir permissão a seus superiores para poder expressar sua opinião, em particular em relação às políticas de seus governos.
A escola pública tem sido muito criticada, mas não há condições de resgate da sua qualidade sem a participação ativa dos seus professores e professoras. Participação ativa significa uma participação humanizadora, respeitadora da sua condição de profissional, que é ao mesmo tempo transmissor de conhecimentos, mas fundamentalmente produtor de conhecimentos.

Isso significa que respeitar sua dignidade é respeitar sua capacidade de analisar sua prática e construir os instrumentos e conhecimentos necessários a seu aprimoramento como profissional. Só há aprendizagem quando ocorre de dentro para fora, quando o docente se identifica em sua prática cotidiana como profissional e faz dela seu vínculo com seus alunos, com seus colegas, com a comunidade onde a escola está inserida.

O professor é o principal elo entre o aluno, sua vida e o conhecimento. Só ele é capaz de impor qualidade; isso significa que seu papel e sua voz são fundamentais. Reformas educativas que não consideram isso tendem a violentar a profissão docente e estão fadadas ao fracasso. Leis que amordaçam o professorado ou criam ambientes de tolhimento da liberdade de expressão tendem a calar a participação docente com sua experiência e conhecimentos como o principal instrumento para a melhoria da escola pública. A voz do professorado é essencial na construção da educação pública, universal e de qualidade; por isso...


Fala, mestra! Fala, mestre!

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

A despolitização da política

A despolitização da política

Artigo - Frei Betto


Campanha eleitoral se ganha com TV. Em todas as eleições, os partidos contratam equipes para cuidar da imagem de seus candidatos. Em geral, equipe comandada por um publicitário que não é do partido, não gosta do partido e não vota no partido.. Mas tem fama de competente.. .Ora, competência rima com convicção. Qualquer manual de marketing, desses que ensinam a vender poluição atmosférica para ecologista, aconselha o vendedor a estar convencido da qualidade de sua mercadoria. Por isso, em muitas campanhas o programa de TV emperra. Troca-se de publicitário, de equipe e de estilo. E confunde-se o eleitor, pois, de uma semana para outra, o candidato light vira xiita ou vice-versa.O mais dramático é constatar que se troca a ética pela estética. Não importa se o candidato é bandido, corrupto ou incompetente. Uma boa imagem fala mais que mil palavras. Assim, opera-se a progressiva despolitização da política, que é um dos objetivos do neoliberalismo. Tira-se a política do âmbito público como ferramenta de promoção do bem comum, para reduzi-la ao âmbito privado, à escolha de candidatos baseada, não em propostas e programas, e sim em simpatias e empatias.A razão é simples: no sistema capitalista, a política é teoricamente pública e a economia privada. Universaliza- se o voto e privatiza-se a riqueza. Se no Brasil há mais de 100 milhões de eleitores, apenas 19 milhões concentram em suas mãos 75,4% da riqueza nacional (Ipea, maio 2008)..Numa verdadeira democracia, a universalizaçã o do voto deveria coincidir com a socialização das riquezas, no sentido de assegurar a todos uma renda mínima e os três direitos básicos, pela ordem: alimentação, saúde e educação. Como isso não consta da pauta do sistema, procura-se inverter o processo: inocula-se na população o horror à política de modo a relegá-la ao domínio privado de uns poucos. Quem tem nojo da política é governado por quem não tem. E os maus políticos tudo fazem para usar o poder público em benefício de seus interesses privados.Veja-se, por exemplo, o movimento em favor do voto facultativo. O que muitos encaram como positivo e condizente com a liberdade individual é uma maneira de excluir parcela considerável da população das decisões políticas. Aumenta-se, assim, o grau de alienação dos potenciais eleitores. Quando perguntam por minha opinião, digo com clareza: sou a favor, desde que seja também facultativa a atual obrigação de pagar impostos. Por que ser obrigado a sustentar economicamente o Estado e desobrigado de influir na sua configuração e nos seus rumos?O desinteresse pela política é um dos sintomas nefastos da ideologia neoliberal, que procura dessocializar os cidadãos para individualizá -los como consumistas. Troca-se o princípio cartesiano do "penso, logo existo" pelo princípio mercadológico do "consumo, logo existo". É nesse sentido que a propaganda eleitoral também se reveste de mercadoria. Oferecem-se, não idéias, programas de governo, estratégias a longo prazo, e sim promessas, performances, imagens de impacto.Se há aspectos positivos nas restrições oficiais às campanhas eleitorais, porque deixam a cidade limpa e evitam que os comícios atráiam público, não em função do candidato, e sim dos artistas no palanque, é óbvio que favorecem a quem tem mais dinheiro. E enquanto não chega a prometida reforma política, o financiamento e o controle público das campanhas, o caixa 2 prossegue fazendo a farra de quem posa de ético e, ao mesmo tempo, angaria recursos escusos e criminosos.É hora de abrir o debate sobre as eleições 2008 em todos os espaços institucionais e populares: escolas, empresas, denominações religiosas, clubes, associações, sindicatos e movimentos sociais. Não se trata de favorecer este ou aquele candidato, e sim de fomentar o distanciamento crítico frente ao marketing eleitoral e acentuar os critérios de discernimento político.Se a sociedade não se empenhar na educação política de seus cidadãos, em breve teremos parlamentos e executivos ocupados apenas por corruptos, milicianos, lobistas e fundamentalistas. Então, o Brasil se verá reduzido a uma imensa Chicago dos anos 30, com os Al Capones dando as cartas ao arrepio das leis, de um lado, e os Bin Laden versão tupiniquim de outro, convencidos de que, em nome de sua religião, foram escolhidos por Deus para governar erradicando o pecado, ou seja, combatendo a ferro e fogo todos que não rezam pela cartilha deles.

Vinte anos da Constituição

"Essa será a Constituição cidadã, porque recuperará como cidadãos milhões de brasileiros, vítimas da pior das discriminações: a miséria [...] O povo nos mandou aqui para fazê-la, não para ter medo. Viva a Constituição de 1988! Viva a vida que ela vai defender e semear!". Foram com essas palavras que o deputado Ulysses Guimarães encerrou os trabalhos da Assembléia Nacional Constituinte, da qual era presidente, em 27 de julho de 1988. Estava, assim, aprovada a nossa mais nova Carta Magna.Há, no entanto, uma controvérsia quanto à Constituição de 1988: para alguns, ela seria nossa sétima constituição; para outros, seria, na verdade, a oitava. Durante todo o Império, o Brasil teve apenas uma constituição: a de 1824. Já sob a República, tivemos as de 1891, 1934, 1937, 1946 e 1967. Em 1969, com o falecimento do presidente Artur da Costa e Silva, assumiu a Presidência uma Junta Militar.Naquele mesmo ano, a Junta promulgou uma emenda constitucional - a chamada Emenda n°.1 - que instituía a Lei de Segurança Nacional, restringindo as liberdades civis, e a Lei de Imprensa, regulamentando a censura oficial. Pelas profundas modificações que trouxe, a Emenda n°.1 é considerada por alguns pesquisadores como sendo um novo texto constitucional. Se aceitarmos essa interpretação, podemos dizer que a Carta Magna de 1988 é mesmo a oitava Constituição brasileira - a sétima em pouco mais de um século de República.
Qual tipo de Assembléia Constituinte?
Em 1985, cumprindo uma das promessas de campanha da Aliança Democrática, chapa pela qual havia sido eleito, o presidente José Sarney deu início aos debates sobre a convocação da Assembléia Nacional Constituinte, cuja função seria a de elaborar e aprovar o novo texto constitucional.A principal divergência, na época, deu-se entre os setores que queriam uma eleição exclusiva para escolher os representantes na Assembléia, de um lado, e os que queriam transformar o Congresso Nacional numa Constituinte, de outro.Os que defendiam a convocação de uma Constituinte exclusiva, desvinculada do Congresso Nacional, argumentavam que os responsáveis pela elaboração da nova Carta Magna teriam mais legitimidade e independência para realizar seus trabalhos se fossem escolhidos estritamente para essa função.Além do mais, alegavam que transformar os deputados e senadores em parlamentares constituintes dificultaria qualquer mudança substancial, uma vez que os eleitos estariam mais comprometidos com seus próprios mandatos do que com qualquer transformação profunda da estrutura política, econômica e social do país.Esses setores, contudo, foram derrotados pelo governo, que conseguiu aprovar a transformação do Congresso Nacional a ser eleito em 1986 em Assembléia Constituinte. Aprovada a Carta Magna, os parlamentares voltariam às suas funções normais até o encerramento da legislatura, em 1990, quando seriam realizadas novas eleições.
O funcionamento da Constituinte
A Assembléia Nacional Constituinte, composta por 559 membros, sendo 487 deputados e 72 senadores, foi instalada oficialmente no dia 01 de janeiro de 1987. Esse número é menor que os atuais 513 deputados e 81 senadores porque, na época, o Brasil tinha apenas 22 estados mais o Distrito Federal. Amapá, Roraima e Tocantins foram transformados em estados apenas em 1988.Ao longo dos trabalhos, a Assembléia Constituinte esteve aberta a propostas de emendas populares. Para tanto, bastaria que as sugestões fossem encaminhadas por intermédio de associações civis e subscritas por, no mínimo, 30 mil assinaturas que atestassem o apoio popular à proposta. Até o encerramento dos trabalhos, a Assembléia Constituinte recebeu mais de 120 propostas de emendas constitucionais nas mais diversas áreas, reunindo cerca de 12 milhões de assinaturas.Politicamente, o grupo mais forte dentro da Assembléia Constituinte foi o Centro Democrático, popularmente conhecido como Centrão, base de apoio do governo Sarney formada por parlamentares do PMDB, PFL, PDS, PTB e algumas legendas menores.O Centrão, que representava setores sociais mais conservadores, sendo maioria na Constituinte, conseguiu decidir votações importantes, como a questão da reforma agrária, que manteve a distribuição desigual da terra, e o mandato presidencial, estendido para cinco anos.
A constituição aprovada em 1988 trouxe uma série de mudanças às Cartas Magnas anteriores. Além de qualificar como crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a tortura e as ações armadas, numa forma de romper com a experiência recente da ditadura militar, a Constituição também instituiu uma série de garantias sociais e políticas, o que levou o deputado Ulysses Guimarães a chamá-la de "Constituição cidadã". Entre elas, estavam a definição de uma jornada máxima de trabalho de 44h/semanais, a criação do seguro-desemprego e do FGTS, a ampliação da licença-maternidade para quatro meses, a garantia do direito de greve, além do estabelecimento de vários direitos coletivos e individuais, como, por exemplo, o habeas data - direito de qualquer de cidadão requerer, gratuitamente, informações que lhe digam respeito, constantes nos registros ou bancos de dados oficiais.Ao mesmo tempo, a nova Constituição instituiu a independência entre os poderes Executivo, Legislativo (Senado e Câmara dos Deputados) e Judiciário, substituiu o antigo decreto-lei pelas atuais medidas provisórias, restringiu o poder das Forças Armadas, manteve o voto obrigatório para maiores de 18 anos, estabeleceu eleições em dois turnos para presidente, governadores e prefeitos de municípios com mais de 200 mil habitantes e estendeu o direito a voto para analfabetos, cabos e soldados.
A revisão de 1993
No texto aprovado em 1988, estava prevista uma revisão depois de cinco anos. Durante os trabalhos de revisão constitucional, iniciados em 7 de outubro de 1993, o Congresso Nacional recebeu mais de 70 propostas de emenda de revisão, das quais apenas seis foram aprovadas.Naquele mesmo ano, foi realizado um plebiscito, também previsto na Constituição, para escolha da forma (monarquia ou república) e sistema de governo (parlamentarismo ou presidencialismo). Dos cerca de 90 mil eleitores que compareceram à consulta, apenas 7,5% deles votaram pelo retorno da monarquia - quase um século depois do fim do Segundo Reinado, em 1889.
Por:Sandro Leonel

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